Resumo de Escleroterapia: conceito, procedimento e mais!
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Resumo de Escleroterapia: conceito, procedimento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A escleroterapia é um procedimento médico minimamente invasivo utilizado no tratamento de varizes e telangiectasias, sendo dilatações venosas frequentemente encontradas nas pernas. Este método envolve a injeção de uma substância esclerosante nas veias afetadas, levando à sua obliteração e subsequente reabsorção pelo organismo. Esse texto irá abordar os aspectos principais da escleroterapia, incluindo seu conceito, indicações, técnica, cuidados pós-procedimento e potenciais complicações.

Conceito de Escleroterapia 

A escleroterapia é um procedimento médico minimamente invasivo amplamente utilizado no tratamento de varizes e telangiectasias. Esse método envolve a injeção de uma solução esclerosante diretamente nas veias afetadas, levando à irritação do endotélio vascular. Essa irritação provoca uma reação inflamatória controlada, resultando na fibrose da veia e, eventualmente, em sua oclusão. Com o tempo, a veia tratada é reabsorvida pelo corpo, melhorando a aparência estética e aliviando sintomas associados, como dor, inchaço e sensação de peso nas pernas.

Indicações da Escleroterapia

A escleroterapia é indicada para o tratamento de diversas condições vasculares, sendo mais frequentemente utilizada em pacientes com varizes e telangiectasias, mas suas aplicações vão além dessas patologias:

  1. Varizes de pequeno e médio calibre: a escleroterapia é amplamente indicada para o tratamento de varizes em veias de pequeno a médio calibre, especialmente aquelas que não respondem bem ao tratamento conservador. Estas varizes podem causar sintomas como dor, inchaço, sensação de peso nas pernas, cãibras noturnas e prurido. 
  1. Telangiectasias: as telangiectasias são pequenas veias dilatadas que aparecem na superfície da pele, frequentemente nas pernas e rosto. Embora geralmente sejam assintomáticas, podem causar desconforto estético significativo para os pacientes. 
  1. Veias reticulares: essas veias são maiores do que as telangiectasias, mas menores que as varizes clássicas. São visíveis através da pele e podem ser tratadas eficazmente com escleroterapia. 
  1. Malformações vasculares venosas e linfáticas: a escleroterapia pode ser utilizada no manejo de malformações vasculares venosas e linfáticas. Nesse contexto, a escleroterapia ajuda a reduzir o tamanho das malformações e aliviar os sintomas. 
  1. Hemorroidas: em casos selecionados, especialmente em hemorroidas internas de graus I e II, a escleroterapia pode ser uma opção de tratamento. A injeção de uma substância esclerosante nas hemorroidas causa a fibrose e a subsequente redução do tamanho dos vasos, aliviando sintomas como sangramento e desconforto.

Contraindicações da Escleroterapia

A escleroterapia, embora seja um procedimento seguro e amplamente utilizado, não é indicada para todos os pacientes. Existem contraindicações absolutas e relativas que devem ser consideradas antes de se proceder com o tratamento: 

Contraindicações Absolutas 

  • Hipersensibilidade ou alergia à substância esclerosante: pacientes com histórico de reação alérgica grave (anafilaxia) a qualquer um dos componentes da solução esclerosante, como polidocanol ou tetradecil sulfato de sódio, não devem ser submetidos ao procedimento. 
  • Trombose venosa profunda (TVP) ativa ou história recente de TVP: a presença de TVP ou um episódio recente contraindica a escleroterapia devido ao risco aumentado de propagação do trombo, ou desenvolvimento de embolia pulmonar. 
  • Gravidez e amamentação: a escleroterapia não é recomendada durante a gravidez e a amamentação devido à falta de estudos conclusivos sobre a segurança das substâncias esclerosantes para o feto ou lactente. 
  • Infecções locais ou sistêmicas ativas: pacientes com infecção ativa, seja no local de tratamento ou sistêmica, devem adiar a escleroterapia até que a infecção esteja completamente resolvida, para evitar complicações. 
  • Doença arterial periférica severa: em pacientes com doença arterial periférica grave, especialmente nos membros inferiores, a escleroterapia pode comprometer ainda mais a circulação, o que pode levar a complicações isquêmicas. 

Contraindicações Relativas 

  • Imobilização prolongada: pacientes que estão imobilizados por longos períodos, como aqueles em repouso no leito ou com restrições de mobilidade, devem evitar a escleroterapia devido ao risco aumentado de trombose venosa. 
  • Insuficiência venosa profunda significativa: em pacientes com insuficiência venosa profunda não corrigida, a escleroterapia pode ser menos eficaz e potencialmente perigosa, sendo importante avaliar cuidadosamente os benefícios e riscos. 
  • Uso de anticoagulantes: pacientes em tratamento com anticoagulantes devem ser avaliados com cautela. Embora não seja uma contraindicação absoluta, o risco de sangramento pode ser maior, exigindo ajustes na medicação antes do procedimento. 
  • Cardiopatia grave: pacientes com insuficiência cardíaca ou outras cardiopatias severas podem apresentar maior risco de complicações durante, ou após a escleroterapia, especialmente devido ao possível aumento da sobrecarga volêmica. 
  • Distúrbios de coagulação: pacientes com distúrbios de coagulação, como trombofilia ou deficiência de fatores de coagulação, devem ser cuidadosamente avaliados antes de realizar a escleroterapia devido ao risco aumentado de complicações tromboembólicas. 

Técnica da Escleroterapia 

A escleroterapia é um procedimento técnico que, quando realizado corretamente, pode resultar em alta eficácia no tratamento de varizes e outras condições vasculares. O passo a passo consiste em: 

  1. Avaliação pré-procedimento: realizar uma avaliação clínica completa, incluindo exames como ultrassonografia Doppler, para identificar as veias-alvo e planejar o tratamento. 
  1. Escolha da solução esclerosante: selecionar a substância esclerosante adequada (ex.: polidocanol, tetradecil sulfato de sódio) e determinar a concentração com base no tipo e tamanho das veias. 
  1. Preparação do paciente: posicionar o paciente confortavelmente, limpar a área a ser tratada com antisséptico e, se necessário, utilizar luz ou ultrassom para visualizar melhor as veias. Uma sessão de escleroterapia é um procedimento relativamente rápido e minimamente invasivo, que dura cerca de 30 minutos a 1 hora.
  1. Injeção da solução esclerosante: injetara solução lentamente e com precisão na veia, utilizando uma agulha fina ou microcânula. Observar a resposta da veia para confirmar a eficácia. 
  1. Sessões de tratamento: realizar sessões adicionais conforme necessário, geralmente com intervalos de 4 a 6 semanas, até atingir o resultado desejado. Os efeitos visíveis do tratamento começam a aparecer gradualmente nas semanas seguintes às sessões. As veias tratadas tendem a clarear ao longo de 3 a 6 meses, com a maioria dos pacientes observando uma melhora significativa após esse período.

Complicações da Escleroterapia 

Embora a escleroterapia seja geralmente segura e eficaz, como qualquer procedimento médico, ela pode apresentar complicações. A maioria dessas complicações é leve e temporária, mas algumas podem ser mais graves: 

  • Hiperpigmentação: uma das complicações mais comuns, a hiperpigmentação ocorre quando a pele sobre a veia tratada adquire uma cor escura, geralmente devido à deposição de hemossiderina. Essa pigmentação geralmente é temporária e tende a desaparecer em meses, mas pode se tornar permanente em alguns casos.
  • Matting: Matting refere-se ao aparecimento de pequenos vasos sanguíneos ou telangiectasias ao redor da área tratada, geralmente dentro de algumas semanas após o procedimento. Pode ser esteticamente indesejável, e em alguns casos, requer tratamento adicional.
  • Tromboflebite: a tromboflebite é a inflamação de uma veia superficial acompanhada pela formação de coágulo. Pode causar dor, vermelhidão e inchaço ao longo da veia tratada. O tratamento inclui compressão, anti-inflamatórios e, em alguns casos, anticoagulantes.
  • Necrose cutânea: a necrose cutânea é uma complicação rara, mas grave, que pode ocorrer se a solução esclerosante extravasar para os tecidos circundantes ou se for injetada acidentalmente em uma artéria. Isso leva à morte do tecido, resultando em ulcerações dolorosas que podem deixar cicatrizes permanentes. 
  • Reações alérgicas: embora raras, as reações alérgicas à solução esclerosante podem ocorrer, variando de reações cutâneas leves, como urticária, a reações sistêmicas mais graves, como anafilaxia, que requerem tratamento emergencial. 

Cuidados Pós-Procedimento e Orientações ao Paciente

Após a escleroterapia, é fundamental que o paciente siga algumas orientações para otimizar os resultados e evitar complicações. O uso de meias de compressão é recomendado por várias semanas para auxiliar na cicatrização das veias tratadas e prevenir o desenvolvimento de novas varizes. Caminhadas diárias são incentivadas para melhorar a circulação, enquanto atividades físicas intensas devem ser evitadas inicialmente. 

O paciente também deve proteger a pele tratada da exposição solar direta, utilizando protetor solar para evitar hiperpigmentação. É importante estar atento a sinais de complicações, como dor intensa ou inchaço anormal, e buscar atendimento médico se necessário.

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Referências Bibliográficas 

  1. NATIONAL CENTER FOR BIOTECHNOLOGY INFORMATION. Sclerotherapy. In: STATPEARLS. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK599526/. Acesso em: 29 ago. 2024.
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