Resumo de Tenesmo: conceito, tipos, tratamento e mais!
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Resumo de Tenesmo: conceito, tipos, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O tenesmo é um sintoma debilitante que interfere diretamente na qualidade de vida dos pacientes, caracterizando-se pela sensação persistente de necessidade de evacuar ou urinar, mesmo quando os órgãos já estão vazios. Essa condição pode ser causada por uma ampla gama de fatores, incluindo inflamações, infecções, distúrbios funcionais ou até mesmo tumores. Compreender os aspectos relacionados ao diagnóstico, tratamento e prognóstico do tenesmo é fundamental para um manejo clínico eficiente e direcionado.

O principal sintoma do tenesmo é a sensação persistente de necessidade de evacuar ou urinar, mesmo quando o reto ou a bexiga estão vazios.

Conceito de Tenesmo

Tenesmo é a sensação persistente de necessidade de evacuar ou urinar, mesmo quando os intestinos ou a bexiga já estão vazios. Essa condição pode causar desconforto significativo e interferir na rotina diária do paciente, sendo geralmente um sintoma associado a outras condições médicas. O tenesmo pode ser classificado em dois tipos principais: 

  1. Tenesmo retal: este tipo está relacionado ao sistema gastrointestinal, afetando o reto, localizado na extremidade do intestino grosso. O indivíduo sente que precisa evacuar, mesmo após ter esvaziado os intestinos. Isso pode ocorrer devido a condições inflamatórias, obstruções ou alterações na motilidade intestinal, que causam espasmos musculares e sensação de pressão constante. 
  1. Tenesmo vesical: neste caso, o foco é o sistema urinário. O paciente sente que precisa urinar frequentemente, mesmo após esvaziar completamente a bexiga. Essa sensação é geralmente provocada por inflamações, infecções ou condições que irritam a parede da bexiga ou os nervos da região.

Causas de Tenesmo

Causas de Tenesmo Retal

  • Inflamações do trato gastrointestinal: doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são causas frequentes de tenesmo retal. A inflamação dessas condições provoca inchaço e sensibilidade nas paredes intestinais, gerando uma sensação constante de evacuação incompleta. Outras condições inflamatórias, como proctite, colite infecciosa e diverticulite, também estão associadas ao tenesmo retal. 
  • Constipação intestinal: a constipação crônica, principalmente quando há fezes impactadas no reto, pode causar pressão nos nervos locais, levando à sensação persistente de necessidade de evacuar. A eliminação difícil ou incompleta das fezes agrava essa percepção. 
  • Tumores e câncer: massas tumorais na região do reto, como o câncer colorretal, podem comprimir estruturas adjacentes e irritar os nervos locais, provocando o tenesmo. Em alguns casos, tratamentos para câncer, como radioterapia, podem causar inflamações que também levam ao sintoma. 
  • Distúrbios da motilidade intestinal: condições como a síndrome do intestino irritável (SII) alteram os padrões de contração intestinal, causando espasmos e sensação de evacuação incompleta. Essas alterações na motilidade intestinal contribuem para o desconforto e os sintomas de tenesmo.

Causas de Tenesmo Vesical

  • Infecções do trato urinário (ITUs): as ITUs são uma das principais causas de tenesmo vesical. A inflamação gerada pela infecção sensibiliza os nervos da bexiga, provocando uma necessidade persistente de urinar, mesmo quando a bexiga está vazia. Outros sintomas incluem dor ou ardor ao urinar. 
  • Cistite intersticial: também conhecida como síndrome da bexiga dolorosa, essa condição causa inflamação crônica na parede da bexiga, levando à sensação constante de urgência urinária, acompanhada de dor pélvica e desconforto. 
  • Tumores e câncer de bexiga: tumores na bexiga ou estruturas adjacentes podem comprimir, ou irritar os nervos locais, gerando o tenesmo vesical. Além disso, tratamentos como radioterapia podem causar inflamações que contribuem para o sintoma. 
  • Obstruções no trato urinário: condições como cálculos na bexiga, hiperplasia prostática benigna ou estenoses uretrais podem dificultar o esvaziamento completo da bexiga, resultando em uma sensação persistente de necessidade de urinar.

Fisiopatologia do Tenesmo

O tenesmo é causado por alterações nos mecanismos nervosos e musculares que controlam a evacuação ou micção, levando a uma sensação persistente de necessidade de ir ao banheiro, mesmo quando os órgãos já estão vazios. Essa disfunção é frequentemente desencadeada por processos inflamatórios, irritativos ou obstrutivos, que sensibilizam os nervos periféricos e centrais, resultando em contrações musculares involuntárias.

Tenesmo Retal 

No tenesmo retal, condições inflamatórias, como doenças inflamatórias intestinais, causam liberação de mediadores inflamatórios, irritando os nervos entéricos. Esse processo aumenta a percepção de necessidade evacuatória, mesmo sem a presença de fezes. Espasmos musculares do reto, frequentemente associados a inflamações crônicas, e obstruções mecânicas, como tumores ou constipação severa, também contribuem para a sensação de evacuação incompleta.

Tenesmo Vesical

Já no tenesmo vesical, a inflamação da mucosa da bexiga, comum em infecções do trato urinário ou na cistite intersticial, sensibiliza os nervos locais, levando à urgência urinária. Além disso, contrações involuntárias da musculatura detrusora, causadas por irritação ou obstruções, como cálculos vesicais, reforçam a sensação constante de necessidade de urinar. Em alguns casos, alterações neurológicas podem desregular os reflexos miccionais, intensificando os sintomas.

Diagnóstico de Tenesmo 

O diagnóstico do tenesmo requer uma abordagem cuidadosa para identificar a causa subjacente, considerando as diferenças entre tenesmo retal e vesical. Inicialmente, o médico realiza uma anamnese detalhada, investigando o histórico médico do paciente, características dos sintomas, duração, fatores agravantes e associados, como dor, sangramento ou alterações no hábito intestinal e urinário.

Exame Físico 

No tenesmo retal, o toque retal pode avaliar a presença de massas, sensibilidade ou anormalidades no esfíncter anal. Já no tenesmo vesical, a palpação abdominal pode identificar sinais de distensão ou dor na região da bexiga. Para mulheres, o exame ginecológico pode ser necessário para avaliar condições pélvicas associadas.

Exames Laboratoriais

Exames laboratoriais auxiliam na identificação de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos. Hemograma, proteína C-reativa (PCR) e testes de função renal podem fornecer pistas importantes. No caso do tenesmo vesical, a urina tipo 1 e a urocultura ajudam a diagnosticar infecções urinárias ou a presença de hematúria.

Exames de Imagem 

Exames de imagem e procedimentos endoscópicos são fundamentais para investigar causas estruturais. A colonoscopia é frequentemente usada no tenesmo retal para avaliar o intestino grosso e identificar pólipos, tumores ou inflamações. A ultrassonografia abdominal ou transvaginal pode ser útil para avaliar massas pélvicas e distúrbios ginecológicos. Já no tenesmo vesical, a ultrassonografia de vias urinárias e a cistoscopia são indicadas para identificar cálculos, obstruções ou lesões na bexiga.

Exames Funcionais 

Por fim, testes funcionais, como a manometria anorretal e a urofluxometria, ajudam a avaliar alterações na motilidade ou na função neuromuscular do trato gastrointestinal, ou urinário. Esses métodos permitem uma avaliação mais detalhada, especialmente em casos de tenesmo associado a disfunções crônicas ou complexas.

Tratamento de Tenesmo

Abordagem Medicamentosa 

Para condições inflamatórias, como doenças inflamatórias intestinais ou cistite intersticial, medicamentos anti-inflamatórios, como corticosteroides ou aminosalicilatos, são frequentemente utilizados. Antibióticos são indicados em casos de infecções, como colites bacterianas ou infecções do trato urinário. Em situações de espasmos musculares intensos, antiespasmódicos ou relaxantes musculares podem aliviar os sintomas.

Tratamento de Constipação 

Quando o tenesmo está associado à constipação, é essencial promover evacuações regulares. Isso pode ser alcançado com a ingestão de fibras, hidratação adequada, uso de laxantes osmóticos ou amaciantes de fezes. A reeducação intestinal, combinada com mudanças na dieta, também desempenha um papel relevante.

Manejo de Tumores e Obstruções 

Em casos de tumores ou obstruções mecânicas, o tratamento geralmente envolve intervenções cirúrgicas, como ressecção de tumores, retirada de cálculos ou correção de estenoses. No caso de tumores malignos, podem ser necessárias radioterapia e quimioterapia, apesar de essas abordagens poderem, ocasionalmente, agravar os sintomas do tenesmo.

Terapias Adjuvantes 

Pacientes com disfunções neuromusculares ou motilidade alterada podem se beneficiar de fisioterapia pélvica e biofeedback para melhorar o controle muscular. Além disso, dietas anti-inflamatórias e o uso de probióticos são estratégias que podem ajudar a reduzir os sintomas em algumas condições subjacentes.

Prevenção de Tenesmo

A prevenção do tenesmo está relacionada ao controle das condições que o causam. Manter uma dieta equilibrada, rica em fibras, e uma hidratação adequada ajuda a evitar constipação e promove a saúde intestinal. No caso de infecções urinárias ou intestinais, práticas como higiene íntima adequada, evitar alimentos contaminados e urinar após relações sexuais são recomendadas. Além disso, realizar acompanhamento médico regular e rastreamento de doenças inflamatórias ou neoplásicas, especialmente em indivíduos de risco, contribui para a detecção precoce e o manejo adequado dessas condições.

Prognóstico de Tenesmo

O prognóstico do tenesmo depende diretamente da causa subjacente e da rapidez no diagnóstico e tratamento. Em casos relacionados a condições transitórias, como infecções ou constipação, o alívio dos sintomas ocorre geralmente com o manejo adequado. No entanto, em doenças crônicas, como inflamações intestinais ou neoplasias, o tenesmo pode ser recorrente, exigindo tratamento contínuo para controle dos sintomas. Quando tratado corretamente, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida da maioria dos pacientes.

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Referências Bibliográficas 

  1. CLEVELANDCLINIC. Tenesmus: Symptoms, Causes & Treatment. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/symptoms/24107-tenesmus. Acesso em: 27 nov. 2024.
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