Resumo da anatomia e fisiologia do epidídimo!

Resumo da anatomia e fisiologia do epidídimo!

O epidídimo é um órgão essencial para fertilidade masculina, já que os espermatozoides testiculares são imaturos e adquirem motilidade e capacidade de fertilização durante o trânsito pelo epidídimo. Vamos conferir agora os principais aspectos fisiológicos deste órgão e sua importância na reprodução masculina. 

Anatomia do epidídimo

O epidídimo é um órgão semelhante a um ducto espiralado com comprimento de 4 a 6 m e conecta o testículo ao ducto deferente, que serve como maturação, armazenamento e transporte dos espermatozoides. Situa-se na margem posterior do testículo bilateralmente e é dividido em cabeça, corpo e cauda. 

A cabeça do epidídimo é uma região mais dilatada, com contato direto aos ductúlos eferentes da porção superior do testículo e recebem os espermatozoides produzidos. A cauda é a porção mais distal que se continua com o ducto deferente.

Epidídimo e outras estruturas do saco escrotal. Crédito: Rosevear, H., Mishail, A., Sheynkin, Y. et al. Nature

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Embriologia e histologia do epidídimo

A testosterona também estimula o desenvolvimento dos ductos de Wolff no feto masculino, que se tornam os testículos, epidídimo, canais deferentes e vesículas seminais. 

O ducto do epidídimo é um tubo único altamente enrolado, mas que por ser muito nivelado dá a falsa impressão no corte histológico que são muitos ductos. Juntamente com o tecido conjuntivo circunvizinho e os vasos sanguíneos, esse ducto forma o corpo e a cauda do epidídimo, uma estrutura anatômica com cápsula própria. 

Esse ducto é formado por um epitélio colunar pseudoestratificado com células basais arredondadas e células colunares. Essas células colunares apresentam estereocílios, que são microvilos e aumentam a superfície de contato no lúmen. Isso é importante para que ocorra absorção e digestão dos corpos residuais das espermátides, que são eliminados durante a espermatogênese. 

O epitélio epididimário se apoia sobre uma lâmina basal que é envolvida por células musculares lisas e por tecido conjuntivo frouxo. A musculatura lisa é importante para peristalse do esperma durante o trajeto no epidídimo.

Perceba a falsa impressão no corte histológico de que são muitos ductos, quando na verdade há um apenas. Crédito: R. Sullivan, C. Légaré et al. 2019.

Função do epidídimo

Após processo de espermatogênese nos túbulos seminíferos dos testículos, os espermatozoides são liberados das células de Sertoli para o lúmen dos túbulos seminíferos. No entanto, eles são considerados espermatozoides imaturos e estão prontos para transitar pelo trato reprodutor masculino e ganhar competência para fertilizar um oócito e dar suporte ao desenvolvimento embrionário.

O epidídimo apresenta função vital na maturação do espermatozoide e capacidade reprodutiva do ser humano. A capacidade do espermatozoide fertilizar, iniciar e manter o desenvolvimento do embrião vai sendo adquirida progressivamente, na passagem pelo corpo do epidídimo. Desta forma, espermatozoides com capacidade de fertilização e motilidade progressiva são expressas apenas em células coletadas da cauda do epidídimo e são adquiridas progressivamente e de modo independente pela exposição sequencial aos fluidos epididimários. 

Transporte: A função mais óbvia do epidídimo é transportar o esperma da rede testicular para o ducto deferente, que ocorre através da peristalse e da ajuda de cílios nos epitélio. Após serem enviados para o epidídimo para maturação, os espermatozoides levam cerca de 12 dias para amadurecer e desenvolver motilidade.

Concentração de esperma: no epidídimo é necessária para aumentar a concentração de esperma no sêmen, um fator importante na fertilidade masculina. 

Armazenamento do esperma: após maturação dos espermatozoides, ocorre o acúmulo do esperma principalmente na cauda do epidídimo, que funciona como um local de armazenamento para células espermáticas funcionalmente maduras antes da ejaculação. 

Aquisição de motilidade: Os espermatozoides são considerados imóveis assim que saem dos testículos, mas até atingirem a cauda do epidídimo a maioria das células ganha a capacidade de motilidade progressiva. Isso é possível graças  a alterações na composição da membrana plasmática do esperma, como estreitamento do acrossoma espermático, além da elevação na concentração de AMPc e a fosforilação de diversas proteínas.

A cabeça do espermatozoide fica mais compacta graças ao aumento no número de pontes dissulfeto no núcleo do esperma e resulta na compactação do material genético e da cabeça do espermatozoide. Evidências sugerem que o esperma pode ter uma maquinaria flagelar funcional que é ativada durante o trânsito epididimário, mas apenas com movimentos vibratórios. 

Enquanto permanecem armazenados na cauda do epidídimo, embora já tenham alcançado certo grau de motilidade, os espermatozoides permanecem imóveis devido, principalmente, às propriedades do fluido epididimário da região.

Maturação do espermatozoide: Após redução do citoplasma, essas espermátides transformam-se em espermatozoides por redução do citoplasma e são enviados para o epidídimo para maturação, o que leva cerca de 12 dias para amadurecer e desenvolver motilidade. Eles são então armazenados na cauda do epidídimo até que ocorra a ejaculação. 

A especificidade de ligação da cabeça do espermatozoide à zona pelúcida do oócito é um pré-requisito para a fertilização. Essa capacidade é adquirida somente após a passagem da célula espermática no epidídimo. Durante a maturação testicular, o espermatozoide adquire proteínas de membrana que funcionam como pró-receptores, que se tornam funcionais pela ação de proteínas andrógeno dependentes que são secretadas no fluido epididimário e depositadas na membrana plasmática dos espermatozoides.

Além disso, ocorre um processo de eliminação dos espermatozoides defeituosos durante o trânsito epididimário. A remoção ocorre por fagocitose nas células epiteliais dos ductos eferentes e por macrófagos intra-epiteliais na cauda do epidídimo. 

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Referências bibliográficas:

  • James ER, Carrell DT, Aston KI, Jenkins TG, Yeste M, Salas-Huetos A. The Role of the Epididymis and the Contribution of Epididymosomes to Mammalian Reproduction. Int J Mol Sci. 2020 Jul 29;21(15):5377. doi: 10.3390/ijms21155377. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7432785/
  • JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa e SILVA FILHO, Jose Carneiro da. Biologia Celular e Molecular. . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. . Acesso em: 11 jun. 2023. , 2012.
  • MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R.. Anatomia orientada para a clínico. Cap. Aparelho genital masculino. 8 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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