ResuMED de hipertrofia da adenóide – síndrome do respirador bucal e apneia do sono infantil

ResuMED de hipertrofia da adenóide – síndrome do respirador bucal e apneia do sono infantil

Como vai, futuro Residente? Alguns dos temas mais prevalentes nas provas de Residência Médica em Otorrinolaringologia são apneia do sono na infância e síndrome do respirador bucal. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto para gabaritar as provas de Residência Médica e garantir sua vaga. Quer saber mais? Continue a leitura. Bons estudos!

Introdução

Para entender patologias que acometem a laringe, devemos entender a anatomia e fisiologia do órgão, um tópico muito cobrado nas provas!

A laringe possui dois grupamentos musculares que são responsáveis por diferentes funções: 

  • Musculatura extrínseca: responsável pela elevação/abaixamento da laringe, seu principal e mais importante movimento para a deglutição.
  • Musculatura intrínseca: responsável pela mobilidade das pregas vocais, fundamental para a emissão da voz e proteção das vias aéreas inferiores, pela abertura e fechamento da traqueia.

Anatomia da laringe e vias aéreas na infância

Algumas alterações entre a laringe do adulto e da criança são importantes para o conhecimento das patologias infecciosas do órgão, bem como para a realização da intubação. Essas alterações podem ser dispostas na regra dos 7s (em inglês):

1. Size – tamanho: menor na infância.

2. Shape – formato: “em funil” na criança e cilíndrica no adulto.

3. Softess – flacidez: cartilagens mais finas e flexíveis na infância.

4. Superiorly – localização: mais alta na infância.

5. Straughter – retificada: mais reta e menos oblíqua na infância.

6. Sensitivity – sensibilidade: maior sensibilidade, com mais facilidade a espasmos na infância.

7. Subglotis – subglote: maior estreitamento na infância é na subglote.

Por isso, em crianças a utilização de lâminas retas de laringoscópio é mais eficaz e sua epiglote mais longe, flácida e estreita, facilita a intubação, diferentemente dos adultos. A localização mais alta da laringe infantil também permite visualizar e epiglote durante a inspeção da orofaringe com o uso de espátula. 

Como as crianças possuem vias aéreas, incluindo a laringe, menores, pequenos estreitamentos já podem iniciar quadros de estridor e dispneia, com obstruções graves e risco de morte. 

Disfonia

Disfonia é um sinal e sintoma caracterizado pela dificuldade de falar, e pode ser causada por diversos fatores. As principais patologias benignas não infecciosas que causam disfonia são:

Laringite por abuso vocal ⇒  processo inflamatório agudo e autolimitado nas pregas vocais que causam disfonia e desconforto à fonação. Se desenvolve de forma aguda, sem história prévia nem outros sinais ou sintomas importantes associados, como dor, odinofagia, dispneia ou tosse. Seu tratamento é apenas repouso vocal e sintomático, sem indicação de anti-inflamatórios. 

Edema de Reinke ⇒ acúmulo de substância viscosa/gelatinosa em um espaço denominado espaço de Reinke, um espaço virtual entre a mucosa da prega vocal e o ligamento vocal. Seu principal fator de risco é o tabagismo, e também pode estar associado à intubação orotraqueal. Clinicamente apresenta-se com mudança no padrão de voz, deixando-a mais grossa e baixa. 

Nódulos vocais ⇒  “calos” nas pregas vocais, comuns em professores e usuários profissionais da voz. Seu quadro clínico inclui episódios recorrentes de disfonia que se intensificam após o fim do dia ou semana de trabalho. O tratamento é realizado com fonoterapia. 

Hipertrofia de adenoide 

A adenoide faz parte do anel linfático de Waldeyer, que inclui as tonsilas linguais, tonsilas palatinas (amígdalas) e tonsilas faríngeas (adenoides). Em casos de hipertrofia das adenoides, o paciente apresenta sintomatologia com obstrução nasal com coriza persistente, respiração bucal, além de a longo prazo pode causar síndrome do respirador bucal e apneia obstrutiva do sono na infância. 

Essa hipertrofia pode também favorecer alterações no aparelho auditivo, como a otite média serosa, pois pode obstruir o óstio faríngeo da tuba auditiva, a partir da estase das secreções da orelha média e diminuição de sua aeração. 

Outra possível patologia otorrinológica causada pela hipertrofia da adenoide é a otite média aguda de repetição, pela possibilidade de colonização crônica por patógenos bacterianos que podem se predispor a desenvolverem a doença. A otite média aguda pode ser confirmada por uma radiografia simples do cavum ou por uma videoendoscopia nasal com visão direta da rinofaringe, e seu tratamento é cirúrgico através de adenoidectomia, caso as amígdalas também estejam hipertrofiadas, deve ser realizada amigdalectomia. 

É importante dizer que a exérese das adenoides não elimina reações alérgicas, ou seja, não serve como tratamento para rinite. 

Síndrome do respirador bucal 

É definida por um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da obstrução nasal crônica, que causa persistência prolongada da respiração bucal, responsável pelo desenvolvimento de manifestações clínicas, como deformidade torácica, cor pulmonale e hipertensão pulmonar direita. Um dos principais fatores desencadeantes é a hipertrofia das adenoides, e seu sintoma mais preditivo de diagnóstico é a obstrução nasal crônica. 

Seu tratamento se baseia em resolver a doença de base.

Apneia obstrutiva do sono na infância

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por episódios de obstrução completa ou parcial das vias aéreas superiores durante o sono, geralmente causando anormalidades nas trocas gasosas e excitações neurais que causam distúrbios quando o paciente está dormindo, acometendo cerca de 1 a 5% das crianças, com igualdade entre os sexos. 

É a causa mais frequente de insuficiência respiratória em adolescentes obesos, com maior prevalência ainda em pacientes com anomalias craniofaciais (como na síndrome do respirador bucal), que predispõem quadros obstrutivos duradouros e o desenvolvimento dessa apneia. 

A principal causa é a hipertrofia da adenoide, e a história familiar de apneia do sono também aumenta a probabilidade de desenvolvimento. Seus principais sinais e sintomas noturnos incluem respiração difícil com movimentos abdominais paradoxais, respiração bucal e bruxismo, sono agitado e trocas frequentes de decúbito, sudorese noturna, enurese noturna ou noctúria, sonambulismo, apneias, e ronco habitual (>3 dias por semana) ou de alta intensidade. Os sintomas e sinais diurnos incluem respiração oral e voz anasalada, dificuldade de aprendizado e baixo rendimento escolar, alterações comportamentais, sonolência diurna e cefaleia matinal. 

O exame padrão-ouro para diagnóstico é a polissonografia de noite inteira, que permite identificar os eventos obstrutivos e quantificar a gravidade da apneia. 

Em pacientes graves deve ser realizada adenoidectomia, com ou não, amigdalectomia. Pacientes com hipertrofia isolada de adenoide e amígdalas normotróficas, não devem ser submetidos à amigdalectomia, mas os com amígdalas palatinas grau IV com dificuldade de alimentação respiração bucal, a cirurgia deve fazer parte do tratamento. 

Por fim, o tratamento com pressão positiva contínua deve ser indicado para casos de AOS grave, quando associados à hipertrofia adenotonsilar mínima, e que apresentem comorbidades importantes ou potenciais de complicações graves na cirurgia. Em casos de leve a moderado, pode ser indicada apenas observação, manejo nutricional ou farmacológico de possíveis fatores de risco, como a rinite alérgica. 

Chegamos ao fim do nosso resumo! Neste texto você aprendeu mais sobre hipertrofia de adenoide e suas possíveis patologias. Confira o Portal Estratégia MED para ter acesso a mais resumos de otorrinolaringologia!

Gostou do conteúdo? Não se esqueça de fazer parte do time Estratégia MED acessando a nossa plataforma! Lá você encontra tudo o que precisa sobre diversos temas para as provas de Residência Médica, com acesso às videoaulas, resumos, materiais, simulados, bancos de questões e muito mais exclusivamente para você, futuro Residente! Não deixe de conferir!

Não se esqueça de compartilhar com um amigo futuro residente também. Afinal, quem estuda junto, passa junto! 

Curso Extensivo Residência Médica

Você também pode se interessar por:

Você pode gostar também