Olá, querido doutor e doutora! A adenosina é um nucleosídeo endógeno presente em todas as células do corpo humano. Quimicamente, é composta por uma molécula de adenina ligada a uma molécula de ribose. No contexto médico, a adenosina é utilizada como um agente antiarrítmico e tem um papel importante no tratamento de certas condições cardíacas.
Vem com o Estratégia MED explorar os mecanismos de ação, indicações, efeitos adversos e considerações clínicas associadas ao uso da adenosina na prática médica. Ao final, separei uma questão de prova sobre o tema para respondermos juntos!
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Conceito de Adenosina
A adenosina pertence à classe terapêutica dos antiarrítmicos. Sua principal função é corrigir ritmos cardíacos anormais, especificamente em casos de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Ela exerce sua ação ao diminuir a condução elétrica através do nó atrioventricular (AV), interrompendo vias de reentrada e restaurando o ritmo sinusal normal. Além disso, a adenosina causa vasodilatação nas artérias coronárias, aumentando o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias normais, com pouco ou nenhum aumento nas artérias coronárias estenóticas.
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Indicações da Adenosina
A adenosina é indicada principalmente para o tratamento da taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Esta condição é caracterizada por episódios de batimentos cardíacos rápidos e irregulares, originados acima dos ventrículos. A adenosina é eficaz na conversão desses ritmos anormais ao ritmo sinusal normal, interrompendo as vias de reentrada através do nó atrioventricular (AV).
Além disso, a adenosina é utilizada para tratar taquicardias associadas à Síndrome de Wolff-Parkinson-White, uma condição que pode causar episódios de taquicardia devido a vias de condução elétrica adicionais no coração. A administração de adenosina nestes casos ajuda a restaurar a normalidade do ritmo cardíaco, aliviando sintomas e prevenindo complicações associadas aos ritmos cardíacos rápidos e irregulares.
Farmacocinética da Adenosina
Absorção: a adenosina é rapidamente absorvida pelos eritrócitos e células do endotélio vascular após administração intravenosa.
Meia-vida: possui uma meia-vida extremamente curta, inferior a 10 segundos. Isso significa que a adenosina é rapidamente eliminada do organismo, permitindo uma ação breve e controlada.
Metabolismo: a adenosina é metabolizada via adenosinoquinase, que converte a adenosina em seus metabólitos ativos por um processo de desaminação.
Contraindicações da Adenosina
A adenosina apresenta várias contraindicações importantes que devem ser consideradas antes de sua administração:
Hipersensibilidade: contraindicada em pacientes com hipersensibilidade conhecida à adenosina ou a qualquer componente da formulação.
Bloqueio AV de segundo ou terceiro grau: não deve ser usada em pacientes com bloqueio atrioventricular (AV) de segundo ou terceiro grau, a menos que possuam um marcapasso artificial funcional.
Bradicardia sintomática: contraindicada em casos de bradicardia sintomática, onde a frequência cardíaca é anormalmente baixa e causa sintomas.
Doença do nó sinusal: não deve ser administrada a pacientes com síndrome do nó sinusal, a menos que possuam um marcapasso artificial.
Doença pulmonar broncoconstritiva: contraindicada em pacientes com condições como asma ou outras doenças pulmonares broncoconstritivas, devido ao risco de piora dos sintomas respiratórios.
Interações Medicamentosas da Adenosina
A adenosina pode interagir com vários medicamentos, influenciando sua eficácia e aumentando o risco de efeitos adversos. Aqui estão as principais interações medicamentosas:
Carbamazepina: pode aumentar os efeitos adversos ou tóxicos da adenosina.
Citrato de Cafeína: pode reduzir o efeito terapêutico da adenosina.
Digoxina: pode aumentar os efeitos adversos ou tóxicos da adenosina.
Dipiridamol: pode aumentar os efeitos adversos ou tóxicos da adenosina.
Nicotina (oral e tópica): pode aumentar o efeito de taquicardia da adenosina.
Efeitos Colaterais da Adenosina
A adenosina pode causar uma variedade de efeitos colaterais, que variam em frequência e gravidade:
Reações Muito Comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes)
- Rubor facial; e
- Dispneia.
Reações Comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes)
- Dor de cabeça;
- Pressão no peito;
- Atordoamento; e
- Náusea.
Reações Incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes)
- Sudorese;
- Palpitações;
- Dor no Peito;
- Hipotensão;
- Hiperventilação;
- Vertigem;
- Formigamento;
- Torpor;
- Alterações visuais;
- Sensação de queimação;
- Peso na nuca e braços;
- Dor nas costas;
- Gosto metálico;
- Aperto na garganta; e
- Pressão na virilha.
Uso da Adenosina na Lactação e Gestação
A adenosina é classificada na categoria de risco C para uso durante a gestação. Isso significa não haver estudos controlados suficientes em humanos para determinar com segurança seu impacto no feto, e os estudos em animais são inexistentes ou indicam possíveis riscos. Dada a incerteza e os potenciais riscos, a adenosina deve ser usada durante a gravidez apenas quando o benefício potencial para a mãe justificar o risco potencial para o feto.
Em relação à lactação, não há informações claras sobre a excreção da adenosina no leite materno. No entanto, devido à sua meia-vida extremamente curta, sendo inferior a 10 segundos, a administração de adenosina é geralmente considerada segura durante a amamentação.
Cai na Prova
Acompanhe comigo uma questão sobre o tema (disponível no banco de questões do Estratégia MED):
SE – HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE – HUSE – HOSPITAL JOÃO ALVES FILHO 2023 A droga de primeira escolha como uma opção terapêutica indicada no tratamento da taquicardia supraventricular com instabilidade hemodinâmica em crianças é:
A. adrenalina
B. digoxina
C. milrinone
D. verapamil
E. adenosina
Comentário da Equipe EMED: Correta E, porque mencionou o tratamento de escolha para a TSV estável e pode ser usada na TSV instável durante o preparo da cardioversão, se houver acesso venoso disponível.
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Referências Bibliográficas
- UpToDate. Adenosine: Drug information. 2023
- Imagem em destaque: Pexels