Resumo sobre Tempo de Protrombina: definição, valor de referência e mais!

Resumo sobre Tempo de Protrombina: definição, valor de referência e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre o Tempo de Protrombina, um exame que avalia a coagulação sanguínea.

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Definição de Tempo de Protrombina

O tempo de protrombina (TP) é um teste laboratorial que mede o tempo necessário para o plasma sanguíneo coagular quando exposto ao fator tecidual. Esse teste avalia a integridade das vias extrínseca e comum da coagulação sanguínea. 

O procedimento envolve a recalcificação do plasma citratado do paciente na presença de fator tecidual e fosfolipídio, determinando o tempo necessário para a formação de um coágulo de fibrina. A formação do coágulo é detectada por métodos visuais, ópticos ou eletromecânicos, e o resultado é expresso em segundos. 

Os valores de TP variam entre laboratórios devido a diferentes reagentes e instrumentos utilizados, mas normalmente a faixa de referência é de aproximadamente 11 a 13 segundos. Os resultados são frequentemente relatados juntamente com um valor de controle e/ou um Índice Internacional Normalizado (INR) para padronização e comparação entre diferentes laboratórios.

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Formação da Trombina

A protrombina é uma proteína plasmática essencial para a coagulação sanguínea, caracterizada como uma alfa 2-globulina com peso molecular de aproximadamente 68.700. No plasma normal, sua concentração é de cerca de 15 mg/dL. Esta proteína instável pode ser facilmente convertida em trombina, um composto menor com peso molecular de 33.700. 

A produção contínua de protrombina ocorre no fígado, sendo fundamental para a manutenção da capacidade de coagulação do sangue. Em situações onde o fígado deixa de produzir protrombina, a concentração plasmática dessa proteína pode cair drasticamente em um curto período, comprometendo a coagulação normal.

A vitamina K desempenha um papel vital na ativação da protrombina, assim como na formação de outros fatores de coagulação. A deficiência de vitamina K ou a presença de doenças hepáticas que impeçam a formação normal de protrombina podem reduzir os níveis dessa proteína a ponto de aumentar significativamente a tendência ao sangramento. Portanto, a saúde hepática e a presença adequada de vitamina K são fundamentais para a manutenção dos níveis de protrombina e, consequentemente, para a coagulação eficaz do sangue.

Função da Protrombina

A protrombina desempenha uma função central no processo de coagulação sanguínea, essencial para a hemostasia, que é a interrupção do sangramento. A protrombina é convertida em trombina, uma enzima que promove a formação do coágulo, sendo um passo crítico na cascata de coagulação.

Quando ocorre uma lesão vascular, uma série de reações químicas é desencadeada, resultando na formação do complexo ativador da protrombina. Este complexo é formado em resposta à ruptura do vaso sanguíneo ou à liberação de substâncias pró-coagulantes no sangue. Em presença de íons de cálcio (Ca++), o ativador da protrombina catalisa a conversão da protrombina em trombina. A trombina, então, desempenha várias funções essenciais na coagulação.

A trombina atua como uma enzima, convertendo o fibrinogênio, uma proteína solúvel presente no plasma, em fibrina, que é insolúvel. As moléculas de fibrina se polimerizam para formar fibras que constituem a estrutura do coágulo. Esse emaranhado de fibrina captura plaquetas e outras células sanguíneas, formando um tampão sólido que obstrui o local da lesão e impede o sangramento.

Além de sua função na formação do coágulo, a trombina também desempenha um papel importante na amplificação da cascata de coagulação. A trombina ativa outros fatores de coagulação, como os fatores V, VIII e XI, que intensificam a produção de mais trombina, acelerando o processo de coagulação. Ela também induz a agregação plaquetária, essencial para a estabilização do coágulo.

Uso clínico do Tempo de Protrombina

O tempo de protrombina (TP) é um teste laboratorial amplamente utilizado em diversas situações clínicas para avaliar a coagulação sanguínea e monitorar terapias anticoagulantes. Seus principais usos clínicos incluem:

  1. Avaliação de sangramento inexplicável: O TP é utilizado na investigação de pacientes com sangramento inexplicável, ajudando a identificar possíveis distúrbios hemorrágicos que afetam as vias extrínseca e comum da coagulação.
  2. Diagnóstico da coagulação intravascular disseminada (CIVD): O TP auxilia no diagnóstico da CID, uma condição grave caracterizada pela ativação disseminada da coagulação, levando à formação de trombos e ao consumo de fatores de coagulação.
  3. Obtenção de um valor basal antes de iniciar a anticoagulação: Antes de iniciar a terapia anticoagulante com heparina ou antagonistas da vitamina K (AVKs) como a varfarina, é importante obter um valor basal do TP para monitorar e ajustar a dosagem da medicação de forma adequada.
  4. Monitoramento da terapia com varfarina: O TP, juntamente com o INR (Índice Internacional Normalizado), é essencial para monitorar a eficácia e a segurança da terapia com varfarina, garantindo que os níveis de anticoagulação estejam dentro da faixa terapêutica desejada e evitando complicações como hemorragias.
  5. Avaliação da função sintética do fígado: O TP é um indicador da capacidade biossintética do fígado, pois fatores de coagulação dependentes de vitamina K são produzidos no fígado. Alterações no TP podem refletir disfunção hepática, sendo útil na avaliação de doenças hepáticas e na pontuação do modelo MELD (Model for End-Stage Liver Disease).

Além disso, o INR foi desenvolvido para padronizar os valores de TP, permitindo comparações consistentes entre diferentes laboratórios e momentos distintos para pacientes em terapia com varfarina. 

O INR também é utilizado como um substituto para o TP na avaliação da integridade das vias extrínseca e comum em pacientes com sangramento e na avaliação da doença hepática em estágio terminal.

Valor de referência da Protrombina

O valor de referência para o tempo de protrombina (TP) pode variar ligeiramente entre diferentes laboratórios devido ao uso de diferentes reagentes e equipamentos. No entanto, a faixa normal para o TP é geralmente entre 11 e 13 segundos. Esta variação depende da combinação específica de reagentes e instrumentos utilizados pelo laboratório.

Tempo de Protrombina alargado

O tempo de protrombina (TP) prolongado pode ser causado por vários fatores que afetam a coagulação sanguínea. Entre as principais causas estão:

  • Antagonistas da vitamina K: Medicamentos como a varfarina interferem nas modificações dos fatores de coagulação (II, VII, IX e X), resultando em TP prolongado.
  • Outros anticoagulantes: Heparinas e anticoagulantes de ação direta, como dabigatran, rivaroxaban, apixaban e edoxaban, podem prolongar o TP. No entanto, o grau de prolongamento varia e o TP não é confiável para monitorar o efeito desses medicamentos.
  • Deficiência de vitamina K: Causada por nutrição inadequada, uso prolongado de antibióticos ou síndromes de má absorção de gordura, essa deficiência pode prolongar o TP, afetando principalmente o fator VII.
  • Doença hepática: Afeta a produção de fatores de coagulação, podendo prolongar o TP e, em casos graves, também o aPTT.
  • Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD): Consome e esgota fatores de coagulação, resultando em TP e aPTT prolongados.
  • Deficiência de fatores de coagulação: Pode ser devido a distúrbios hereditários ou inibidores adquiridos, incluindo deficiência de fibrinogênio e fatores II, V, VII ou X.
  • Anticorpos antifosfolipídeos: Anticoagulantes lúpicos ou anticorpos antifosfolipídeos podem causar hipoprotrombinemia, resultando em prolongamento do TP.

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Veja também!

Referências

James L Zehnder, MD. Clinical use of coagulation tests. UpToDate, 2024. Disponível em: UpToDate

Lawrence LK Leung, MD. Overview of hemostasis. UpToDate. 2024. Disponível em: UpToDate

Lawrence S Friedman, MD. Tests of the liver’s biosynthetic capacity (eg, albumin, coagulation factors, prothrombin time). UpToDate, 2024. Disponível em: UpToDate

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L

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