O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) e Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), publicou hoje (14) a Nota Técnica Conjunta Nº 135/2024. O documento estabelece orientações específicas para a notificação e investigação de casos suspeitos de Oropouche em gestantes, além de anomalias congênitas e óbitos fetais. Confira o documento clicando no botão abaixo:
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Aumento nos casos de febre Oropouche no Brasil
O Oropouche, arbovírus do gênero Orthobunyavirus, tem sido identificado no Brasil desde 1960, com casos predominantes na região Amazônica. Recentemente, um aumento nos diagnósticos foi observado devido à descentralização dos testes moleculares para os laboratórios LACEN, que passaram a testar casos suspeitos de arboviroses negativas para dengue, chikungunya e Zika.
Até a 31ª semana epidemiológica de 2024, foram confirmados 7.497 casos de Oropouche no país, incluindo dois óbitos em pacientes jovens na Bahia. Além disso, evidências de transmissão vertical foram identificadas em recém-nascidos com anomalias congênitas, como microcefalia e outras malformações neurológicas.
Anomalia congênita associada à febre Oropouche
Em nota à imprensa publicada em 8 de agosto, o Ministério da Saúde confirmou o registro do caso de um bebê do estado do Acre com anomalias congênitas ligadas à transmissão vertical de febre Oropouche, que veio a falecer após 47 dias de seu nascimento. A mãe, de 33 anos, apresentou sintomas como erupções cutâneas e febre durante o segundo mês de gravidez, com exames realizados no pós-parto confirmando a presença do vírus.
Análises realizadas pelo Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, identificaram material genético do Oropouche em diferentes tecidos do bebê, nascido com microcefalia, malformações das articulações e outras anomalias congênitas. Outras hipóteses diagnósticas foram descartadas, porém, a ligação direta entre a contaminação vertical pelo Oropouche e as anomalias congênitas ainda requer investigação mais aprofundada, que está sendo conduzida pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre.
Orientações aos profissionais de saúde
A Nota Técnica Conjunta Nº 135/2024 visa orientar profissionais, tanto da rede pública quanto privada, sobre a necessidade de investigar e acompanhar casos suspeitos de infecção por Oropouche em gestantes e em situações de anomalias congênitas ou óbitos fetais.
Entre as diretrizes, destacam-se:
- Acompanhamento pré-natal e neonatal;
- Investigação e notificação obrigatória de gestantes que apresentem sintomas compatíveis com arboviroses (febre, cefaleia, mialgia, entre outros), especialmente se residirem ou tiverem viajado para áreas de circulação do Oropouche;
- Investigação de anomalias congênitas do sistema nervoso central, como microcefalia e ventriculomegalia, sem causas genéticas ou infecciosas comprovadas (como STORCH), associadas ao histórico materno de arboviroses;
- Investigação de óbitos fetais sem causas aparentes em gestantes que possam ter sido expostas ao vírus.
Atualização: Febre de Oropouche na Gestação – Obstetrícia
No dia 15 de agosto, 20h, você poderá acompanhar uma aula ministrada pela Profª Natália Carvalho com as atualizações sobre febre de oropouche na gestação, bem como tudo sobre a nota técnica com orientações divulgada pelo Ministério da Saúde. A transmissão acontece em nosso canal do YouTube, mas você também pode assistir por aqui:
O que é a Febre Oropouche e como é transmitida
A Febre Oropouche, uma das arboviroses mais prevalentes na América do Sul, especialmente no território Brasileiro, vem ganhando destaque e preocupação na saúde pública devido ao seu potencial de causar surtos e impactar negativamente a qualidade de vida da população. Originário da região amazônica, este vírus, classificado como um membro do gênero Orthobunyavirus, na família Bunyaviridae, representa um desafio emergente para a saúde pública regional.
Saiba mais: Resumo de Febre do Oropouche: diagnóstico, transmissão, sintomas e mais!
Aproveite e acompanhe o Prof. Sérgio Beduschi Filho, especialista em Infectologia, em uma aula resumo exclusiva com tudo sobre Febre Oropouche:
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