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Definição das medidas de associação
As medidas de associação (MA) quantificam a relação entre uma dada exposição e uma consequência. Existem medidas relativas e absolutas:
- MA relativas indicam força terapêutica e o resultado é derivado do quociente de uma razão, como risco relativo (RR), Odds ratio (OR) e razão de prevalência (RP). Desta forma, é fácil entender que quando o valor é igual a 1 não há diferença estatística.
- MA absolutas indicam o impacto terapêutico e o resultado é derivado de uma subtração, como risco atribuível, redução relativa do risco (RRR), redução absoluta do risco (RRA) ou número necessário para tratar (NNT). Nesta medida de associação, um resultado igual a 0 indica que não houve significância estatísticas entre os grupos do estudo.
Para ajudar no cálculo de medidas de associação, os dados epidemiológicos são muitas vezes apresentados numa tabela 2 por 2, também chamada de tabela de contingência:
Doentes | Não doentes | Total | |
Expostos | a | b | a + b |
Não expostos | c | d | c + d |
Total | a + c | b + d |
Medidas de associação relativa
Risco relativo (RR)
É a comparação do risco de apresentar a doença entre os expostos e não expostos, avaliados a partir dos estudos de Coorte e determinado pela seguinte razão:
RR = Incidência entre os expostos / incidência entre os não expostos = a / (a+b) / c / (c+d)
Neste exemplo, um RR de 1,2 significa que os expostos têm 1,2 vezes mais risco de desenvolver a doença que os não expostos, que é o mesmo que dizer 40% mais probabilidade de desenvolver a doença.
Valores inferiores a 1, demonstram efeito protetor da exposição a determinada terapêutica. Por exemplo, um RR de 0,9 demonstra que a exposição à intervenção diminuiu o risco em 10% quando comparado com os não expostos.
Razão de prevalência (RP)
A fórmula é a mesma do RR na matriz 2×2, o que muda é que se aplica a estudos transversais, onde a prevalência é estudada.
#Ponto importante: Quando a variável estudada é a prevalência, não se calcula risco, mas sim a RP ou Odds Ratio.
RP =prevalência entre os expostos ÷ prevalência entre os não expostos = a ÷ (a+b) / c ÷ (c+d)
Odds Ratio (OR)
Vai ser a razão entre a chance (odds) de desenvolver a doença nos expostos e a chance de desenvolver a doença nos não expostos. Pode ser calculado em estudo de coorte, em caso-controle ou, menos comumente, em estudos transversais.
RP =odds de desenvolver doença nos expostos / odds de desenvolver doença nos não expostos =
RP =a ÷ c /b ÷ d = a x d ÷ c x b
Medidas de associação absoluta
Risco atribuível (RA)
É utilizado em estudos observacionais (nenhuma intervenção está sendo testada). Ela mede o excesso de ocorrência de desfecho entre os expostos em comparação com os não-expostos. Por outro lado, o risco atribuível populacional, mede o excesso de ocorrência de desfecho na população geral, em que há expostos e não expostos, em comparação aos não expostos.
Os valores absolutos e porcentagem estão representados nas fórmulas abaixo:
RP =risco nos expostos – risco nos não expostos
%RP =risco nos expostos – risco nos não expostos ÷ risco em expostos
RAP=risco populacional – risco nos não expostos
RAP=risco populacional – risco nos não expostos ÷ risco populacional
Redução do risco relativo (RRR)
É utilizado em estudos intervencionais, determinando em termo percentuais, que redução o tratamento provoca na ocorrência do desfecho no grupo tratado comparado ao grupo não tratado.
RRR=1 – RR
#Ponto importante: Ela determina quantos porcento a intervenção estudada reduziu o desfecho, ou seja, a eficácia da terapêutica.
No entanto, se ao fazer um estudo em que o risco relativo foi superior a 1, ou seja, houve um aumento do risco relativo e a exposição a terapêutica foi prejudicial. O impacto do risco da intervenção pode ser calculado:
Aumento do risco relativo=RR – 1
Ainda nos estudos de intervenção, é possível calcular o risco absoluto de risco (RAR), que determina quantos eventos foram evitados pela intervenção:
RAR = Risco no grupo controle ÷ Risco no grupo intervenção = c ÷( c+d) – a ÷ (a +b)
Número necessário para tratar (NNT)
Talvez um dos parâmetros de maior aplicabilidade, expressa a magnitude do efeito terapêutico, informando quanto pacientes é necessário tratar para que possa se evitar a ocorrência de um evento:
NNT= 1 ÷ RAR
Exercício de medidas de associação
#Na prática: Vamos treinar simulando valores em um estudo em que se propunha testar a eficácia de um tratamento medicamentoso comparado a um grupo que não recebe a medicação.
Doentes | Não doentes | Total | |
Receberam medicação | 40 | 300 | 340 |
Não receberam medicação | 60 | 100 | 160 |
Total | 100 | 400 | 500 |
RR= 40 ÷ (40+300) / 60 ÷ (60+100) = 0,31
A partir do RR, percebemos que houve uma redução no risco relativo no grupo intervenção. Logo, devemos calcular a redução do risco relativo e o risco absoluto de risco (RAR):
RRR= 1 – 0,31 = 0,69
RAR = 60 ÷ ( 60+100) -40 ÷ (40 +300) = 0,25
Desta forma, a intervenção com o tratamento medicamentoso reduziu o evento em 69%, valor que representa sua eficácia. Além disso, o tratamento reduziu o risco 25% a mais (valor absoluto) que o grupo controle, calculado através do RAR.
Considerando um RAR de 0,25, a cada 4 pacientes tratados se evitaria um evento, sendo uma medida grosseira de efetividade.
NNT= 1 ÷0,25 = 4
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