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O que é leishmaniose?
As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. As principais formas são a tegumentar americana, que afeta pele e mucosas e a visceral, também chamada de calazar, que atinge órgãos internos.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão do protozoário causador da doença ocorre por insetos vetores, os flebotomíneos, pertencentes à ordem Diptera, conhecidos no Brasil popularmente como mosquito-palha.
Tipos de leishmaniose
Conforme dito anteriormente, a leishmaniose se divide em dois grandes grupos, o tipo tegumentar e o visceral.
Leishmaniose tegumentar
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) causa lesões de pele e mucosas. Na pele, apresenta-se, principalmente, como úlceras com bordas elevadas. Pode apresentar também lesões crostosas, verrucosas, entre outras formas.
Por sua vez, o acometimento mucoso é secundário às lesões da pele, surgindo meses ou anos após a resolução dessas. Os locais mais acometidos são as cavidades nasais, faringe, laringe e cavidade oral.
Leishmaniose visceral
A leishmaniose visceral é uma doença potencialmente grave, que ocorre pela multiplicação do protozoário em órgãos ricos em células do sistema reticuloendotelial, tais como o fígado e o baço.
Possui três formas clínicas:
- Assintomática: não há manifestação clínica e é identificada pela sorologia positiva;
- Oligossintomática: sintomas pouco específicos, comuns a um grande leque de doenças infecciosas, tais como febre, diarreia, perda de peso, e discreta ou ausente hepatoesplenomegalia; e
- Clássica: febre alta e diária, sudorese, falta de apetite, desnutrição grave, aumento do volume abdominal, hemorragias e diarreia.
A forma clássica pode evoluir criticamente para uma forma grave, com grande esplenomegalia, caquexia e anemia intensa, que acaba por levar a complicações sérias como hemorragias importantes e infecções bacterianas, que acabam por causar o óbito do paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico da leishmaniose pode ser feito por esfregaço de sangue periférico, com achado do parasita em sua forma amastigota, por cultura ou por histopatologia das lesões de pele, do baço ou da medula óssea. Em áreas endêmicas, havendo achados clínicos suspeitos, pode ser utilizada a intradermorreação de Montenegro para investigação diagnóstica.
Já em inquéritos epidemiológicos em áreas endêmicas, pode ser feita a busca sorológica, especialmente nos pacientes infectados assintomáticos.
Tratamento
Tanto na leishmaniose tegumentar americana, quanto na tegumentar, o tratamento de primeira escolha é o uso do antimonial pentavalente. A apresentação dessa medicação em uso no Brasil é o antimoniato de N-metilglucamina.
Entretanto, tal medicação é contra-indicada para gestantes, cardiopatas, nefropatas e hepatopatas, de maneira que é recomendada a realização de eletrocardiograma e dosagem sérica de ureia, creatinina e enzimas hepáticas antes da administração do antimonial e com repetição periódica desses exames durante o tratamento. A duração do tratamento da LTA é de 20 dias ao passo que a da leishmaniose visceral varia entre 20 a 40 dias.
Como droga de segunda escolha, para ambos os tipos de leishmaniose, se utiliza a anfotericina B, sendo a forma lipossomal a principal formulação presente no Brasil. Entretanto, essa droga possui um custo mais elevado que o antimonial e, como esta última possui pouca resistência dos parasitas à sua ação, a anfotericina B acaba ficando em segundo plano, devido ao seu custo-benefício.
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