O Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e o Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI), divulgou nesta quarta-feira (21) uma nova nota técnica para destacar a importância da intensificação da vigilância de casos de mpox no Brasil. A orientação surge em resposta à circulação de uma variante do clado I do vírus mpox, atualmente restrita à África, mas com potencial de disseminação global. Confira o documento completo:
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Contextualização e impacto global
A mpox, classificada em agosto de 2024 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – o mais alto nível de alerta – representa uma das mais fortes ameaças hoje, especialmente diante do recente surto declarado na República Democrática do Congo. O surto, causado pela nova variante do clado I, se caracteriza por uma transmissão comunitária sustentada, predominantemente por via sexual.
No Brasil, foram registrados 12.215 casos confirmados e prováveis entre a Semana Epidemiológica 22 de 2022 e a SE 32 de 2024. Em 2024, 709 casos foram identificados, com maior incidência nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Embora a nova variante – clado I – esteja atualmente limitada ao território africano, a nota técnica ressalta a necessidade de manter a vigilância ativa para prevenir possíveis surtos no país.
Quadro clínico e transmissão
O vírus apresenta um período de incubação de, em média, 6 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Os casos apresentam uma preponderância de lesões nas áreas genital e anal e acometimento de mucosas (oral, retal e uretral).
Ainda, as manifestações clínicas incluem lesões papulovesiculares em áreas como a face, tronco e regiões genitais, que podem estar acompanhadas de sintomas como febre, linfadenopatia, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios e exaustão. Os sintomas, geralmente leves, podem evoluir para formas graves, especialmente em indivíduos imunossuprimidos.
As erupções, também comuns no quadro clínico, podem acometer regiões como face, boca, tronco, mãos, pés ou qualquer outra parte do corpo, incluindo as regiões genital e anal. Na pele, podem aparecer manchas vermelhas, com chances de surgimento de vesículas com secreção. Após certo período, as vesículas se rompem, formando uma crosta que evolui para cura.
A transmissão do vírus mpox ocorre principalmente através de contato próximo, incluindo contato direto com lesões de pele, fluidos corporais, ou secreções respiratórias de indivíduos infectados. Além disso, a transmissão pode ocorrer por contato íntimo ou sexual, contato com objetos e superfícies contaminadas, bem como pelo contato com secreções respiratórias.
Recomendações e vigilância epidemiológica
A nota técnica enfatiza a necessidade de realizar notificação oportuna de casos suspeitos de mpox no sistema de notificação Sistema de Informação de Agravos de Notificação (e-SUS SINAN), além de investigar os casos prováveis e confirmados para reconhecer grupos vulneráveis e modos de transmissão em possíveis surtos no Brasil.
Para o diagnóstico laboratorial, deve ser feita detecção molecular do vírus utilizando a reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR). Atualmente, os 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) estão realizando o exame, com subsequente sequenciamento dos casos positivos com ajuda dos Laboratórios de Referência (LR).
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