Resumo de Vestibulite Nasal: riscos, tratamento e mais!
Dynamed.

Resumo de Vestibulite Nasal: riscos, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A vestibulite nasal é uma infecção relativamente frequente do vestíbulo nasal, que pode variar desde quadros leves com crostas e dor localizada até formas mais graves, associadas a risco de disseminação. O reconhecimento clínico é essencial, já que o diagnóstico é basicamente feito por rinoscopia anterior. 

Por estar localizada na chamada “área de risco” da face, a infecção pode se propagar para estruturas profundas, inclusive intracranianas.

Conceito 

A vestibulite nasal é uma condição inflamatória caracterizada pelo comprometimento difuso do epitélio do vestíbulo nasal, geralmente associada a infecção bacteriana, predominando o Staphylococcus aureus. Diferencia-se do furúnculo vestibular, que é uma infecção mais localizada do folículo piloso, manifestando-se como lesão pustulosa. Na vestibulite, observa-se frequentemente formação de crostas, ressecamento e fissuras, podendo evoluir para dor, eritema e, em casos mais graves, complicações que se estendem para tecidos adjacentes.

Etiologia e fisiopatologia

A etiologia mais frequente da vestibulite nasal está relacionada à infecção bacteriana, sendo o Staphylococcus aureus o agente predominante, tanto na forma sensível quanto em cepas resistentes à meticilina (MRSA). Esse microrganismo coloniza naturalmente a mucosa nasal de parte da população, podendo tornar-se patogênico quando há quebra da integridade epitelial.

Entre os mecanismos predisponentes, destacam-se os microtraumas provocados por hábitos como manipulação digital, depilação de pelos nasais, perfurações e até procedimentos cirúrgicos. Esses fatores geram pequenas lesões que facilitam a penetração bacteriana e a instalação da infecção.

Embora menos comuns, agentes atípicos como Mycobacterium, Actinomyces e Leishmania também podem estar envolvidos, principalmente em pacientes imunocomprometidos ou em áreas endêmicas.

Do ponto de vista fisiopatológico, a lesão inicial causa inflamação local do epitélio, com eritema e formação de crostas. Em casos não tratados ou em pacientes vulneráveis, a infecção pode se disseminar para tecidos adjacentes, resultando em complicações como celulite nasal, abscessos e, em situações mais graves, propagação por vias venosas da chamada “área de risco” da face, com possibilidade de acometimento orbitário e intracraniano.

Fatores de risco  

Diversos elementos podem predispor ao desenvolvimento da vestibulite nasal, principalmente aqueles que lesam o epitélio do vestíbulo e favorecem a colonização bacteriana:

  • Comportamentais: manipulação digital (coçar o nariz), assoar de forma vigorosa, depilação de pelos nasais e colocação de piercing.
  • Médicos: diabetes mellitus, imunossupressão, lúpus eritematoso, uso de quimioterápicos (como taxanos e inibidores de VEGF), isotretinoína e uso de diuréticos.
  • Iatrogênicos: cirurgias nasais, presença de splints ou stents intranasais.
  • Ambientais: exposição ao frio, baixa umidade, poluição, fumaça e uso prolongado de máscaras que criam ambiente úmido propício à colonização bacteriana.
  • Outros: trauma nasal, corpo estranho e tabagismo.

Esses fatores atuam criando microlesões na mucosa ou alterando a imunidade local e sistêmica, permitindo a instalação e progressão da infecção.

Epidemiologia 

A real incidência da vestibulite nasal ainda não está claramente estabelecida, pois faltam estudos populacionais amplos. Apesar disso, é considerada uma condição relativamente comum, tanto em adultos quanto em crianças, relatada em alguns trabalhos como a infecção externa mais frequente do nariz.

Diversos contextos clínicos estão associados a maior ocorrência, como diabetes mellitus, imunossupressão e uso de quimioterápicos — em especial taxanos e inibidores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) —, que comprometem a integridade epitelial e a resposta imunológica. Procedimentos iatrogênicos, como cirurgias nasais e o uso de splints intranasais, também foram descritos como favorecedores do quadro.

Nos últimos anos, relatos apontaram ainda aumento da frequência em situações específicas, como em usuários de máscaras por tempo prolongado, possivelmente devido ao ambiente úmido que favorece a colonização bacteriana.

Avaliação clínica

Sintomas iniciais

Os pacientes geralmente apresentam dor ou sensibilidade local, que pode ser difusa no vestíbulo ou irradiar-se para áreas vizinhas da face. Queimação, prurido leve e desconforto nasal também podem ser relatados, muitas vezes associados a manipulação prévia do nariz.

Alterações locais

Na inspeção, observa-se eritema e edema do vestíbulo nasal, frequentemente acompanhados de crostas amareladas, fissuras e ressecamento da mucosa. Pequenos sangramentos (epistaxe) podem surgir devido à fragilidade da mucosa inflamada. Em alguns casos, há presença de secreção purulenta ou lesões tipo furúnculo, quando há envolvimento do folículo piloso.

Manifestações em casos complicados

Quando a infecção progride, podem ocorrer celulite nasal e facial, abscesso do vestíbulo e dor mais intensa. A presença de febre, cefaleia, edema orbitário, alterações visuais ou restrição de movimentos oculares deve levantar suspeita de disseminação orbitária, ou intracraniana, condições que exigem investigação imediata e tratamento hospitalar.

Evolução clínica

Geralmente, a evolução é benigna, com resolução após tratamento adequado. Contudo, em pacientes imunocomprometidos ou com doenças crônicas, a evolução pode ser mais prolongada e com maior risco de complicações.

Diagnóstico 

O diagnóstico da vestibulite nasal é essencialmente clínico, realizado por meio de rinoscopia anterior, que permite identificar sinais como eritema difuso, crostas, fissuras, edema e, eventualmente, pústulas no vestíbulo nasal. A anamnese pode revelar hábitos ou condições predisponentes, como manipulação digital, depilação de pelos, cirurgias prévias ou uso de quimioterápicos.

Em casos recorrentes ou graves, pode-se considerar coleta de cultura bacteriana, a fim de identificar o agente e avaliar resistência antimicrobiana. Contudo, na maioria das situações, a cultura não é necessária.

O diagnóstico diferencial deve incluir furúnculo vestibular, impetigo, eczema, lupus vulgaris tuberculoso, abscesso de septo nasal, verrugas e até neoplasias, principalmente quando o quadro é crônico ou refratário ao tratamento.

Se houver suspeita de complicações orbitárias ou intracranianas, recomenda-se encaminhamento para otorrinolaringologia com realização de tomografia computadorizada com contraste ou ressonância magnética, visando avaliar extensão da infecção e necessidade de intervenção cirúrgica.

Tratamento

Casos leves a moderados

O manejo inicial da vestibulite nasal costuma ser feito em regime ambulatorial. O antibiótico tópico é a base da terapêutica, sendo a mupirocina 2% a opção de primeira linha, aplicada de 2 a 3 vezes ao dia, geralmente mantida por algumas semanas após a melhora clínica. Alternativas incluem ácido fusídico, neomicina e bacitracina, isolados ou em formulações combinadas. Antes da aplicação da pomada, pode-se realizar lavagem nasal com solução salina ou aplicação de peróxido diluído para remoção de crostas. Compressas mornas e analgésicos podem ser usados para aliviar dor e reduzir edema.

Casos graves, refratários ou em pacientes de risco

Quando há falha ao tratamento tópico, presença de celulite ou imunossupressão, indica-se o uso de antibióticos orais, como cefalexina ou amoxicilina. Em infecções mais extensas, com sinais de disseminação facial ou orbitária, pode ser necessária a hospitalização para antibióticos intravenosos e suporte clínico. Nestes casos, deve-se considerar a possibilidade de agentes atípicos (como Mycobacterium ou Leishmania), ajustando a terapia conforme os achados clínicos e laboratoriais.

Medidas adicionais

Nos casos em que há furúnculo ou abscesso, pode ser indicada incisão e drenagem. O encaminhamento precoce ao especialista em otorrinolaringologia deve ser realizado sempre que houver risco de complicações, especialmente em pacientes com diabetes ou imunodeficiência.

Complicações e prognóstico 

Embora a maioria dos casos evolua de forma benigna, a vestibulite nasal pode, em algumas situações, gerar complicações locais e sistêmicas. Entre as mais comuns estão o abscesso do vestíbulo nasal, a celulite facial e o abscesso de septo. Em casos mais graves, pela localização da lesão na chamada “área de risco” da face, a infecção pode disseminar-se pelo sistema venoso facial, levando a trombose de seio cavernoso, meningite, abscessos intracranianos e celulite orbitária. Essas condições, mesmo com tratamento adequado, apresentam risco elevado de morbidade e mortalidade.

O prognóstico é favorável na maioria dos pacientes, sobretudo quando o diagnóstico é feito precocemente e a terapêutica é corretamente instituída. A resposta ao uso de antibióticos tópicos costuma ser rápida e eficaz. Já nos pacientes imunocomprometidos, diabéticos ou em uso de quimioterápicos, a evolução pode ser mais arrastada, com risco aumentado de recorrência e complicações.

Venha fazer parte da maior plataforma de Medicina do Brasil! O Estratégia MED possui os materiais mais atualizados e cursos ministrados por especialistas na área. Não perca a oportunidade de elevar seus estudos, inscreva-se agora e comece a construir um caminho de excelência na medicina! 

Curso Extensivo de Residência Médica

Curso Extensivo Residência Médica - 12 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 583,15
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 6.298,11
Promoção válida até: 24/09/2025
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 18 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 769,82
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 8.314,11
Promoção válida até: 24/09/2025
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 24 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 962,32
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 10.393,11
Promoção válida até: 24/09/2025
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 30 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 1.253,99
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 13.543,11
Promoção válida até: 24/09/2025
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 36 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 1.341,49
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 14.488,11
Promoção válida até: 24/09/2025
Saiba mais

Veja Também

Canal do YouTube 

Referências Bibliográficas 

  1. MARRA, P. et al. Nasal Vestibulitis and Vestibular Furunculosis: a systematic review about two common nasal infections and considerations about correct diagnosis and management. Clinica Terapeutica, v. 173, n. 6, p. 590-596, 2022. DOI: 10.7417/CT.2022.2487.
  1. DYNAMED. Nasal Vestibulitis. EBSCO Information Services, 2023. Disponível em: https://www.dynamed.com/condition/nasal-vestibulitis. Acesso em: 21 set. 2025.
Você pode gostar também