E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Polidipsia, que consiste na sede excessiva.
O Estratégia MED está prestes a apresentar um conceito que vai agregar, de forma significativa, seus conhecimentos e impulsionará seu desenvolvimento profissional.
Preparado? Vamos lá!
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Definição de Polidipsia
Polidipsia é um termo médico que descreve a condição de sede excessiva, na qual uma pessoa experimenta uma necessidade anormal e persistente de beber grandes volumes de líquidos, muitas vezes água, ao longo do dia.
Esse desejo intenso por líquidos pode resultar em sintomas como aumento da frequência urinária, boca seca e tontura. A polidipsia pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo condições médicas como diabetes mellitus ou insipidus, distúrbios mentais, alterações no hipotálamo cerebral, uso de certos medicamentos ou consumo excessivo de bebidas contendo cafeína.
Em alguns casos, a polidipsia pode ocorrer quando uma pessoa não repõe adequadamente os líquidos perdidos pelo corpo, especialmente após períodos de atividade física intensa ou exposição a altas temperaturas. O tratamento da polidipsia geralmente envolve abordar a causa subjacente da condição, além de garantir uma hidratação adequada.
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Tipos de Polidipsia
Polidipsia Primária
A polidipsia primária (às vezes chamada de polidipsia psicogênica) é caracterizada por um aumento primário na ingestão de água. Esse distúrbio é observado com mais frequência em mulheres de meia-idade e em pacientes com doenças psiquiátricas, incluindo aqueles que tomam fenotiazina, o que pode causar sensação de boca seca. A polidipsia primária também pode ser induzida por lesões hipotalâmicas que afetam diretamente o centro da sede, como pode ocorrer com uma doença infiltrativa como a sarcoidose.
Polidipsia compensatória
Nesta condição, ocorre uma alteração no hormônio antidiurético (ADH), que é responsável por regular a quantidade de água reabsorvida pelos rins. Se houver uma diminuição na produção ou na resposta do corpo ao ADH, menos água será reabsorvida pelos rins, resultando em uma maior produção de urina.
Como resultado, a pessoa experimenta uma perda excessiva de líquidos e pode desenvolver uma sede intensa. Essa polidipsia geralmente está associada a distúrbios que afetam a produção ou a ação do ADH, como diabetes insipidus.
Polidipsia induzida por medicamentos
Certos medicamentos, como diuréticos, corticosteroides e vitamina K, podem induzir a pessoa a urinar com mais frequência. A polidipsia induzida por medicamentos geralmente está associada à poliúria, que é a produção excessiva de urina.
O uso crônico desses medicamentos pode desregular o equilíbrio hídrico do corpo, levando à sede excessiva como uma resposta compensatória à perda de líquidos.
Nesses casos, é importante monitorar de perto o consumo de líquidos e ajustar a medicação conforme necessário para evitar complicações relacionadas à desidratação ou sobrecarga hídrica.
Causas de Polidipsia
Existem várias causas possíveis para a polidipsia, algumas das quais já foram mencionadas anteriormente em relação aos diferentes tipos de polidipsia:
- Diabetes Mellitus: um dos sintomas clássicos do diabetes mellitus é a polidipsia. Isso ocorre devido aos altos níveis de glicose no sangue, o que leva à excreção excessiva de líquidos pelos rins, resultando em uma sensação constante de sede.
- Diabetes Insipidus: esta é uma condição na qual o corpo é incapaz de regular adequadamente os níveis de líquidos devido a problemas com o hormônio antidiurético (ADH). Como resultado, a pessoa pode produzir grandes volumes de urina e sentir sede excessiva.
- Distúrbios Psicológicos: transtornos mentais como ansiedade, estresse crônico e distúrbios alimentares podem levar à polidipsia primária. Nesses casos, a ingestão excessiva de líquidos pode ser um comportamento compensatório ou uma resposta ao estado emocional da pessoa.
- Distúrbios Renais: condições que afetam os rins, como insuficiência renal ou síndrome nefrótica, podem interferir na capacidade dos rins de concentrar a urina, levando a uma maior produção de urina e, consequentemente, à polidipsia.
- Hipercalcemia: níveis elevados de cálcio no sangue podem levar à poliúria (produção excessiva de urina), o que pode desencadear sede excessiva.
- Distúrbios Endócrinos: distúrbios da glândula pituitária ou da glândula suprarrenal podem interferir na regulação dos hormônios que controlam a sede e a produção de urina, resultando em polidipsia.
- Exercício Intenso: atividade física extenuante pode levar à desidratação, aumentando a necessidade de reposição de líquidos e causando sede excessiva.
Medicamentos
Certos medicamentos, como diuréticos, utilizados para tratar condições como hipertensão e insuficiência cardíaca, podem aumentar a produção de urina, levando à polidipsia. Logo abaixo estão alguns dos principais:
- Diuréticos: medicamentos diuréticos, como a furosemida (Lasix) ou hidroclorotiazida, são comumente prescritos para tratar condições como hipertensão arterial e insuficiência cardíaca congestiva. Eles aumentam a produção de urina, o que pode levar à perda de líquidos e, consequentemente, à sede excessiva.
- Antipsicóticos: alguns medicamentos antipsicóticos, como a clozapina (Clozaril) ou olanzapina (Zyprexa), podem causar sede excessiva como efeito colateral.
- Antidepressivos: certos antidepressivos, como a amitriptilina (Elavil) ou a sertralina (Zoloft), podem causar polidipsia em algumas pessoas.
- Corticosteroides: medicamentos corticosteroides, como prednisona ou dexametasona, são frequentemente prescritos para tratar uma variedade de condições inflamatórias e imunológicas. Eles podem causar aumento da sede e da produção de urina.
- Lítio: o lítio é um medicamento comumente usado para tratar transtorno bipolar. A sede excessiva é um dos efeitos colaterais conhecidos desse medicamento.
- Anticonvulsivantes: alguns medicamentos anticonvulsivantes, como a carbamazepina (Tegretol) ou a gabapentina (Neurontin), podem causar sede excessiva em algumas pessoas.
- Estimulantes: medicamentos estimulantes, como a anfetamina ou o metilfenidato (Ritalina), usados para tratar transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), podem aumentar a sede.
Consequência da Polidipsia
Beber água em excesso pode levar a um desequilíbrio nos eletrólitos do corpo, especialmente o sódio, que é crucial para o funcionamento adequado das células e dos órgãos.
Esse desequilíbrio, conhecido como hiponatremia, pode resultar em sintomas como náuseas, vômitos, confusão mental, fadiga e, em casos graves, convulsões, coma e até mesmo morte.
Além disso, a ingestão excessiva de água pode sobrecarregar os rins, que são responsáveis por filtrar e excretar os líquidos em excesso. Isso pode levar a danos renais a longo prazo e aumentar o risco de desenvolvimento de doenças renais.
Outra consequência da polidipsia é a diluição dos eletrólitos no cérebro, o que pode resultar em comprometimento cognitivo, incluindo confusão, dificuldade de concentração e fala arrastada. Em casos graves, o inchaço cerebral devido à hiponatremia pode causar danos cerebrais permanentes ou até mesmo a morte.
Além disso, a polidipsia pode levar a uma desidratação celular, onde apesar de uma grande quantidade de água no sangue, as células do corpo não estão adequadamente hidratadas. Isso pode levar a fraqueza muscular, cãibras e outros problemas relacionados à função celular comprometida.
De olho na prova!
Não pense que esse assunto fica fora das provas, seja da faculdade, concurso ou residência. Veja um exemplo logo abaixo:
SP – HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA – HOS – 2024 – RESIDÊNCIA (ACESSO DIRETO)
Homem de 24 anos com confusão mental e rebaixamento do nível de consciência. Exame físico dentro da normalidade. Exames laboratoriais com sódio sérico 121 mEq/L, sódio urinário 19 mEq/L e osmolaridade urinária 87 mOsm/L. A principal hipótese diagnóstica é:
A) hipotireoidismo primário.
B) insuficiência adrenal primária.
C) insuficiência adrenal secundária.
D) síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético.
E) polidipsia primária.
Opção correta: Alternativa “E”
Comentário da questão:
Na SIADH iriamos esperar osmolaridade urinária elevada. Iremos abordar na resolução.
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Referências
Daniel G Bichet, MD. Evaluation of patients with polyuria. UpToDate, 2024. Disponível em: UpToDate
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L
BERNE e LEVY – Fisiologia – Tradução da 7ª Edição. Editores Bruce M. Koeppen e Bruce A. Stanton. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2018.