Nesta sexta-feira (17), o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, entregou ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, uma lista de médicos dispostos a ser voluntários para atuar no Rio Grande do Sul durante o estado de calamidade. A campanha, iniciada na última sexta-feira (10) pelo CFM e pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), busca recrutar médicos brasileiros para apoiar as equipes de saúde locais.
De acordo com o CFM, o número de médicos inscritos chega a 2.804, com previsão de continuar crescendo. A distribuição dos quase 3 mil profissionais voluntários se concentra principalmente em vindos de São Paulo (738), seguido por médicos de Minas Gerais (329) e do próprio Rio Grande do Sul (264). A maioria dos médicos tem até 35 anos (1.498) e 57% (1.600) são mulheres.
Os inscritos têm foco tanto em atendimento básico quanto em especializado, UTI e medicina legal. Entre as especialidades, mais de 150 são cirurgiões gerais e 200 são clínicos gerais. Além disso, 59% têm experiência em situações de calamidade pública. Sobre a duração do voluntariado, 28% podem ficar por até 15 dias, 10% por até 30 dias e 18% por tempo indeterminado.
O objetivo da ação é oferecer o melhor atendimento possível às vítimas, em solidariedade à população gaúcha neste momento de calamidade pública devido às fortes chuvas e enchentes. Até ontem (16), o número de pessoas desabrigadas no Rio Grande do Sul era de 617 mil, com 151 mortos, 104 desaparecidos e 806 feridos. No total, mais de 2,2 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes.
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Próximos passos
Os dados dos médicos voluntários foram disponibilizados ao Ministério da Defesa para que a pasta possa organizar a logística — deslocamento, hospedagem, alimentação, suporte operacional, entre outros. As informações também serão enviadas ao Ministério da Saúde. O CFM e o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) já haviam encaminhado um ofício às partes sobre o tema.
Visto temporário
Para facilitar a atuação dos médicos voluntários, o CFM emitiu uma circular, na última sexta-feira (10), dispensando a necessidade de visto temporário para médicos de fora do Rio Grande do Sul devido à catástrofe climática.
Normalmente, médicos que vão atuar por até 90 dias em um estado onde não possuem inscrição no CRM precisam de um visto temporário. No caso dos voluntários para o Rio Grande do Sul, será necessário apenas enviar um e-mail ao Conselho Regional de origem, comunicando sua atuação. Esta mensagem será suficiente para formalizar a atuação, sem necessidade de outros procedimentos.
Outras campanhas no RS
Além de recrutar voluntários, os conselhos de medicina estão trabalhando em outras frentes para melhorar o atendimento à saúde no Rio Grande do Sul. Com o apoio de sociedades médicas de especialidade, estão sendo lançadas campanhas de prevenção a doenças como leptospirose, hepatite e gastroenterites, provocadas pelo contato com a água, além de orientações gerais à população.
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Conteúdos específicos também serão desenvolvidos para as equipes de atendimento.
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