A residência em Nefrologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP-SP) é reconhecida por sua estrutura robusta, além de oferecer uma formação acadêmica sólida e intensiva. Os residentes do programa destacam as vantagens da instituição e as diversas oportunidades acadêmicas e profissionais disponíveis. Siga no texto e não perca a chance de conferir como funciona a Residência Médica de Nefrologia na USP-SP!
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A residência em Nefrologia na USP-SP
Para entendermos melhor como funciona o programa de Nefrologia na USP-SP, o Estratégia MED conversou com Vitor César, residente do primeiro ano da especialidade. Vitor, formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (SCMBH), atualmente está no primeiro ano de Nefrologia na USP-SP. O programa tem duração de dois anos e oferece 12 vagas por ano.
Estrutura da instituição e do programa
Victor explicou que a estrutura do serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas da USP-SP é bem desenvolvida e completa. Ele exemplifica mencionando que, no sétimo andar do Instituto Central, encontram-se a Unidade de terapia intensiva (UTI) de Nefrologia com dez leitos, a unidade de transplante renal com 24 leitos e uma enfermaria focada em biópsias e glomerulopatias, que possui de oito a dez leitos. Além disso, no quinto andar do prédio dos ambulatórios, está a clínica de diálise, que atende cerca de 130 pacientes por mês.
Ou seja, o serviço é bem estruturado e ainda conta com recursos adequados para biópsias, medicações e exames avançados, como imunofluorescência.
Rotina através dos anos
No primeiro ano, os residentes passam por quatro trimestres com rotações em diferentes setores. No primeiro trimestre, conhecido como o trimestre dos crônicos, eles passam dois meses na clínica de hemodiálise e um mês na UTI. No segundo trimestre, passam três meses em transplante renal. No terceiro trimestre, passam dois meses na enfermaria de Nefrologia e um mês em interconsultas. No quarto trimestre, conhecido como o bloco de agudos, os residentes passam dois meses de interconsultas no Pronto Socorro e UTIs, além de terem um mês de férias.
Victor destacou a robustez e o equilíbrio entre atividades ambulatoriais e hospitalares no serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas, proporcionando uma ampla experiência prática aos residentes. Vale o destaque especial para os procedimentos de diálise e biópsias, com os R3 (residentes do primeiro ano de Nefrologia) realizando uma quantidade significativa desses procedimentos, cerca de 80 a 90 cateteres de diálise por ano, o que os prepara bem para a prática futura. Além disso, o serviço oferece acesso a tecnologias avançadas, como a diálise contínua, que é uma vantagem considerável para o aprendizado, embora a alta demanda e o custo elevado dessa terapia ainda sejam desafios para a sua disponibilidade no Brasil.
No segundo – e último – ano, os residentes têm rotações em serviços variados. Eles passam dois meses em transplante renal, dois meses na enfermaria, um mês na clínica de hemodiálise, um mês no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), um mês no Instituto do Coração (InCor), além de um mês eletivo e um mês de férias.
Plantões e carga horária
No primeiro ano, os residentes fazem um plantão noturno por semana, abrangendo transplante renal, interconsultas e enfermarias. No segundo ano, os plantões são divididos entre os residentes de primeiro, segundo e terceiro anos, com o apoio de um residente de quarto ano na UTI de Nefrologia.
Ao longo dos dois primeiros anos da residência, a carga horária varia de acordo com os blocos de treinamento. Durante os meses dedicados aos cuidados crônicos, como nas clínicas de diálise e na UTI, a carga horária semanal tende a ser mais leve, girando em torno de 50 a 60 horas. No entanto, durante os períodos focados no transplante renal e nas interconsultas de pacientes agudos, incluindo UTI e pronto-socorro, a carga horária pode ser significativamente mais alta, chegando a cerca de 80 horas por semana.
Vitor César destacou que os residentes de último ano se concentram mais em procedimentos técnicos, como a realização de permcath, cateteres de diálise peritoneal e biópsias renais, além de orientarem os residentes mais novos e discutirem casos no ambulatório. Assim, enquanto os R3 enfrentam uma carga de trabalho focada na prática clínica intensiva, os R4 têm a oportunidade de se especializar em procedimentos e atividades acadêmicas.
Parte teórica
O aspecto acadêmico da residência é bastante robusto. As terças-feiras pela manhã são reservadas para uma reunião geral de Nefrologia, que inclui apresentações de artigos e teses por doutorandos e chefes, enquanto as quintas-feiras são dedicadas a discussões e apresentações por residentes. O ambiente acadêmico é valorizado, com um forte enfoque em discussões de casos e chances de aprendizado.
Há também muitas oportunidades para quem deseja publicar artigos ou fazer um doutorado, com a possibilidade de entrar diretamente em programas de doutorado. Essa formação de alta qualidade pode proporcionar um bom respaldo para conseguir empregos, inclusive em faculdades, lecionando ou realizando outras atividades acadêmicas.
Clima da residência
Sobre o clima e a recepção dos residentes de fora, Vitor relatou uma experiência positiva, destacando que, apesar das expectativas de um ambiente mais elitista, encontrou uma acolhida calorosa tanto por parte dos chefes quanto dos colegas residentes. A maioria dos residentes do HC vem de outras localidades, o que cria uma dinâmica de suporte mútuo entre aqueles que também estão longe de casa.
Vitor mencionou que a recepção foi mais amigável do que esperava e destacou um vínculo especial com o chefe da residência, que também é cearense, facilitando ainda mais sua integração. Ele observou que, em um ambiente universitário como o HC, a disposição para ensinar e apoiar é uma característica marcante e isso se reflete na experiência dos residentes, que têm a oportunidade de aprender muito e aproveitar ao máximo sua formação.
Descubra mais sobre o programa de Residência Médica em Nefrologia na USP-SP com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Vitor César, residente da especialidade na instituição, no vídeo abaixo:
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