Olá, querido doutor e doutora! O Implanon é um método contraceptivo subdérmico que oferece uma opção de controle de natalidade de longa duração para mulheres que buscam uma alternativa eficaz e reversível. Composto por um pequeno bastonete que libera o hormônio etonogestrel, o implante age inibindo a ovulação e alterando a viscosidade do muco cervical, impedindo a fertilização. Inserido no braço por um profissional de saúde, o Implanon permanece ativo por até três anos, sendo especialmente indicado para mulheres que preferem métodos de baixa manutenção ou que apresentam contraindicações ao uso de estrogênio. Este artigo explora desde as indicações e contraindicações até o passo a passo do procedimento, fornecendo informações essenciais para profissionais da saúde.
O Implanon oferece uma alternativa discreta e de longa duração para mulheres que buscam praticidade e segurança na contracepção.
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Conceito de Implanon
O Implanon é um método contraceptivo em formato de implante subdérmico, composto por um pequeno bastonete que contém etonogestrel, um hormônio que inibe a ovulação e altera a viscosidade do muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides. Inserido na camada subcutânea do braço, o Implanon age de forma eficaz por até três anos, liberando doses controladas de hormônio ao longo desse período. Essa opção é voltada para mulheres que buscam uma contracepção prolongada e reversível, especialmente aquelas com contraindicações ao uso de estrogênio.
Mecanismo de Ação
O Implanon exerce seu efeito contraceptivo por meio de dois mecanismos principais:
- Inibição da ovulação: o hormônio etonogestrel presente no implante bloqueia a liberação dos óvulos, impedindo que ocorra a ovulação e, portanto, reduzindo as chances de gravidez.
- Alteração do muco cervical: o etonogestrel torna o muco cervical mais viscoso, dificultando a passagem dos espermatozoides pelo colo do útero. Esse aumento da densidade do muco age como uma barreira adicional à fecundação.
Após a remoção do implante, o Implanon é rapidamente reversível. Em aproximadamente uma semana, os níveis de etonogestrel se tornam indetectáveis no organismo e a ovulação tende a retornar em até três meses em mais de 90% das usuárias.
Timing da inserção
- Se a mulher não usou anticoncepcional hormonal no mês anterior, o Implanon deve ser inserido entre o 1º e o 5º dia do ciclo menstrual;
- Para quem migra de contraceptivos combinados, a inserção é feita nos últimos sete dias de uso do método anterior;
- No caso de migração de uma pílula de progestina, a inserção pode ocorrer em qualquer dia, desde que nenhuma dose tenha sido esquecida;
- Após um aborto no primeiro trimestre, o implante pode ser inserido após cinco dias; e
- Após o parto ou um aborto no segundo trimestre, recomenda-se a inserção entre a terceira e a quarta semana.
Indicações do Implanon
O Implanon é indicado para mulheres que buscam uma opção contraceptiva de longa duração e reversível. Este implante é especialmente recomendado para:
- Mulheres que desejam evitar a gravidez a longo prazo, com um método que não dependa de administrações frequentes;
- Fumantes com mais de 35 anos, uma vez que o Implanon não contém estrogênio e, portanto, reduz os riscos associados ao uso desse hormônio em fumantes; e
- Pacientes que apresentam contraindicações ao uso de métodos contraceptivos à base de estrogênio, como aqueles com histórico de trombose ou problemas hepáticos.
Contraindicações do Implanon
O uso do Implanon é contraindicado nas seguintes situações:
- Gestação ou suspeita de gravidez, pois o método não deve ser utilizado em mulheres grávidas;
- Histórico atual ou prévio de trombose, devido ao risco potencial de complicações associadas a doenças trombóticas;
- Tumores hepáticos ou doenças hepáticas ativas, já que o hormônio presente no implante pode impactar a função hepática;
- Sangramento genital de origem desconhecida, pois a presença desse sintoma requer investigação antes do uso do implante;
- Histórico ou suspeita de câncer de mama, uma vez que o etonogestrel pode influenciar o crescimento de tumores hormonossensíveis;
- Alergia a qualquer componente do Implanon; e
- O uso não é recomendado para mulheres em uso contínuo de medicamentos que induzam enzimas hepáticas, como certos antibióticos, antifúngicos, anticonvulsivantes e produtos com erva-de-são-joão, que podem reduzir a eficácia contraceptiva do implante.
Efeitos Colaterais do Implanon
Os efeitos colaterais mais comuns associados ao uso do Implanon incluem:
- Alterações no padrão de sangramento: muitas usuárias relatam sangramentos irregulares, que podem variar em intensidade e duração. É comum haver sangramento de escape e que a frequência e a duração dos sangramentos sejam menos previsíveis do que em ciclos menstruais regulares. Em alguns casos, a dismenorreia (cólicas menstruais) tende a melhorar com o uso do implante.
- Ganho de peso: observado em cerca de 2,3% das usuárias, o ganho de peso pode ser um efeito indesejado para algumas pacientes.
- Alterações emocionais: labilidade emocional (mudanças de humor) e, em menor proporção, sintomas de depressão são registrados em algumas mulheres.
- Cefaleia e acne: em uma parcela menor de usuárias, também foram relatados casos de cefaleia (1,6%) e acne (1,3%).
- Outros efeitos menos comuns: entre as usuárias que amamentam, estudos indicaram que o Implanon não afeta a produção ou a qualidade do leite materno nem o desenvolvimento do bebê.
A maioria das interrupções do uso do Implanon ocorre durante o primeiro ano, principalmente devido aos sangramentos irregulares. Contudo, a orientação e o acompanhamento médico podem ajudar a minimizar o impacto desses efeitos colaterais.
O Procedimento
O procedimento de inserção do Implanon segue uma sequência específica para garantir a segurança e eficácia do implante. Os passos são:
- Orientação e preparação da paciente: a paciente deve ser informada sobre o procedimento, possíveis efeitos colaterais, e orientada a ler e assinar o termo de consentimento.
- Posicionamento da paciente: colocar a paciente em posição de decúbito dorsal, com o braço não dominante flexionado e rotado para fora.
- Identificação do local de inserção: marcar o local de inserção a 6-8 cm acima da dobra do cotovelo, entre o bíceps e o tríceps. Uma segunda marcação é feita alguns centímetros acima da primeira para guiar o caminho do implante.
- Antissepsia e anestesia: realizar a antissepsia do local com iodopovidona ou clorexidina e, em seguida, aplicar anestésico local ao longo do trajeto planejado para o implante.
- Inserção do implante: remover o aplicador esterilizado do Implanon da embalagem e posicioná-lo com a ponta para cima. Esticar a pele com o polegar e o indicador da mão não dominante e inserir a ponta do aplicador, com o lado chanfrado para cima, num ângulo de cerca de 20 graus até penetrar a pele. Baixar o aplicador até o plano horizontal e continuar a inserção ao longo do caminho marcado.
- Liberação do implante: romper o lacre do aplicador e girá-lo 90 graus para liberar o implante, segurando o aplicador enquanto a agulha é retraída.
- Confirmação da posição: palpar o implante para verificar sua presença e pedir que a paciente também o sinta para confirmação.
- Curativo: aplicar um curativo pequeno no local da inserção e cobrir a área com uma compressa de gaze, instruindo a paciente a manter o curativo por 24 horas.
- Acompanhamento: fornecer à paciente um cartão de usuária com informações sobre o implante, incluindo a data de inserção e o prazo de validade. O Implanon tem validade contraceptiva de até três anos após a inserção. Após esse período, recomenda-se a remoção ou substituição do implante para garantir a continuidade da contracepção.
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Referências Bibliográficas
- SULIK, Sandra M. Implanon (Implante de Etonogestrel). In: MAYEAUX, E. J. Guia ilustrado de procedimentos médicos. 1. ed. [S.l.]: [s.n.], 2010. Cap. 78, p. 591-598.