O cisto de Baker se apresenta como inchaço na região posterior do joelho. Foi descrito pela primeira vez por Adams em 1840, mas foi Baker em 1877 que popularizou a descrição e por isso esta condição leva seu nome.
Confira os principais aspectos referentes a esta condição, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao cisto de baker.
- Quando ocorre em crianças, o cisto geralmente é primário, sem lesões articulares adjacentes.
- A prevalência aumenta com a idade e ocorre em indivíduos que são mais frequentes associados a lesões meniscais e osteoartrite.
- Ao exame físico, o inchaço é amenizado ou desaparece com a flexão do joelho a 45 graus, chamado de sinal de Foucher.
- Radiografia simples e ultrassonografia são modalidades iniciais de imagem.
- O tratamento com injeção de corticoides ou excisão cirúrgica está indicada apenas se sintomas dolorosos persistentes, mesmo com tratamento das lesões articulares.
Definição da doença
O cisto de Baker ou poplíteo representa o acúmulo de líquido da bursa entre a cabeça medial do músculo gastrocnêmio e o tendão semimembranoso, que apresenta-se como um aumento de volume na região posterior do joelho.
Nos adultos geralmente são secundários a doenças articulares degenerativas ou inflamatórias ou lesões articulares, enquanto em crianças, os cistos poplíteos geralmente são um processo primário..
Epidemiologia e fisiopatologia do cisto de Baker
O cisto de Baker possui variações na prevalência a depender do estudo de imagem utilizado nos estudos. Os que usaram ressonância magnética a prevalência varia de 5 a 40%, sendo mais comum em adultos entre 35 e 70 anos e raros na infância.
A prevalência aumenta com a idade, possivelmente porque as comunicações joelho e a bursa aumentam. Não há diferença consistente na frequência entre os sexos. Nos adultos o CB geralmente ocorre em indivíduos com com lesões intra-articulares, sendo mais frequentes as lesões meniscais e osteoartrite.
Em adultos, acredita-se que o cisto de Baker se forme pelo alargamento da bolsa gastrocnêmio-semimembranoso, criando uma conexão entre a articulação do joelho e a bursa entre o músculo gastrocnêmio e o tendão do semitendíneo permitindo o fluxo de líquido.
Existe um gradiente de pressão que favorece o movimento do líquido sinovial em direção ao cisto e um efeito semelhante a uma válvula entre o espaço articular do joelho e o cisto pelas quais o fluido é sequestrado na fossa poplítea. Este efeito é controlado por alterações do músculo gastrocnêmio-semimembranoso que durante a extensão se abre e durante a flexão se fecha pela tensão destes músculos.
Manifestações clínicas do cisto de Baker
A principal queixa referida pelos pacientes é a presença de massa ou tumoração na região posterior do joelho, que podem estar associados a dor e sensação de pressão, que pioram ao estender a articulação ou durante a prática de atividades físicas. No entanto, muitas vezes as queixas são relacionadas ao problema associado à ele, como osteoartrite ou lesão meniscal.
Nas crianças, a maioria dos cistos poplíteos é assintomática e detectada incidentalmente durante exame físico ou estudo de imagem realizado por outro motivo.
Os cistos poplíteos podem aumentar, dissecar e romper, levando a compressão de estruturas adjacentes. A ruptura do cisto, marcada por dor abrupta e intensa, pode ser confundida com trombose venosa profunda, com calor, sensibilidade e eritema na panturrilha e empastamento da panturrilha.
Mesmo sendo incomum, complicações significativas incluem pseudotromboflebite, isquemia da perna, aprisionamento do nervo e síndromes compartimentais pelo aumento de volume.
Diagnóstico de cisto de baker
A presença de abaulamento em região poplítea levanta a suspeita de cisto de Baker. No exame físico, o inchaço é amenizado ou desaparece com a flexão do joelho a 45 graus, chamado de sinal de Foucher, enquanto se é mais proeminente na extensão total do joelho.
Radiografia simples e ultrassonografia são modalidades iniciais de imagem se diagnóstico for incerto no exame físico ou se houver suspeita de outra condição. O exame de radiografia do joelho tem utilidade no diagnóstico de osteoartrite e não do cisto em si. A USG permite delimitar o tamanho e a localização, geralmente como espaços cheios de líquido.
A ressonância magnética está indicada nos casos de suspeita de lesões associadas e no caso de planejamento cirúrgico. Ele é visualizado como uma imagem ovular, bordas bem definidas e com baixo sinal nas imagens ponderadas em T1 e alto sinal nas imagens ponderadas em T2, em decorrência de seu conteúdo líquido. A ressonância magnética permite diferenciar os cistos poplíteos dos cistos parameniscais.
#Ponto importante: em pacientes com sintomas na panturrilha, realiza-se exames de imagem de membros inferiores, geralmente ultrassonografia com doppler, para excluir TVP.
Tratamento do cisto de Baker
Na maioria dos casos, o cisto não requer tratamento específico. Em crianças, a maioria dos casos são assintomáticos e mesmo com excisão cirúrgica do cisto a taxa de recorrência chega a 40%, por isto está indicada apenas em crianças com sintomas dolorosos persistentes.
Nos adultos, um procedimento mais definitivo com injeção de glicocorticóide ou excisão cirúrgica é indicada apenas nos cistos sintomáticos dolorosos e persistentes apesar do tratamento usual de sua doença articular.
Os cistos associados a lesões meniscais, o tratamento por artroscopia isolado da lesão meniscal geralmente é suficiente. Durante o procedimento de artroscopia, pode-se aproveitar para romper o cisto parameniscal.
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Referências bibliográficas:
- Demange, Marco Kawamura. Cisto de Baker. Revista Brasileira de Ortopedia [online]. 2011, v. 46, n. 6 [Acessado 4 Dezembro 2022], pp. 630-633. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-36162011000600002.
- HELFGOTT, Simon M. Popliteal (Baker’s) cyst. Disponível em: Uptodate.
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