Você já se perguntou o que a Endoscopia Digestiva, Ginecológica e Respiratória têm em comum? Apesar de integrarem diferentes especialidades médicas, essas áreas compartilham o uso de técnicas minimamente invasivas, que transformaram a forma de diagnosticar e tratar inúmeras doenças. Neste artigo, você vai entender as particularidades de cada uma, o percurso formativo por meio da residência médica e as principais frentes de atuação dos especialistas. Acompanhe!
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Endoscopia Digestiva
A endoscopia é um procedimento médico que permite visualizar o interior do corpo por meio de câmeras acopladas a tubos flexíveis ou rígidos, chamados endoscópios. Esses exames são, em sua maioria, minimamente invasivos, possibilitando tanto o diagnóstico quanto o tratamento de diversas condições de forma segura e precisa.
Existe também o programa geral de Endoscopia, saiba mais sobre ele em: Residência Médica em Endoscopia: rotina, remuneração, estudos e mais!
Focada na parte digestiva, a endoscopia aqui seria voltada à realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos no trato gastrointestinal. Com o auxílio de endoscópios e colonoscópios, o médico acessa e trata regiões que vão da faringe ao reto, em pacientes de todas as idades.
Essas intervenções permitem desde a detecção precoce de doenças até a realização de biópsias, remoção de lesões, controle de sangramentos e até ressecção de tumores, entre outras ações terapêuticas importantes.
Áreas de atuação do especialista
Atualmente, existem 591 médicos certificados em Endoscopia Digestiva no Brasil, segundo dados da Demografia Médica 2025. Esses profissionais podem atuar em ambientes ambulatoriais e hospitalares, integrando-se a equipes multiprofissionais e colaborando para a tomada de decisões clínicas fundamentadas
O médico com habilitação na área de Endoscopia Digestiva domina procedimentos de média e alta complexidade, com atuação ampla e diversificada. Entre suas atribuições, estão:
- Realização de endoscopia digestiva alta e colonoscopia, incluindo técnicas avançadas como cromoscopia, magnificação de imagem e mucosectomias;
- Coleta de material para diagnóstico, como biópsias e citologias;
- Tratamentos endoscópicos como hemostasia, polipectomia, tratamento de varizes esofagogástricas, estenoses e colocação de próteses;
- Procedimentos terapêuticos como gastrostomia, enteroscopia, ecoendoscopia e colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE);
- Atuação em contextos de urgência e emergência, incluindo a retirada de corpos estranhos e o controle de sangramentos digestivos; e
- Avaliação e acompanhamento integral do paciente, desde a indicação até o pós-procedimento.
Além da prática técnica, o especialista deve manter postura ética, empática, com capacidade de comunicação efetiva com pacientes, familiares e equipe de saúde, bem como habilidades de liderança, gestão e educação continuada.
Como é a residência médica na área?
A residência médica em Endoscopia Digestiva é uma área de atuação que tem duração de 1 ano. Para realizar o programa, é exigido como pré-requisito que os médicos tenham concluído residência em Gastroenterologia, Cirurgia do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Cirurgia Geral ou Endoscopia.
Durante o ano de formação, o residente desenvolve competências essenciais para a prática segura e eficaz da Endoscopia Digestiva, como:
- Sedação, preparo e cuidados com o paciente durante o exame;
- Domínio técnico dos instrumentos e acessórios utilizados;
- Diagnóstico e tratamento de lesões do trato digestivo;
- Reconhecimento de indicações e contraindicações dos procedimentos;
- Redação de laudos objetivos e acompanhamento clínico dos casos; e
- Realização de pesquisa científica com apresentação ou publicação.
De acordo com o Painel da Educação em Saúde, do Ministério da Educação, a área de Endoscopia Digestiva conta com 44 vagas autorizadas, sendo que apenas 21 estão ocupadas no momento.
Confira abaixo a matriz de competências dos programas de residência médica em Endoscopia Digestiva definida pelo Ministério da Educação e quais são as competências esperadas dos residentes ao final da residência:
Endoscopia Respiratória
A Endoscopia Respiratória é uma área de atuação voltada à realização de procedimentos endoscópicos diagnósticos e terapêuticos nas vias aéreas — incluindo pacientes de todas as faixas etárias, do público pediátrico ao idoso.
Áreas de atuação do especialista
A prática do médico da área se dá em contextos ambulatoriais e hospitalares, com o objetivo de esclarecer diagnósticos, colaborar na prevenção e atuar na recuperação de doenças respiratórias. Para isso, o profissional deve compreender os determinantes sociais de saúde e exercer uma liderança horizontal dentro das equipes multiprofissionais.
Para tal, o médico que atua com Endoscopia Respiratória deve ser capaz de dominar um amplo repertório técnico e clínico. Pode fazer parte do seu dia a dia:
- Realizar anamnese direcionada, exame clínico e interpretar exames complementares para indicar o procedimento mais adequado;
- Operar equipamentos endoscópicos rígidos e flexíveis, além de realizar sua lavagem, desinfecção e manutenção;
- Executar técnicas de anestesia tópica, sedação e manejo de possíveis efeitos adversos em pacientes com problemas respiratórios;
- Conduzir procedimentos como broncoscopia rígida e flexível, coleta de amostras (lavado broncoalveolar, biópsias, escovado, TBNA), criobiópsia, EBUS (ultrassonografia endobrônquica), fluoroscopia, entre outros;
- Tratar complicações como hemorragias e pneumotórax;
- Atuar em unidades de terapia intensiva, incluindo pacientes em ventilação mecânica;
- Realizar procedimentos terapêuticos como desobstruções por neoplasias, dilatação de estenoses, colocação de próteses traqueobrônquicas e retirada de corpos estranhos;
- Redigir laudos objetivos, registrar informações no prontuário e elaborar o consentimento informado de forma ética e compreensível; e
- Participar de atividades científicas, como elaboração de artigos e apresentação de trabalhos.
O Brasil conta com 219 médicos certificados em Endoscopia Respiratória no Brasil, segundo dados da Demografia Médica 2025.
Como é a residência na área?
A residência médica em Endoscopia Respiratória é uma área de atuação com duração de 1 ano e exige como pré-requisito a conclusão de residência em Pneumologia ou Cirurgia Torácica.
Durante o ano previsto para o programa, o residente desenvolve habilidades teóricas e práticas sob supervisão, tornando-se progressivamente autônomo na condução dos procedimentos. A formação também inclui o desenvolvimento de pensamento crítico, ética profissional, habilidades de comunicação e produção científica.
A especialidade exige dedicação intensa, senso de responsabilidade e domínio de técnicas avançadas — características fundamentais para a atuação segura em contextos de alta complexidade.
Contudo, a área conta com apenas 23 vagas de residência médica autorizadas, sendo que apenas 8 estão ocupadas atualmente.
Confira abaixo a matriz de competências dos programas de residência médica em Endoscopia Respiratória definida pelo Ministério da Educação e quais são as competências esperadas dos residentes ao final da residência:
Endoscopia Ginecológica
A Endoscopia Ginecológica é voltada à realização de procedimentos endoscópicos com finalidade diagnóstica e terapêutica das doenças ginecológicas, tanto no ambiente ambulatorial quanto hospitalar. Entre as principais técnicas utilizadas estão a histeroscopia e a videolaparoscopia, que permitem acessar a cavidade uterina e a pelve com mínima invasividade.
O objetivo central da área é oferecer abordagens mais seguras, menos invasivas e com melhor recuperação pós-operatória para as pacientes.
Áreas de atuação do especialista
O especialista é capacitado para atuar de maneira crítica, reflexiva e empática, com domínio técnico e científico, além de estar comprometido com a educação médica continuada e com a atuação multiprofissional. Faz parte da rotina do médico especialista em Endoscopia Ginecológica:
- Executar procedimentos diagnósticos e terapêuticos como histeroscopia, laqueadura, salpingoplastia, ooforectomia, miomectomia, histerectomia videolaparoscópica e tratamento de endometriose (estágios I a IV);
- Dominar o funcionamento e a manutenção dos equipamentos endoscópicos, assim como princípios de biossegurança;
- Avaliar e indicar o melhor método de distensão ou insuflação para cada procedimento;
- Realizar registros clínicos adequados e redigir laudos técnicos objetivos e compreensíveis;
- Atuar com liderança horizontal em equipes interdisciplinares; e
- Conduzir projetos de pesquisa científica e apresentá-los em congressos ou publicações acadêmicas.
Além disso, o profissional deve saber reconhecer complicações, comunicar-se de forma clara com pacientes e equipe, e elaborar planos terapêuticos compartilhados e bem informados.
Atualmente, existem 1.065 médicos certificados em Endoscopia Ginecológica no Brasil, de acordo com achados da Demografia Médica 2025.
Como é a residência médica na área?
A residência na área de atuação em Endoscopia Ginecológica tem duração de 1 ano, com ingresso exclusivo para médicos que tenham concluído a residência em Ginecologia e Obstetrícia. A área conta atualmente com 54 vagas de residência médica autorizadas, sendo que 47 vagas estão ocupadas.
Durante o programa, o residente desenvolve habilidades práticas e teóricas em procedimentos endoscópicos, anatomia cirúrgica, tecnologias de videocirurgia, energia eletrocirúrgica e documentação em saúde. A matriz de competências contempla desde o domínio técnico até aspectos éticos, legais e de relacionamento interpessoal.
Confira abaixo a matriz de competências dos programas de residência médica em Endoscopia Ginecológica definida pelo Ministério da Educação e quais são as competências esperadas dos residentes ao final da residência:
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