Resumo de Diálise: categorias, indicações e mais!

Resumo de Diálise: categorias, indicações e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! A palavra “diálise” pode ser entendida como um processo de “solução através da divisão” ou “quebra através da separação”. É um procedimento utilizado para remover substâncias indesejadas do sangue, como toxinas e excesso de fluidos, em pacientes com insuficiência renal ou falha nos rins.

Vem com o Estratégia MED entender os tipos de diálise e como funcionam. Ao final, separei uma questão de prova sobre o tema para respondermos juntos! 

O que é a Diálise 

A diálise é um procedimento utilizado para realizar a filtragem e purificação do sangue em casos em que os rins não conseguem desempenhar adequadamente essa função. Os rins são responsáveis por eliminar resíduos e excessos de substâncias do sangue, como ureia e creatinina, além de regular o equilíbrio de eletrólitos e a quantidade de água no organismo. Quando os rins não funcionam corretamente devido a doenças renais crônicas, insuficiência renal aguda ou outros problemas de saúde, a diálise torna-se necessária para manter essas funções.

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Indicações de Diálise 

A diálise é indicada quando o paciente possui DRC avançada ou o rim nativo não consegue lidar com a hipervolemia e com os distúrbios hidreletrolíticos secundários à perda de função renal. As principais indicações para a diálise incluem:

  • TFG < 15 mL/min/1,73 m2 em indivíduos diabéticos ou < 18 anos;
  • TFG < 10 mL/min/1,73 m2 em todos os outros indivíduo

No entanto, essas indicações não são absolutas. Alguns pacientes podem apresentar boa taxa de filtrado glomerular (TFG) e ainda necessitarem de diálise. Essa situações ocorrem quando o paciente apresentam alterações que não puderam ser controlados com o tratamento conservador como: 

  • Hipercalemia;
  • Acidose metabólica;
  • Sintomas urêmicos graves (principalmente pericardite urêmica); e
  • Hipervolemia. 

Tipos de Diálise 

Existem dois principais tipos de diálise: hemodiálise e diálise peritoneal. A escolha entre hemodiálise e diálise peritoneal é influenciada por uma série de questões, como disponibilidade, conveniência, problemas médicos subjacentes, situação domiciliar e idade.

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Hemodiálise

Neste procedimento, o sangue do paciente passa por um filtro (capilar sintético) onde ocorre trocas de substâncias (potássio, ureia, creatinina e fósforo) e perda de volume hídrico entre o sangue e uma solução de diálise por meio de difusão.

Máquina de hemodiálise. Acervo pessoal

Para a realização da hemodiálise se faz necessário um acesso venoso para permitir que o sangue seja bombeado em fluxos altos. Existem quatro tipos principais de acesso: fístula arteriovenosa (mais comum), prótese, cateter de longa permanência e cateter de curta permanência (acesso de escolha na LRA). Preconiza-se a confecção de Fístula AV a partir de uma TFG ≤ 30 mL/min/1,73 m2 e cerca de 6 meses antes do início da hemodiálise.

Fístula AV. UpToDate

A hemodiálise é geralmente feita em centros de diálise e a frequência habitual é a realização de 3 sessões de 4 horas por semana. A única contraindicação para realização de hemodiálise é a falência de acesso vascular.

Hemodiálise. Shutterstock

Diálise Peritoneal

Neste método, um fluido de diálise é introduzido no abdômen do paciente por meio de um cateter. O peritônio atua como uma membrana semipermeável, permitindo a remoção de substâncias indesejadas e o excesso de líquidos do sangue da mesma forma que ocorre na hemodiálise. O acesso para o abdome é por meio dos cateteres peritoneais implantados pelo gastrocirurgião na cavidade abdominal. 

Diálise peritoenal. Shutterstock

A vantagem é que nunca vamos tirar mais volume do que o paciente aguenta, ou seja, não há hipotensão associada a essa técnica (paciente preserva a diurese por mais tempo), e a desvantagem é que não podemos precisar quanto de volume o paciente vai perder, ao contrário da hemodiálise. 

A diálise peritoneal é feita em ambiente domiciliar e o processo pode ser feito manualmente por um familiar ou pela máquina de diálise peritoneal. A troca de soluções deve ser feita diariamente. A principal contraindicação absoluta é a perda de função peritoneal e a principal complicação da diálise peritoneal é a peritonite.

Comparação entre os tipos de diálise. Apostila EMED

Efeitos Colaterais da Diálise 

A maioria dos pacientes tolera bem a diálise. No entanto, efeitos colaterais da diálise podem ocorrer. A hipotensão é a complicação mais comum e pode ser acompanhada de tonturas, falta de ar, cólicas abdominais, cãibras musculares, náuseas ou vômitos. Alguns pacientes sentem-se cansados ou “lavados” por algum período após uma sessão de diálise.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre diálise (disponível no Banco de Questões do Estratégia MED): 

PA – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ – UEPA BELÉM 2016

Homem de 85 anos diabético e hipertenso dá entrada no hospital com quadro de retenção urinária, congesto e urêmico. O nefrologista de sobreaviso indicou hemodiálise de urgência e solicitou que você implantasse o cateter temporário para terapia substitutiva renal. O sítio de punção ideal para o implante do cateter de Shilley é:

A. Veia Subclávia Esquerda.

B. Veia Femoral Comum Direita.

C. Veia Jugular Interna Esquerda.

D. Veia Jugular Interna Direita.

E. Veia Subclávia Direita.

Comentário da Equipe EMED: essa questão aborda uma questão corriqueira do dia a dia: onde é o melhor local de implantação de um acesso para a hemodiálise? A resposta é direta: veia jugular interna direita! Portanto, alternativa D.

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Referências Bibliográficas 

  1. John M Burkart & Jennifer E Flythe. Dialysis modality and patient outcome. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate
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