Vale a pena fazer Residência de Neurocirurgia? Saiba os prós e os contras
Estratégia Med | Foto: Freepik/DC Studio

Vale a pena fazer Residência de Neurocirurgia? Saiba os prós e os contras

A Neurocirurgia é uma especialidade médica de altíssimo prestígio, voltada ao diagnóstico e tratamento cirúrgico de doenças do sistema nervoso central e periférico. Com ampla complexidade e grande exigência técnica, a área atrai profissionais apaixonados por Neurologia, mas que também desejam atuar diretamente com procedimentos cirúrgicos. Para quem está em dúvida sobre qual especialidade seguir após a graduação, entender melhor o que envolve a residência de Neurocirurgia pode ser decisivo.

A professora Ana Luiza Viana, do Estratégia MED, conversou com a Dra. Sâmara Stocco, residente do primeiro ano de Neurocirurgia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para entender melhor os motivos que levam à escolha da especialidade, além de discutir as possibilidades de atuação, os desafios da residência e as perspectivas de carreira na área.

A seguir, você confere um panorama geral sobre essa área, suas vantagens, os principais desafios e o que esperar da formação e atuação profissional após a residência.

Formação longa e exigente

A residência médica em Neurocirurgia tem duração de cinco anos, um dos períodos mais longos entre as especialidades. Além disso, trata-se de uma especialidade altamente concorrida, com número limitado de oportunidades em todo o país.

De acordo com o Painel de Monitoramento da Educação em Saúde, que reúne dados oficiais sobre os programas de residência médica no Brasil, existem atualmente 865 vagas autorizadas para Neurocirurgia, das quais 667 estão ocupadas. Por isso, a preparação para o processo seletivo costuma ser intensa, exigindo grande dedicação dos candidatos.

Durante a residência, a carga horária é elevada, com plantões frequentes, cirurgias complexas e muita responsabilidade. O residente lida com situações críticas, pacientes com quadros neurológicos graves e precisa estar sempre em constante atualização, já que a Neurocirurgia é uma área com avanços tecnológicos frequentes.

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Perfil ideal para a especialidade

A Neurocirurgia exige um perfil muito específico: além de interesse genuíno pela neurociência, é fundamental gostar de procedimentos cirúrgicos, ter resiliência emocional e boa capacidade de organização e resistência física.

É comum que o interesse pela área venha desde cedo, mas nem todos os estudantes têm contato direto com a prática da Neurocirurgia durante a graduação. Por isso, realizar estágios extracurriculares e acompanhar o dia a dia de neurocirurgiões em hospitais ou ambulatórios pode ser essencial para confirmar a escolha.

Versatilidade e possibilidades de atuação

Ao contrário do que muitos imaginam, a atuação em Neurocirurgia vai além de cirurgias longas e cansativas. A especialidade oferece diversas subáreas de atuação, o que permite ao profissional adaptar sua rotina de trabalho de acordo com suas preferências. É possível atuar com:

  • Cirurgia de crânio ou coluna;
  • Neurocirurgia pediátrica;
  • Dor e neuromodulação;
  • Neurocirurgia funcional;
  • Cirurgias programadas ou emergenciais; e
  • Clínica ambulatorial especializada.

Muitos neurocirurgiões preferem trabalhar em grupos com outros colegas. Assim, eles conseguem dividir os plantões, as cirurgias e os atendimentos, evitando que uma só pessoa fique sobrecarregada. Esse trabalho em equipe também facilita que, caso haja algum problema com um paciente fora do horário, outro médico do grupo possa ajudar. Dessa forma, os profissionais conseguem organizar melhor a rotina, ter mais folgas e equilibrar a vida pessoal com a carreira.

Qualidade de vida: é possível ter equilíbrio?

Apesar de ser conhecida por sua intensidade, a Neurocirurgia não precisa ser sinônimo de rotina exaustiva. Após a residência, o profissional pode montar sua agenda com foco em atendimentos ambulatoriais, cirurgias programadas e sem vínculos com pronto-atendimentos, o que permite uma rotina mais previsível e tranquila.

Ainda assim, quem opta por trabalhar em hospitais ou participar de grupos que atendem urgências precisa estar disponível para intercorrências, plantões e situações de emergência neurológica — especialmente nos primeiros anos após a formação.

Mercado de trabalho e remuneração

A Neurocirurgia é uma das especialidades médicas mais bem remuneradas do Brasil, o que a torna atrativa para quem busca retorno financeiro após anos de dedicação à formação. Logo após a residência, é possível encontrar contratos que oferecem remuneração a partir de R$ 50 mil, podendo ultrapassar esse valor conforme a carga horária, o número de plantões e o modelo de atuação (pública, privada, com grupo próprio, etc.).

Plantões de Neurocirurgia, especialmente em grandes centros urbanos, podem pagar entre R$ 2 mil a R$ 3 mil por 12 horas, o que também atrai muitos profissionais no início da carreira. A longo prazo, neurocirurgiões experientes que atuam em hospitais particulares ou possuem clínicas especializadas podem atingir remunerações ainda mais elevadas.

Vale a pena fazer Neurocirurgia?

Sim, mas depende do seu perfil. A Neurocirurgia é uma especialidade para quem é apaixonado pela área neurológica e também deseja atuar cirurgicamente.

Confira neste bate-papo exclusivo entre a Profª. Ana Luiza Viana, do Estratégia MED, e a Dra. Sâmara Stocco, residente do primeiro ano de Neurocirurgia na UERJ, tudo sobre os prós e contras da especialidade, possibilidades de atuação, mercado de trabalho, perfil do neurocirurgião e muito mais!

Se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.

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