A jornada para se tornar um cirurgião cardiovascular é marcada por desafios e aprendizados essenciais, exigindo não apenas habilidades técnicas, mas também capacidade de lidar com pacientes graves e situações críticas. Para entender mais a importância do trabalho em equipe para a especialidade, seus principais dados e como está o mercado de trabalho para a área, o Estratégia MED conversou com Mariana Chisté, residente em Cirurgia Cardiovascular. Confira!
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A Residência Médica em Cirurgia Cardiovascular
A Cirurgia Cardiovascular é uma especialidade de Acesso Direto que, na residência médica, conta com um programa de cinco anos de duração. A área tem se destacado como uma opção para quem busca uma carreira cirúrgica especializada no coração. A demanda por cirurgiões cardiovasculares inclusive levou à mudança no programa de Residência Médica, já que antes eram necessários dois anos em Cirurgia Geral antes de ingressar nos quatro anos de Cirurgia Cardíaca.
Atuação do Cirurgião Cardiovascular
Mariana descreve o perfil do cirurgião cardíaco como alguém que nutre uma paixão pela Cardiologia e Cirurgia, mas não se identifica inteiramente com outras especialidades cirúrgicas. A amplitude de atuação é notável, variando desde consultório até unidades de terapia intensiva, em que lidam com pacientes pós-operatórios em condições críticas.
No entanto, Mariana ressalta que a especialidade requer uma afinidade com pacientes críticos, pois a rotina é intensa e predominantemente hospitalar. Por isso, é importante que o programa de residência escolhido proporcione uma imersão completa na prática cirúrgica e no manejo de pacientes críticos, preparando os residentes para uma carreira desafiadora, porém gratificante, na Cirurgia Cardiovascular.
Saiba mais: Residência Médica em Cirurgia Cardiovascular: rotina, remuneração, estudos e mais!
Desafios e adaptações na rotina hospitalar
O ambiente da Cirurgia Cardiovascular demanda calma e determinação, de acordo com a residente. Lidar com pacientes críticos requer sangue-frio, pois qualquer erro pode ser fatal. As cirurgias, geralmente longas, podem durar de 4 a 12 horas, sem intervalos para alimentação ou descanso.
Mariana destaca a importância da adaptação à rotina intensa da especialidade. Inicialmente, levava lanches para as longas cirurgias, mas com o tempo aprendeu a se alimentar adequadamente antes dos procedimentos. A equipe médica é crucial nesses momentos, oferecendo apoio e cuidados.
A residência em Cirurgia Cardiovascular é um período desafiador, no qual os residentes precisam desenvolver resistência física e emocional. Além das cirurgias de grande porte, há procedimentos menores, como implantes de marca-passos, que também exigem concentração e habilidade.
Mercado de Trabalho
Após os cinco anos de residência, a maioria dos residentes ingressa diretamente no mercado de trabalho. Há também a opção de realizar um ano adicional de fellowship, mas a tendência é seguir para a prática profissional. Mariana ainda enfatiza que, embora não seja obrigatório, é comum que os residentes sejam absorvidos pelos próprios serviços onde realizaram suas residências.
Esta integração direta é vantajosa, pois permite que os novos profissionais tenham o apoio de colegas mais experientes, facilitando a transição para a prática profissional. Mariana destaca a importância do aprendizado contínuo, afirmando que se tornar um cirurgião cardiovascular de fato leva cerca de 10 anos após o término da residência.
A inserção no mercado de trabalho, no entanto, pode ser influenciada pelo desempenho durante a residência. Mariana ressalta que a residência é uma vitrine, e os residentes devem demonstrar comprometimento e habilidades para garantir oportunidades futuras.
Ela observa que muitos entram na Cirurgia Cardiovascular sem compreender plenamente suas demandas e rotinas, o que pode levar a frustrações e mudanças de direção na carreira. Alguns acabam migrando para áreas como Medicina Intensiva, seja por dificuldades de inserção no mercado ou por perceberem que a especialidade não corresponde às suas expectativas.
Por outro lado, aqueles que se dedicam e se esforçam conseguem encontrar seu lugar na especialidade e progredir na carreira. Mariana encoraja os aspirantes a cirurgiões cardiovasculares a se prepararem para os desafios, destacando a importância do trabalho em equipe e do comprometimento com o aprendizado contínuo.
Principais dados da área
De acordo com a Demografia Médica 2023 – a mais recente edição da pesquisa, em 2022, a Cirurgia Cardiovascular representava apenas 0,5% dos total de médicos especialistas registrados no Brasil, sendo 2.557 o total de registros na especialidade.
Confira a quantidade de registros por estado:
ESTADO | QUANTIDADE DE REGISTROS |
---|---|
São Paulo | 779 |
Minas Gerais | 256 |
Paraná | 227 |
Rio de Janeiro | 224 |
Rio Grande do Sul | 199 |
Santa Catarina | 132 |
Bahia | 109 |
Goiás | 80 |
Distrito Federal | 70 |
Pernambuco | 69 |
Paraíba | 59 |
Ceará | 57 |
Mato Grosso do Sul | 54 |
Espírito Santo | 52 |
Alagoas | 30 |
Mato Grosso | 27 |
Piauí | 21 |
Pará | 20 |
Amazonas | 17 |
Rio Grande do Norte | 16 |
Maranhão | 16 |
Sergipe | 11 |
Tocantins | 10 |
Rondônia | 10 |
Amapá | 7 |
Acre | 4 |
Roraima | 1 |
Até março de 2024, o Ministério da Educação contava com 584 vagas de R1 autorizadas para Cirurgia Cardiovascular.
Aproveite e conheça melhor a especialidade de Cirurgia Cardiovascular com o vídeo abaixo:
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