Resumo de Ketamina: indicações, efeitos colaterais e mais!

Resumo de Ketamina: indicações, efeitos colaterais e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! Além de suas capacidades anestésicas, a ketamina tem sido objeto de estudo devido aos seus efeitos psicotomiméticos, que podem induzir um estado dissociativo e alucinações. Essas características abriram caminho para uma série de aplicações. No entanto, o uso recreativo da ketamina também trouxe à tona preocupações devido aos seus efeitos secundários e potencial para abuso.

Vem com o Estratégia MED conhecer as indicações da ketamina e quais precauções devemos ter ao prescrever o seu uso. Ao final, separei uma questão de prova sobre o tema para respondemos juntos! 

O que é a Ketamina 

A ketamina (cloridrato de escetamina) também conhecida como cetamina, é um medicamento anestésico que também possui propriedades analgésicas e psicotomiméticas. Ela foi desenvolvida nos anos 60 utilizada principalmente para induzir e manter a anestesia em procedimentos médicos e cirúrgicos. Além disso, a ketamina é empregada como um agente analgésico em situações de dor intensa. 

A peculiaridade da ketamina é que ela pode induzir um estado dissociativo, no qual o paciente pode sentir-se desconectado do ambiente ao seu redor. Esse efeito psicotomimético levou ao uso recreativo da substância, resultando em alucinações e experiências fora do corpo em doses mais elevadas.

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Informações Gerais da Ketamina 

  • A ketamina produz um estado anestésico, caracterizado por profunda analgesia, com reflexos laringofaringeanos normais, tono dos músculos esqueléticos normal ou ligeiramente aumentado e discreto estímulo cardiovascular e respiratório. Ocasionalmente acarreta uma depressão respiratória mínima, de caráter transitório.
  • A ketamina possui um pico de concentração de 45 minutos e meia vida inicial de 10-15 minutos e final de 2,5 horas
  • A ketamina possui formas de administração por via intramuscular e endovenosa.

Indicações da Ketamina 

  • Anestésico único em intervenções diagnósticas e cirúrgicas que não necessitem de relaxamento muscular. Apesar de ser apropriado para intervenções de curta duração, pode ser empregado, mediante administração de doses adicionais, em procedimentos mais prolongados;
  • Parto vaginal ou cesárea; e
  • Adjuvante anestésico para complementar a anestesia com outros agentes de baixa potência como, por exemplo, o óxido nitroso.

Contraindicações da Ketamina 

  • Absolutas: Hipersensibilidade à ketamina e porfiria. 
  • Relativas: Hipertensão arterial, antecedentes de acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca severa. 

Advertências e Precauções da Ketamina 

  • A ketamina deve ser usada com precaução por pessoas que consomem álcool de forma crônica ou por pessoas com intoxicação aguda por álcool. 
  • Não utilizar o medicamento durante a gravidez e o período de amamentação, com exceção da administração durante parto vaginal ou abdominal.
  • Manifestações psíquicas variam em gravidade entre sonhos agradáveis, imagens vividas, alucinações e delírio. Em alguns casos estes estados têm sido acompanhados por confusão, excitação e comportamento irracionais, com poucos pacientes lembrando como uma desagradável experiência.

Reações Adversas da Ketamina 

  • Frequente: Hipertensão e aumento da frequência cardíaca. A elevação máxima da pressão arterial tem variado, em média, entre 20% e 25% dos valores pré-anestésicos. Delírio, sonhos, confusão. A incidência dessas reações é mais baixa em pacientes jovens (15 anos ou menos) e em pacientes de idade avançada (mais de 65 anos). 
  • Infrequente: Hipotensão e bradicardia, depressão respiratória ou apneia relacionada à dose elevada. Movimentos tônicos e clônicos, anorexia, náuseas e vômitos. 
  • Raro: Arritmia cardíaca, laringoespasmo, diplopia, nistagmo, elevação da pressão intra-ocular.

Posologia da Ketamina 

  • Indução Anestésica: a ketamina pode ser administrada endovenosa na dose de 1-4,5 mg/kg em 60 segundos ou intramuscular na dose de 6,5-13 mg/kg.
  • Manutenção Anestésica: a ketamina pode ser administrada endovenosa na dose de 0,1-0,5 mg/kg/hora em microgotejamento ou Intramuscular na dose de 3,25-6,5 mg/kg a cada 12-25 minutos.
  • Analgesia ou sedação leve: a ketamina pode ser administrada endovenosa na dose de 1-2 mg/kg em 30-50 segundos, podendo administrar adicionalmente 0,5-1 mg/kg a cada 5-15 minutos se necessário e Intramuscular na dose de 2-3 mg/kg, podendo repetir a cada 5-10 minutos caso necessário. 

Superdose da Ketamina

A administração de uma dose excessiva de ketamina poderá ser seguida de depressão respiratória.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre a ketamina  (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

Paciente com história recente de trauma cerebral chega ao pronto-socorro agitado e requer sedação para a colocação de um cateter central. Qual dos medicamentos abaixo, utilizado sem associação com outro medicamento, é o MENOS apropriado para essa sedação? 

A. Propofol.

B. Midazolam. 

C. Fentanil. 

D. Cetamina. 

E. Dexmedetomidina.

Comentário da Equipe EMED: A Cetamina produz analgesia, amnésia e sedação. Além disso, apresenta propriedades broncodilatadoras. É útil no paciente hipovolêmico e hemodinamicamente instável, por ser um dos fármacos que menos provoca depressão cardiorrespiratória, mas provoca aumento da PIC e portanto deve ser evitada em pacientes vítimas de TCE. Portanto, alternativa D. 

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Veja também: 

Referências Bibliográficas 

  1. LexComp. Ketamine: Drug information. UpToDate. Disponível em: UpToDate
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