Resumo de Tinea cruris: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de Tinea cruris: diagnóstico, tratamento e mais!

As dermatofitoses são uma das principais causas de micoses na pele, unhas e couro cabeludo, sendo a Tinea cruris uma das formas de apresentação, causando lesões em regiões de virilha principalmente.  

Confira os principais aspectos referentes à esta dermatose, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à Tinea cruris.

  • Os gêneros Trichophyton , Microsporum e .Epidermophyton  são os dermatófitos implicados nas formas nas dermatofitoses. 
  • A queixa mais comum é de manchas ou placas eritematosas na virilha. 
  • Pode haver prurido moderado a intenso, muitas vezes perturbando o sono.  
  • A tinea cruris pode ser diagnosticada clinicamente, mas também pode ser realizada facilmente através de microscopia direta através de reação com KOH. 
  • Para lesões limitadas antifúngicos tópicos como os azóis ou alaninas são preferíveis ao tratamento sistêmico. 

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Definição da doença

A tinea cruris é uma infecção fúngica dermatofítica que acomete regiões intertriginosas, principalmente região da virilha, genital, pubiana, perineal e perianal causada por fungos patogênicos conhecidos como dermatófitos.   

Epidemiologia e fisiopatologia da Tinea cruris

As infecções por dermatófitos são comuns em todo o mundo, e os dermatófitos são as causas predominantes de infecção fúngica da pele, cabelos e unhas. Acredita-se que cerca de 10 a 15% da população humana possa ser infectada por dermatófitos no decorrer de sua vida.  Os adolescentes e adultos do sexo masculino constituem a maioria dos pacientes atendidos por tinea cruris. 

Microbiologia

Os dermatófitos são fungos filamentosos, hialinos, septados, algumas vezes artroconídios, queratinofílicos e capazes de causar patologias em estruturas queratinizadas como pele, pelos e unhas. 

Os gêneros Trichophyton , Microsporum e .Epidermophyton  são os dermatófitos implicados nas formas nas dermatofitoses. Estudos de incidência de dermatofitose nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil têm apontado T. rubrum, M.canis e T. interdigitale como as três espécies mais prevalentes de dermatófitos isolados.  

Patogênese

A transmissão ocorre por contato direto ou indireto com materiais contaminados. A pele lesada facilita a infecção e a umidade é importante para a colonização. Uma explicação simplificada da fisiopatologia complexa e não bem compreendida dos dermatófitos inclui o uso pelo organismo de proteinases para digerir a queratina encontrada no estrato córneo da pele. 

Além disso, as lesões são formadas a partir de uma reação de hipersensibilidade ao agente ou as substâncias produzidas por eles, chamadas de dermatofitides. A imunidade celular é a maior responsável pela defesa do organismo.

Manifestações clínicas da Tinea cruris 

A queixa mais comum é de erupção cutânea envolvendo a virilha, caracterizada por manchas ou placas eritematosas com ou sem escamas periféricas, que podem se estender para a parte inferior do abdome, coxas proximais e nádegas. Pode haver prurido moderado a intenso, muitas vezes perturbando o sono.  

Ao exame físico, geralmente é visualizada uma placa eritematosa e anular com borda de ataque elevada e clareamento central, estendendo-se desde a virilha, parte superior da coxa e períneo até a região perianal. 

Mancha eritematosa com clareira central e uma borda escamosa avançando na virilha. Crédito: Uptodate
Placa eritematosa e escamosa com bordas elevadas em forma de anel na virilha, característica de tinea cruris. Crédito: Uptodate

Diagnóstico de Tinea cruris

Na maioria dos casos, a tinea cruris pode ser diagnosticada clinicamente, mas também pode ser realizada facilmente através de microscopia direta. Além das características da lesão e sintomas, uma revisão das exposições ambientais e ocupacionais do paciente, incluindo pessoas, animais de estimação, animais e solo contaminado, pode contribuir para estabelecer o foco de contaminação. 

A microscopia direta é realizada através de raspagens da pele afetadas e o material é colocado em uma lâmina de microscópio com diluição em KOH de 10% a 20% e ligeiramente aquecido. No microscópio, os dermatófitos são reconhecidos como estruturas tubulares septadas, hifas e algumas artrosporadas.

Uma grande vantagem da preparação com KOH é a rápida disponibilidade dos resultados, pois o teste pode ser realizado pelo clínico avaliador. A cultura fúngica é um método alternativo, embora mais lento, para o diagnóstico. 

Tratamento de Tinea cruris

Antifúngicos utilizados no tratamento de dermatofitoses, incluindo tinea cruris, visam a síntese de ergosterol, um componente vital das membranas plasmáticas dos fungos. Para pacientes tinea cruris limitada, o tratamento inicial com um antifúngico tópico com atividade antidermatófita é preferível em vez de terapia antifúngica oral. 

Os agentes tópicos mais usados são os azóis, como clotrimazol, miconazol, cetoconazol, as alaninas, como naftalina e terbinafina. O tratamento geralmente é prescrito uma ou duas vezes por dia durante duas a quatro semanas. 

#Ponto importante: Nistatina não tem ação antidermatófita e o cetoconazol oral não é mais recomendado devido ao risco de lesão hepática grave, insuficiência adrenal e interações medicamentosas.  

O tratamento antifúngico sistêmico é utilizado em lesões de pele extensas ou difusas, refratárias a tratamento tópico ou em pacientes imunocomprometidos. O tratamento oral fica reservado para com agentes como terbinafina, itraconazol, fluconazol e griseofulvina. A terbinafina oral e o itraconazol têm características favoráveis ​​para o manejo de dermatófitos e são os mais frequentemente prescritos. Já o fluconazol demonstrou eficácia no tratamento da tinea cruris, mas não é preferido devido à sua baixa adesão à queratina e duração prolongada do tratamento. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Adam O Goldstein; Beth G Goldstein. Dermatophyte (tinea) infections. Uptodate. 
  • Pippin MM, Madden ML, Das M. Tinea Cruris. [Atualizado em 5 de junho de 2022]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32119489/
  • Alice Cardoso Pellizzari et al. Dermatofitoses. Acta méd. (Porto Alegre) ; 34: [6], 2013. Disponível em https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-880204
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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