Resumo de Mastoidite: conceito, quadro clínico e mais!

Resumo de Mastoidite: conceito, quadro clínico e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! A mastoidite se traduz como inflamação da mastoide, uma projeção do osso temporal que está em proximidade com o ouvido médio. É a complicação da otite média aguda (OMA) mais encontrada na prática clínica e mais abordada nas provas de Residência Médica.

Vem com o Estratégia MED conhecer os principais pontos da mastoidite e o que você precisa saber para a sua prova!

O que é a Mastoidite

A mastoidite é a inflamação da mastoide — porção saliente do osso temporal localizada atrás da orelha e que contém células de ar chamadas células mastoides — e geralmente ocorre como uma complicação de uma otite média, podendo ser aguda, subaguda ou crônica

Mastoidite. UpToDate

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Fisiopatologia da Mastoidite 

A mastoidite aguda é uma complicação da otite média aguda (OMA). A mastoide é uma divisão do osso temporal, que forma porções do lado e base do crânio e, à medida que a criança cresce, o osso mastoideo torna-se pneumatizado, resultando em uma série de células aéreas interconectadas, revestidas por epitélio respiratório modificado. 

Durante um episódio de OMA, a mucosa que reveste a orelha média, e muitas vezes aquela que reveste a mastoide, torna-se inflamada. Quando a inflamação persiste, acumula-se material purulento no interior das cavidades mastoides (mastoidite aguda com periostite). À medida que a pressão aumenta, os finos septos ósseos entre as células aéreas podem ser destruídos (mastoidite coalescente). 

Anatomia do osso mastoideo. UpToDate

Epidemiologia e Fatores de Risco da Mastoidite

A epidemiologia da mastoidite aguda é paralela à da otite média aguda (OMA), com maior incidência em crianças menores de dois anos. Cerca de 50% das crianças com o primeiro episódio de OMA desenvolvem mastoidite. 

Os fatores de risco que podem influenciar a probabilidade de uma criança desenvolver mastoidite aguda incluem a frequência de OMA, patógeno causador e manejo inicial (tratamento antibiótico inicial ou observação).

Quadro Clínico da Mastoidite 

Os sinais clínicos mais característicos são: 

  • Letargia/mal-estar;
  • Membrana timpânica anormal;
  • Eritema pós-auricular, sensibilidade pós-auricular e/ou protrusão do pavilhão auricular;
  • Febre;
  • Estreitamento do conduto auditivo externo;
  • Dor de ouvido; e
  • Otorreia.

As principais complicações são: abscesso subperiosteal, paralisia do nervo facial, labirintite, perda auditiva e meningite. 

(A) Membrana timpânica abaulada, com mínimo eritema. (B) Abaulamento da membrana timpânica, eritema acentuado e nível hidroaéreo na porção anterossuperior da membrana timpânica. UpToDate

Diagnóstico da Mastoidite 

O diagnóstico é clínico na maioria das vezes, no entanto, o exame de imagem pode ser necessário para confirmar o diagnóstico em crianças sem achados característicos ou na suspeita de complicações, sendo a tomografia computadorizada o exame de escolha. 

TAC revelando mastoidite a direita. 

Tratamento da Mastoidite 

As espécies bacterianas mais frequentemente implicadas na mastoidite aguda são Streptococcus pneumoniae e Streptococcus pyogenes. O tratamento dependerá do estágio, da presença ou ausência e do tipo de complicações. 

A terapia antimicrobiana e a drenagem da orelha média e mastoide são os pilares da terapia. Para crianças com complicações extracranianas ou intracranianas supurativas de mastoidite aguda está indicado a mastoidectomia.

A escolha da terapia antimicrobiana empírica inicial para crianças com mastoidite aguda depende se há história de OMA recorrente ou antibioticoterapia recente:

  • Para crianças sem história de OMA recorrente ou administração recente de antibióticos, sugerimos terapia antimicrobiana empírica com ampicilina-sulbactam.
  • Para crianças com história de OMA recorrente ou uso recente de antibióticos, sugerimos piperacilina-tazobactam como terapia empírica inicial devido à sua atividade contra P. aeruginosa.

O Que Você Precisa Saber: 

  • A mastoidite aguda é uma complicação da otite média aguda (OMA);
  • O quadro clínico inclue letargia/mal-estar, membrana timpânica anormal, eritema pós-auricular, sensibilidade pós-auricular e/ou protrusão do pavilhão auricular, febre, estreitamento do conduto auditivo externo, dor de ouvido e otorreia;
  • As principais complicações incluem abscesso subperiosteal, paralisia do nervo facial, labirintite, perda auditiva e meningite;
  • O diagnóstico é clinico, podendo solicitar tomografia computadorizada na suspeita de complicações ou dúvida diagnóstica; e
  • Os pilares do tratamento são antibioticoterapia e drenagem da orelha média. A mastoidectomia está reservada para casos complicados.

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Veja também:

Referências Bibliográficas 

  1. Ellen R Wald. Acute mastoiditis in children: Clinical features and diagnosis. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate
  1. Ellen R Wald. Acute mastoiditis in children: Treatment and prevention. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate
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