Resumo de macrodantina na gestação: indicações, farmacologia e mais!

Resumo de macrodantina na gestação: indicações, farmacologia e mais!

Visão geral

A macrodantina é o nome comercial de referência da nitrofurantoína, um antibiótico sintético, produzido a partir da nitração de compostos heterocíclicos na década de 1940. Atualmente, sua principal indicação é para infecção urinária em adultos e na população gestante.

A infecção urinária é uma condição comum em gestantes, que pode ocorrer em todos os trimestres. Devido a segurança para desenvolvimento dos fetos, vários antibióticos são contraindicados nas gestantes. 

No entanto, seu uso não deve ser realizado em qualquer momento da gestação. Então confere agora as principais indicações e contraindicações deste fármaco na gestação.

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Uso da macrodantina na gestação 

A macrodantina é comumente usada para tratar infecções do trato urinário na gravidez. Alguns autores e sociedades internacionais  ainda demonstram preocupação por vários motivos e normalmente é evitado durante o primeiro trimestre e também próximo ao termo.  Este antibiótico pode afetar a atividade da glutationa redutase e, portanto, pode causar anemia hemolítica, compartilhando a fisiopatologia dos problemas que causa em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. Recém-nascidos e fetos são aparentemente suscetíveis a esse efeito na atividade da glutationa redutase e crises hemolíticas foram documentadas nesses pacientes. 

No entanto, evidências gerais sugerem que são alternativas apropriadas, mesmo durante esses períodos, se outras opções não puderem ser usadas, por exemplo, devido a alergia a medicamentos. 

A Food and Drug Administration dos EUA continua a listar a nitrofurantoína como um medicamento de categoria B provavelmente seguro, enquanto o Canadian Compendium of Pharmaceuticals and Specialties (2007) continua afirmando que o uso de nitrofurantoína é contraindicado na gravidez quando as pacientes estão próximas do parto. 

A dosagem para tratamento de infecção do trato urinário ou bacteriúria assintomática em gestantes é 100 mg via oral, duas vezes ao dia, por 4 a 7 dias.

Cistite recorrente em gestantes

Para indivíduos que têm três ou mais episódios de cistite recorrente durante a gravidez, a profilaxia antimicrobiana é recomendada para prevenir episódios adicionais. A macrodantina é droga de escolha nesses casos, com dose única diária em baixa dose, 50 a 100 mg por via oral após o coito ou ao deitar.

Efeitos adversos da macrodantina

#Ponto importante: está associada a anemia hemolítica em recém-nascidos, principalmente se utilizados próximos a termo em gestantes. As informações de estudos que avaliam o risco de anomalias congênitas após a exposição no primeiro trimestre são inconclusivas.

Os efeitos colaterais gerais, não relacionados exclusivamente a gestação, são náuseas, vômitos e diarreia podem ocorrer, mas são contornados pela sua administração junto a alimentos. A apresentação da substância em macrocristais provoca menos efeitos colaterais digestivos. 

Umas das reações adversas mais graves, especialmente toxicidade pulmonar, são extremamente raras, e a nitrofurantoína mantém uma excelente segurança perfil. A forma aguda, a mais comum, que surge horas ou poucos dias após o início do tratamento, provavelmente resulta de um processo de hipersensibilidade à droga e, em geral, manifesta-se por um quadro de pneumonia eosinofílica, com febre, tosse não-produtiva, dispneia e, por vezes, com derrame pleural, erupção urticariforme e artralgias. 

Já a forma crônica  tem início insidioso, que aparece após meses ou anos de uso contínuo do fármaco, se manifesta de maneira polimorfa, como pneumonite eosinofílica, fibrose pulmonar, bronquiolite, hemorragia alveolar e pneumonite não-específica e provavelmente é devida à lesão pulmonar causada por oxidantes relacionados ao medicamento. O tratamento dessas complicações baseia-se no uso de corticosteróides e fisioterapia respiratória. 

Em casos extremamente raros, a nitrofurantoína também foi associado com toxicidade hepática aguda, polineuropatias com desmielinização degeneração motora e sensorial nervos ou reações hematológicas, como anemia megaloblástica, anemia hemolítica, icterícia colestática.

Contraindicações

Como vimos, a maioria das diretrizes contraindicam o uso deste antibiótico em gestantes a termo, entre 38 a 42 semanas de gestação, durante o trabalho de parto ou quando o início do trabalho de parto devido à possibilidade de anemia hemolítica na bula do fabricante do recém-nascido. 

Características farmacológicas da macrodantina

Farmacodinâmica 

A nitrofurantoína é um derivado nitrofurano ativo contra Escherichia coli, Staphylococcus saprophyticus e Enterococcus faecalis, principais bactérias causadoras de infecção urinária comunitária e hospitalar, mas não é ativa contra Proteus, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter e Klebsiella

Exerce ação bacteriostática após ser reduzida por flavoproteínas bacterianas a intermediários reativos que inativam ou alteram proteínas ribossomais bacterianas, levando à inibição da síntese protéica, metabolismo energético aeróbico, DNA, RNA e síntese da parede celular. 

Em concentrações elevadas e em meio ácido, como obtidas na bexiga, tem ação bactericida, por inibir a acetil-coenzima A, com isso diminuindo o metabolismo da glicose, e por romper o DNA bacteriano, levando à morte do microrganismo por inibir a respiração celular. Ademais, é capaz de lesar a membrana citoplasmática, alterando sua permeabilidade. 

Farmacocinética

A nitrofurantoína é bem absorvida do gastrointestinal, com a maior parte da absorção ocorrendo no intestino delgado proximal. Com biodisponibilidade de 90%, as concentrações parecem ser substancialmente aumentadas se o medicamento for tomado com alimentos. Ela não atinge concentrações terapêuticas no plasma e nos tecidos por ser rapidamente eliminada pelas vias renal e biliar. 

#Ponto importante: Existem duas formas de nitrofurantoína. A microcristalina é absorvida e eliminada de maneira mais rápida, enquanto macrocristalina absorção mais lenta, possibilitando espaçar mais o intervalo de doses, e diminui os efeitos adversos para o aparelho digestório. 

A nitrofurantoína é metabolizada pelo fígado em cerca de 66%, eliminando-se 30% sob forma natural via renal. Sua ação terapêutica somente ocorre ao nível da bexiga, onde atinge elevada concentração (50 a 250 mcg/ml) e por sua atividade maior em meio ácido. Em pacientes com insuficiência renal é recomendável suspender o seu uso para evitar seus efeitos neurotóxicos periféricos, considerando que a redução da dose pode não provocar níveis terapêuticos na urina.

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Veja também:

Referências bibliográficas:

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