Retroperitônio: o que é, anatomia e mais!

Retroperitônio: o que é, anatomia e mais!

Quer saber o que é retroperitônio? O Estratégia MED separou para você as principais informações sobre o assunto. 

O que é retroperitônio?

Para entender o que é o retroperitônio, é muito importante conhecer primeiro o peritônio,  uma túnica serosa que reveste órgãos das cavidades abdominal e pélvica. O peritônio é formado por duas lâminas: o peritônio parietal e o peritônio visceral. Dessa maneira, o retroperitônio é o espaço da cavidade abdominal que é posterior ao que é recoberto pelo peritônio.

Órgãos retroperitoneais

O conhecimento acerca da anatomia do retroperitônio é de fundamental importância para avaliação clínica do paciente, para tratamentos cirúrgicos e para análise de exames de imagens. Por isso, um dos temas centrais da anatomia da cavidade abdominal e pélvica é conhecer quais órgãos são retroperitoneais

Eles podem ser classificados como: retroperitoneais ou secundariamente retroperitoneais. Os órgãos secundariamente retroperitoneais são aqueles que foram parcial ou totalmente recobertos por peritônio durante o desenvolvimento embrionário. 

Os rins e os ureteres são retroperitoneais desde o  início do seu desenvolvimento. Já o cólon descendente, o cólon ascendente, o pâncreas e o duodeno distal são secundariamente retroperitoneais. 

Além desses órgãos, parte da aorta abdominal e da veia cava inferior também encontram-se no retroperitônio. 

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Linfonodos no retroperitônio

No espaço retroperitoneal existe a passagem de algumas cadeias linfonodais. Os linfonodos retroperitoneais podem ser divididos em dois grupos: os linfonodos pré-aórticos e os linfonodos aórticos laterais ou lombares. 

A drenagem feita por essas cadeias pode ser dividida da seguinte forma:

  1. Linfonodos pré-aórticos: situam-se anteriormente à aorta abdominal e drenam fígado, pâncreas e intestinos.
  2. Linfonodos aórtico laterais ou lombares: situam-se em cada lado da aorta abdominal e drenam estruturas bilaterais, tais como rins, adrenais, ovários e testículos. 

O aumento desses linfonodos pode ter  diversas causas. Se for generalizado,  o motivo pode ser um linfoma. Por outro lado, se o aumento for mais localizado pode ser causado por processos infecciosos ou metástases de tumores malignos.

Se houver necessidade, esses linfonodos podem ser ressecados cirurgicamente com boa tolerância dos pacientes, na maioria das vezes. Tal ressecção é feita por uma incisão paramediana lateral na linha medioclavicular.

Tumores do retroperitônio

No espaço retroperitoneal, podem aparecer massas primárias, ou seja, que não são oriundas de órgãos retroperitoneais.  Essas massas são relativamente incomuns e podem ser classificadas em sólidas ou císticas. Na maioria dos casos, são malignas. 

Abaixo, detalhamos as principais massas retroperitoneais primárias.

  1. Lipossarcoma retroperitoneal: tem origem em tecido adiposo e é o sarcoma mais comum do retroperitônio. Os sintomas usuais são dor abdominal, aumento do volume do abdome e presença de massa palpável indolor. É uma lesão maligna e deve ser tratada com ressecção cirúrgica, sempre que possível. A quimioterapia não é recomendada nesse caso, porém a radioterapia pode ser indicada como tratamento associado à cirurgia. No entanto, é importante ressaltar que a aplicação de radioterapia é mais vantajosa se for realizada no pré-operatório. 
  1. Leiomiossarcoma retroperitoneal: essa massa origina-se de músculo liso, como vasos sanguíneos e remanescentes dos ductos wolffianos ou mullerianos. As principais queixas são dor abdominal e massa palpável. É um tumor bastante raro e maligno que deve ser tratado cirurgicamente com avaliação de presença de metástases e dos órgãos com relação íntima.
  1. Linfangioma cístico retroperitoneal: é um tumor congênito benigno, encontrado principalmente em crianças e adultos jovens. Seus sintomas são inespecíficos e ele pode ser encontrado incidentalmente. O tumor surge por uma falha na conexão entre as cadeias linfonodais retroperitoneais e o sistema linfático principal. Apenas lesões muito volumosas, de  crescimento rápido ou que causem sintomas no paciente são tratadas cirurgicamente. Nos demais casos, a conduta é expectante, apenas com acompanhamento por exames de imagem. 
  1. Mesotelioma cístico retroperitoneal: é um tumor cístico benigno, de origem mesotelial. O potencial de malignização é controverso na literatura, por isso pacientes que não são candidatos à ressecção cirúrgica devem fazer o acompanhamento da lesão por imagem. 
  1. Linfoma retroperitoneal: é a lesão maligna mais comum no retroperitônio e geralmente sua localização é para-aórtica ou pélvica. Pode ser tanto do tipo Hodgkin ou do não-Hodgkin. O diagnóstico é feito por ressonância magnética e PET-CT. O tratamento associa quimioterapia e radioterapia e, possivelmente, imunoterapia. 

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