ResuMED de Processo Saúde – Doença: definição, modelos, prevenção e mais!

ResuMED de Processo Saúde – Doença: definição, modelos, prevenção e mais!

Como vai, futuro Residente? Sabia que o processo saúde-doença é muito cobrado nas provas? Por isso, nós preparamos um resumo perfeito! Aqui no Estratégia MED você entende mais sobre o processo saúde-doença, seus modelos, níveis de prevenção e muito mais! Boa leitura. 

Definição

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o termo saúde significa “um estado completo de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidade”, ou seja, a saúde vai além de questões físicas. 

Da mesma maneira, a autora Vianna, em material sobre o Processo saúde-doença na Universidade Aberta do SUS, descreve sobre a doença “ não pode ser compreendida por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece estado de doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece”, ou seja, é algo individual. 

Modelos explicativos

Existem alguns modelos explicativos do processo saúde-doença propostos pelos autores Almeida Filho e Rouquayrol, são eles: 

  • Biomédico: prioriza o diagnóstico e a cura;
  • Processual: considera a relação do meio ambiente com o corpo;
  • Sistêmico: todas as áreas se relacionam entre si, e quando há uma desarmonia, afetam os demais;
  • Mágico-religioso: os deuses estabelecem a doença e a cura; e
  • Determinação social: determinantes variados, desde o individual até o macro social.

Entre esses, o modelo processual é um dos mais cobrados em provas. Foi criado em 1953, por Leavell e Clark, e é dividido em dois períodos: 

  • Período pré-patogênico: ainda não há a doença, apenas susceptibilidade.

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Esse período apresenta três fatores, o hospedeiro, o agente e o meio, chamados de tríade ecológica, em que todos atuam como determinantes para o processo saúde-doença. Representa o indivíduo antes da doença, porém com susceptibilidade devido aos fatores ambientais.

  • Período patogênico: organismo adoecido, com possibilidades de evolução.

Ao ocorrer interação entre hospedeiro e estímulo, inicia o período patogênico. Assim que o indivíduo apresenta sinais e sintomas, ele atravessa o “horizonte clínico” e passa a ser classificado como “doença precoce discernível’‘, seguida da “doença avançada”, quando já está progredida. O desfecho da doença depende da evolução do quadro do paciente. 

Prevenção em saúde

ATENÇÃO! ESSES SÃO OS TÓPICOS QUE MAIS COBRAM EM PROVAS! 

Leavell e Clark também estabeleceram três níveis de prevenção em saúde: primária, secundária e terciária.

Primária

Visam interromper fatores que determinam o início ou agravo de doenças antes que elas possam surgir, estando relacionado ao período pré-patogênico e ao controle de causas e riscos das doenças. 

A prevenção primária pode ser dividida em promoção de saúde e proteção específica, sendo a primeira relacionada a melhora da qualidade de vida dos indivíduos, como a alimentação adequada. Já a segunda visa minimizar possíveis agravos, como a vacinação.

Secundária

Abrange o período patogênico, ou seja, o indivíduo já está doente. Sendo assim, essa prevenção procura melhorar o prognóstico do paciente, evitando evolução. Também pode ser subdividida entre: diagnóstico precoce e tratamento imediato e limitação da incapacidade.

Suas subdivisões estabelecem, respectivamente, diagnosticar e tratar as doenças o mais rápido possível (inclusive as assintomáticas), e tratar de maneira adequada doenças que são consideradas crônicas. 

Terciária

A essa altura do campeonato, o indivíduo já possui a doença a longo prazo. Portanto, o objetivo da prevenção terciária é minimizar qualquer chance de agravo causado pelas sequelas do quadro, contribuindo também para uma melhor qualidade de vida. 

Desse modo, alguns exemplos dessa prevenção são: reabilitação física, reabilitação profissional, suporte psicossocial e readaptações no domicílio, vias públicas ou ambiente de trabalho.

ATENÇÃO! O uso de álcool e tabagismo, entre outras substâncias, são considerados estados patológicos, porém também estão envolvidos em todos os processos de prevenção. 

Quaternária

Sim, existe um processo de prevenção quaternária, que é o mais cobrado em provas! Porém, esse modelo foi criado após os de Leavell e Clark, os criadores foram Marc Jamoulle e Michel Roland. 

Este modelo visa lembrar os médicos justamente de que todo tratamento excessivo pode ser prejudicial à saúde do indivíduo, buscando então evitar procedimentos desnecessários, excesso de intervencionismo ou intervenções inapropriadas, sobretratamentos e sobrediagnósticos e supermedicalização.

Lembre-se do termo iatrogenia, que significa um dano à saúde resultado de intervenção desnecessária, cuja prevenção quaternária busca evitar, atendendo o quarto princípio da bioética: a não-maleficência.

Prevenção primordial e prevenção quinquenária

A prevenção primordial vai além de fatores físicos da doença, ela faz parte do processo saúde-doença como um todo, pois procura evitar a instalação de fatores de risco, os quais ainda não fariam parte da população, como medidas de higiene, espaços verdes nas cidades, redução da poluição, entre outros. 

Já a prevenção quintenária, ao invés de estar relacionada estritamente ao paciente, estabelece o bem-estar do profissional de saúde para que ele possa tratar o doente adequadamente. 

Determinação social em saúde (DSS)

É o modelo explicativo mais aceito atualmente sobre o processo saúde-doença. Ele possui duas definições importantes, segundo a comissão nacional:

1.  Os DSS são características socioeconômicas, culturais e ambientais de uma sociedade, que influenciam as condições de vida e trabalho de todos os integrantes; e

2. A OMS define os DSS como condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham.

Essas determinantes possuem diversos modelos, porém aqui vamos focar no mais usado no Brasil: o modelo de Dahlgren e Whitehead. Esse entende que os DSS estão distribuídos em camadas de 1 a 5, em uma crescente do individual para o comunitário, sendo elas:

  • Camada 1: determinantes individuais (sexo, idade, herança genética);
  • Camada 2: comportamento e estilo de vida dos indivíduos;
  • Camada 3: impactos das redes sociais e comunitárias; 
  • Camada 4: relacionados às condições de vida e de trabalho; e 
  • Camada 5: influenciada pelas demais camadas e por processos maiores, como a globalização. São chamados de determinantes sociais distais. 

Em 2010, a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS, uniu os modelos anteriores, formando o modelo de Solar e Irwin, que possui apenas dois determinantes: os sociais e os estruturais. Nesse modelo, é estabelecido que o capital social e a coesão social são elos de ligação dos determinantes. 

Os determinantes estruturais relacionam os fatores socioeconômicos com fatores que os originam, como a renda, educação, classe social, entre outros, se assemelhando aos macrodeterminantes de Dahlgren e Whitehead. Esse está diretamente relacionado aos determinantes intermediários, que abrangem fatores biológicos, psicossociais, materiais e o sistema de saúde. 

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