Resumo de Insolação: conceito, sintomas, tratamento e mais!
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Resumo de Insolação: conceito, sintomas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A insolação é uma emergência médica causada pela exposição prolongada ao calor intenso, resultando na elevação da temperatura corporal acima de 40°C e falha dos mecanismos de resfriamento do organismo. Se não tratada rapidamente, pode levar a disfunção neurológica, insuficiência renal e até óbito. O reconhecimento precoce e a intervenção imediata são essenciais para evitar complicações graves.

A exposição prolongada ao calor pode desencadear inflamação sistêmica e falência de múltiplos órgãos, aumentando significativamente o risco de morte.

Conceito de Insolação  

A insolação é uma condição resultante da exposição excessiva ao calor, levando à elevação descontrolada da temperatura corporal, geralmente acima de 40°C. Esse aumento ocorre devido à falha dos mecanismos fisiológicos de resfriamento, como a sudorese, impedindo a dissipação do calor acumulado no organismo.

Essa condição pode ser desencadeada tanto por exposição direta ao sol quanto por ambientes excessivamente quentes e pouco ventilados. Existem dois tipos principais de insolação: a clássica, mais frequente em idosos e indivíduos com comorbidades que dificultam a regulação térmica, e a exercional, que ocorre em pessoas jovens e saudáveis submetidas a esforço físico intenso em temperaturas elevadas.

Por que Ocorre a Insolação

A insolação ocorre quando a produção e a absorção de calor pelo organismo superam sua capacidade de dissipação, resultando em hipertermia severa. O corpo humano normalmente mantém a temperatura dentro de uma faixa segura por meio de mecanismos como sudorese e vasodilatação periférica, permitindo a dissipação térmica pelo suor e pela circulação sanguínea. 

No entanto, em condições de calor extremo ou exposição prolongada, esses mecanismos podem se tornar insuficientes. A sudorese pode ser ineficaz em ambientes úmidos, onde a evaporação é reduzida, e a vasodilatação excessiva pode levar a um colapso circulatório. Além disso, a perda de líquidos e eletrólitos contribui para a desidratação, comprometendo a perfusão tecidual e favorecendo a lesão de órgãos. 

A hipertermia sustentada desencadeia uma cascata inflamatória sistêmica, com liberação de citocinas pró-inflamatórias, disfunção endotelial e aumento da permeabilidade vascular. Esse processo pode levar a quadros de choque, falência multiorgânica e distúrbios da coagulação, como coagulação intravascular disseminada (CIVD).

Sintomas de Insolação

A insolação se manifesta inicialmente com sinais inespecíficos, podendo evoluir rapidamente para um quadro grave. Os sintomas são consequência direta da hipertermia e do comprometimento dos mecanismos de termorregulação. 

Sintomas iniciais 

Nos estágios iniciais, os pacientes podem apresentar: 

  • Cefaleia intensa; 
  • Tontura e vertigem; 
  • Náuseas e vômitos; 
  • Fraqueza generalizada; 
  • Pele quente e seca (na insolação clássica) ou excessivamente úmida (na forma exercional); e 
  • Taquicardia e hipotensão devido à vasodilatação compensatória.

Sintomas avançados 

Com a progressão do quadro, podem surgir sinais de comprometimento neurológico e sistêmico, incluindo: 

  • Confusão mental e desorientação; 
  • Alterações no nível de consciência, desde torpor e coma; 
  • Convulsões; 
  • Respiração rápida e superficial; 
  • Extremidades pálidas ou cianóticas, indicando perfusão inadequada; 
  • Fraqueza muscular e possível rabdomiólise; e 
  • Falência circulatória, levando a choque térmico.

Tratamento da Insolação

O tratamento da insolação deve ser iniciado imediatamente para evitar complicações graves, como falência multiorgânica e óbito. A abordagem inclui medidas iniciais para resfriamento rápido e suporte hospitalar para estabilização do paciente.

Primeiros Socorros: Medidas Imediatas 

Remover o paciente do ambiente quente 

A primeira ação ao identificar um caso de insolação é retirar a pessoa do ambiente de calor intenso e levá-la para um local fresco, com sombra e boa ventilação. Isso reduz a exposição contínua ao calor e ajuda a interromper o aumento da temperatura corporal. 

Reduzir a temperatura corporal 

O resfriamento ativo deve ser iniciado imediatamente. A imersão do paciente em água fria (entre 1°C e 15°C) é um dos métodos mais eficazes, especialmente em casos de insolação exercional. Caso a imersão não seja possível, pode-se utilizar compressas frias na testa, pescoço, axilas e virilhas, além de borrifar água fria sobre o corpo e utilizar ventiladores para acelerar a evaporação. 

Hidratação oral 

Se o paciente estiver consciente Se a pessoa estiver consciente e sem sinais de comprometimento neurológico, deve-se oferecer água fria ou soluções isotônicas para reidratação. Bebidas alcoólicas e cafeína devem ser evitadas, pois podem agravar a desidratação.

Tratamento Hospitalar 

Monitoramento da temperatura corporal 

No ambiente hospitalar, a temperatura central do paciente deve ser monitorada continuamente, preferencialmente por termômetro esofágico ou retal. O resfriamento deve ser mantido até que a temperatura atinja valores entre 38°C e 39°C, evitando a hipotermia induzida. 

Reposição volêmica intravenosa 

A desidratação intensa exige a administração de fluidos intravenosos, como soro fisiológico ou solução de Ringer lactato, para restaurar a volemia e melhorar a perfusão dos órgãos. O balanço hídrico deve ser monitorado para evitar hiper-hidratação ou distúrbios eletrolíticos. 

Uso de métodos complementares de resfriamento 

Além da imersão em água fria, podem ser aplicados pacotes de gelo nas regiões de grande circulação sanguínea, como pescoço, axilas e virilhas. A evaporação também pode ser estimulada com ventiladores direcionados ao paciente após borrifar água fria sobre a pele.

Evolução Clínica

A insolação pode evoluir rapidamente, começando com sintomas leves, como tontura e cefaleia, e progredindo para hipertermia grave com comprometimento neurológico, incluindo confusão mental, convulsões e coma. Se não tratada rapidamente, pode desencadear inflamação sistêmica e falência de múltiplos órgãos, aumentando significativamente o risco de morte. O tempo entre o início dos sintomas e o resfriamento adequado é um fator determinante para o prognóstico, sendo que a intervenção precoce reduz complicações e melhora as chances de recuperação completa.

Complicações

As principais complicações da insolação incluem lesão neurológica permanente, insuficiência renal aguda devido à desidratação e rabdomiólise, além de disfunção hepática e cardiovascular, podendo levar a arritmias e choque circulatório. A ativação descontrolada do sistema de coagulação pode resultar em coagulação intravascular disseminada (CIVD), aumentando o risco de hemorragias graves. Pacientes com doenças pré-existentes apresentam maior vulnerabilidade, e casos graves podem evoluir para falência de múltiplos órgãos e óbito.

Prevenção

A insolação pode ser evitada com medidas simples, como:

  • Evitar exposição ao sol entre 10h e 16h, período de maior intensidade térmica. 
  • Manter-se bem hidratado, ingerindo água regularmente, mesmo sem sentir sede. 
  • Utilizar roupas leves, de cores claras e que permitam ventilação adequada. 
  • Aplicar protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior para minimizar os danos causados pela radiação solar. 
  • Preferir ambientes frescos e bem ventilados, evitando locais fechados e abafados em dias muito quentes. 
  • Reduzir a prática de atividades físicas intensas sob altas temperaturas e planejar exercícios para horários mais frescos do dia. 
  • Nunca deixar crianças, idosos ou animais dentro de veículos estacionados sob o sol.

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Referências Bibliográficas 

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Insolação. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/insolacao. Acesso em: 19 jan. 2025. 
  1. MORRIS, Andrew; PATEL, Gaurav. Heat Stroke. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2025. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK537135/. Acesso em: 19 jan. 2025.
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