Resumo de cistos sinoviais de punho: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de cistos sinoviais de punho: diagnóstico, tratamento e mais!

Fala, estrategistas! Os cistos sinoviais ou ganglionares são condições benignas e comuns na prática médica ortopédica. Confira os principais aspectos referentes a este tipo de tumoração que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes aos cistos sinoviais:

  • São tumorações císticas benignas, que acometem principalmente punhos e mãos; 
  • É três vezes mais comum no sexo feminino, principalmente em jovens entre 20 e 50 anos; 
  • Várias causas têm sido sugeridas como traumatismos repetitivos do punho, herniação sinovial e degeneração mixóide;
  • O diagnóstico é clínico, mas a USG pode auxiliar a guiar a punção aspirativa;
  • O tratamento é feito sem sintomas ou prejuízo estético, sendo a excisão cirúrgica preferível pelo menor grau de recidiva. 

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Definição da doença

O cisto sinovial consiste em um abaulamento cístico da membrana sinovial, considerado um tumor benigno normalmente arredondado ou ovalado, preenchidos por material mucoide gelatinoso de quantidade variável. Estão intimamente relacionados a bursas, articulações e bainhas tendinosas, e são encontrados com maior frequência em punhos e mão.  

Epidemiologia e fisiopatologia dos cistos sinoviais

Este tipo de cisto representa de 60% a 70% das massas de partes moles encontradas na mão e no punho. É três vezes mais comum no sexo feminino, principalmente em jovens entre 20 e 50 anos. 

Topograficamente, o local mais comum (cerca de 70%) dos cistos é a região dorsal do punho, surgindo do ligamento ou articulação escafolunar. Aproximadamente 20% dos cistos ganglionares estão localizados na face volar do punho, originando-se da articulação radiocarpal ou escafotrapezial. 

Crédito: American Society for Surgery of the Hand
Crédito: Wikipedia

Outros locais menos comuns de desenvolvimento dos cistos incluem o retináculo volar do punho, articulação interfalângica distal, articulação do tornozelo e pé. 

Apesar de ser uma condição comum, ainda há controvérsia quanto a sua etiologia e patogênese. Várias causas têm sido sugeridas como traumatismos do punho, visto que esses cistos são frequentemente encontrados entre ginastas, provavelmente secundários a traumas repetitivos e estresse da articulação do punho. 

Outras teorias incluem a herniação sinovial associada a aumento de pressão hidrostática intra-articular com fluxo unidirecional do líquido sinovial, degeneração mixoide do tecido conjuntivo periarticular e instabilidade do escafoide

Manifestações clínicas do cistos sinoviais

A maioria dos cistos ganglionares é assintomática, sendo a presença do abaulamento subcutâneo a principal queixa. Geralmente se apresentam como massas firmes, bem circunscritas e livremente móveis de aproximadamente 1 a 3 cm de tamanho. Os pacientes geralmente procuram tratamento por causa de sua aparência estética desagradável.

No entanto, dor e limitação da amplitude de movimentos ou fraqueza exacerbada pelo movimento do punho, ainda que em baixa frequência, podem fazer parte do quadro sintomático, principalmente em cistos maiores. 

Eles geralmente são fixados em tecidos profundos e não na pele sobrejacente. Pacientes com cistos volares do gânglio do punho, menos comumente, podem apresentar síndrome do túnel do carpo ou dedo em gatilho secundário à compressão do nervo mediano ou intrusão na bainha do tendão flexor. Os cistos volares do gânglio do punho também podem causar neuropraxia do nervo ulnar e compressão da artéria radial levando à isquemia. Os cistos ganglionares geralmente transiluminam no exame. 

Diagnóstico dos cistos sinoviais

O diagnóstico dos cistos de mão e punho é feito clinicamente de maneira fácil na maioria das vezes, sendo a imagem solicitada quando a localização ou aparência é atípica e em um cenário pré-operatório. A modalidade de imagem com auxílio diagnóstico é a ultrassom, que pode ser usada para diferenciar um cisto de uma malformação vascular e para evitar a punção acidental da artéria radial durante a aspiração por agulha de um cisto.

As radiografias tem pouco valor diagnósticos por mais que possam descartar qualquer manifestação intraóssea relacionada. A ressonância magnética geralmente não é indicada para cistos ganglionares, a menos quando existem dúvidas se há características atípicas ou sólidas. Nesses casos, a ressonância magnética com administração de contraste IV é realizada e geralmente confirma a natureza sólida ou cística. 

que haja preocupação com um possível tumor sólido. O diagnóstico diferencial deve ser feito com tumores da linhagem fibrosa, lipoma, bursite, processos inflamatórios específicos de baixa virulência e aneurisma venoso. 

Tratamento do cistos sinoviais

Em pacientes assintomáticos, podem ser conduzidos sem intervenção e assegurados de que os cistos ganglionares são benignos e podem regredir espontaneamente. No entanto, muitos desejam a retirada devido a fatores estéticos ou porque limitam o movimento e atividades laborais. 

Existem várias modalidades de tratamento, sendo os mais comuns a aspiração simples, aspiração com injeção de substâncias esclerosantes ou exérese cirúrgica. Todas essas modalidades estão associadas a elevados índices de recidiva, que ocorre mais comumente em mulheres abaixo de 30 anos. 

Os cistos do gânglio dorsal do punho podem ser aspirados, mas há uma taxa de recorrência muito maior do que com a excisão cirúrgica. Por outro lado, a aspiração de cistos volares do gânglio do punho geralmente não é realizada devido à sua proximidade com a artéria radial.  

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Véronique Freire et al. Imagem de Cistos de Mão e Punho: Uma Abordagem Clínica. American Journal of Roentgenology. 2012;199: W618-W628. 10.2214/AJR.11.8087. Disponível em https://www.ajronline.org/doi/full/10.2214/AJR.11.8087
  • Gregush RE, Habusta SF. Ganglion Cyst. [Updated 2022 Jul 18]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470168/
  • Gude W, Morelli V. Ganglion cysts of the wrist: pathophysiology, clinical picture, and management. Curr Rev Musculoskelet Med. 2008 Dec;1(3-4):205-11. doi: 10.1007/s12178-008-9033-4. 
  • GUSMÃO FILHO AGPJADFNS. História natural do quisto sinovial do dorso do punho. Rev Bras Ortop. 1998;33(3):.https://rbo.org.br/how-to-cite/3059/pt-BR
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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