A residência médica em Pediatria no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) apresenta uma série de experiências e desafios que ajudam o médico a moldar sua formação na especialidade. Descubra com o Estratégia MED como é a estrutura do HGF, a parte teórica do programa, a rotina através dos anos, bem como a distribuição dos plantões. Continue no texto para saber mais!
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A residência em Pediatria no HGF
Para conhecer melhor a rotina dos residentes de Pediatria no HGF, o Estratégia MED conversou com Gisele Tahin, residente do terceiro ano do programa na instituição. Gisele compartilhou sua experiência desde a aprovação até a rotina na residência no HGF, em Fortaleza, no Ceará.
O HGF, um dos principais hospitais do estado cearense, destaca-se pela sua Pediatria integrada, incluindo ambulatório, enfermaria e Neonatologia. Atualmente com 12 leitos na enfermaria, há planos de expansão para 30 a 40 leitos nos próximos anos.
Com uma gama diversificada de especialidades, incluindo Gastroenterologia, Psiquiatria, Pneumologia, Reumatologia, Nefrologia e Neurologia, o HGF oferece atendimento especializado para diversas necessidades pediátricas. Destaque também para o acompanhamento pós-neonatal de bebês prematuros e um banco de leite integrado ao ambulatório de Puericultura.
Antes da pandemia, o serviço contava com 36 leitos de enfermaria, porém, devido às demandas emergenciais, esse número foi temporariamente reduzido para 12, podendo expandir até 18 conforme a sazonalidade de viroses. No entanto, há planos para a expansão física do serviço, com a previsão de até 40 leitos em um novo espaço nos próximos anos.
Um ponto positivo é a integração em rede do HGF, permitindo que os médicos residentes tenham oportunidades de experiência em diversos hospitais, incluindo o Hospital Infantil Albert Sabin e outros centros de referência e de trauma na região.
Rotina através dos anos
Durante o primeiro ano de residência em Pediatria, os residentes são imersos em uma variedade de experiências, com foco predominante na Pediatria Geral. Em meio aos desafios impostos pela pandemia, os residentes encontram-se envolvidos em um rodízio diversificado, compreendendo quatro meses de enfermaria, distribuídos principalmente entre o Hospital Waldemar de Alcântara e o Hospital Infantil Albert Sabin. Além disso, eles dedicam um mês à emergência pediátrica, outro à sala de parto, e dois meses aos ambulatórios de Pediatria Geral e Puericultura.
No segundo ano, o enfoque vai para as subespecialidades pediátricas. Os residentes têm a oportunidade de rodar por diversos hospitais, onde exploram áreas como Cardiologia, Pneumologia e Reumatologia. Outras experiências incluem passagens pelo Hospital Peter Pan, dedicado ao tratamento do câncer pediátrico, e pela Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do HGF.
No terceiro e último ano, os residentes consolidam sua formação, assumindo responsabilidades mais amplas. Eles passam dois meses na enfermaria do HGF, atuando como preceptores e coordenadores do setor. Além disso, exploram serviços como Emergência Traumatológica Pediátrica no Instituto Dr. José Frota (IJF) e Dermatologia Pediátrica. Uma experiência marcante é o período como “diarista líder”, em que são assumidas funções semelhantes às de um plantonista, incluindo admissões, intercorrências e regulação de leitos.
Como são as Unidades de Terapia Intensiva
Durante o programa, os residentes passam por diversas áreas da Terapia Intensiva Pediátrica, incluindo um mês na UTI Pediátrica, outro na UTI Neonatal e um terceiro na sala de reanimação, conhecida como sala vermelha no Hospital Infantil Albert Sabin. Apesar de não ser uma UTI, a sala de reanimação oferece uma experiência intensiva no tratamento inicial de pacientes críticos antes da transferência para a UTI, permitindo que os residentes desenvolvam habilidades em casos de emergências, como o manejo de vias aéreas avançadas, procedimentos de punção para acesso central e utilização de ultrassom beira-leito.
Dinâmica dos plantões e parte teórica
Os plantões seguem uma programação mensal, com a distribuição de acordo com o serviço em que o residente está inserido naquele período. Por exemplo, no R1, são cerca de quatro plantões mensais, variando conforme a especialidade. Na Neonatologia do HGF, por exemplo, há dois plantões de final de semana, dois plantões durante a semana e um plantão noturno semanal. A carga horária padrão é de 60 horas semanais, mas muitas vezes pode ser ultrapassada devido ao interesse e comprometimento dos residentes em acompanhar pacientes graves.
Quanto à parte teórica, cada serviço oferece atividades específicas. Na Neonatologia do HGF, há treinamentos em reanimação neonatal e aulas administradas pela coordenadora do serviço. Além disso, todas as quintas-feiras pela manhã, há uma sessão de Pediatria com convidados especialistas e apresentações de casos clínicos pelos residentes. Desde o R2, os residentes buscam fortalecer o momento de atualização científica, discutindo artigos recentes e temas relevantes para a prática médica.
Pontos positivos e negativos
No HGF, o sistema de rodízio em rede proporciona uma experiência diversificada aos residentes, permitindo o contato com diferentes serviços e profissionais. Essa rede abrangente fortalece o networking e a familiarização com várias especialidades, o que é essencial para a transição para o mercado de trabalho após a residência. Além disso, o renomado serviço de Neonatologia do HGF atrai residentes interessados nessa área, agregando valor à formação médica.
Entretanto, há desafios a serem enfrentados. A expansão da enfermaria é uma necessidade urgente, pois permitiria o atendimento de uma gama mais ampla de casos e a centralização de serviços especializados. Além disso, a ampliação possibilitaria aumentar o tratamento de pacientes de especialidades variadas, como Neurorradiologia Pediátrica e Oftalmologia, que atualmente são encaminhados para o HGF devido à sua expertise nessas áreas. A expectativa é de que, com a expansão da enfermaria, a Pediatria no Ceará seja ainda mais beneficiada.
Descubra mais sobre o programa de residência médica em Pediatria no HGF com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Gisele Tahin, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:
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