O maior processo de revalidação de diplomas em medicina do Brasil, Revalida INEP, tem como etapa fundamental para aprovação a prova prática, nome popular para o Exame de Habilidades Clínicas.
Por contar com supervisão presencial e comunicação direta com pessoas orientadas pela banca examinadora durante toda a aplicação da prova, é comum que a apreensão e insegurança possam atrapalhar candidatos extremamente capacitados para a aprovação. Por isso, o Estratégia MED mostrará que é possível passar pelo exame com tranquilidade, detalhando o que você precisa saber para superar os problemas recentes da prova e alcançar uma nota inquestionável e assim, a revalidação de seu diploma em medicina no Brasil.
Navegue pelo conteúdo
A Prova Prática
Sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a prova prática constitui a segunda etapa do Revalida e é obrigatória para todos os profissionais formados em medicina no exterior que desejam se registrar e exercer a profissão no Brasil.
Composta por 10 estações práticas, a etapa é aplicada durante um fim de semana estabelecido em cronograma e conta com as seguintes grandes áreas cobradas:
- Clínica Médica;
- Cirurgia;
- Ginecologia e Obstetrícia;
- Pediatria; e
- Medicina de Família e Comunidade.
Todos os itens são desenvolvidos pela Comissão Assessora de Avaliação da Formação Médica (CAAFM) designada e os participantes serão considerados aptos a prosseguirem com a revalidação do diploma ao atingirem a nota de corte estabelecida para a sua edição.
Integrantes da CAAFM em Medicina de Família e Comunidade
Por meio da publicação da Portaria nº 558, de 28 de dezembro de 2022, atualizada em maio de 2023, foram designados à CAAFM, ao todo, dezoito integrantes para exercício dos trabalhos relativos às duas edições do Revalida de 2023.
Dentre as atividades atribuídas, os integrantes desta comissão são responsáveis pela elaboração e revisão das estações que compõem a prova prática, aprovação dos Padrões Esperados de Procedimentos (PEPs) da avaliação e elaboração de protocolos de orientação a serem adotados pelos Hospitais Universitários credenciados para a realização da etapa.
Para a especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC), ao todo, cinco integrantes fazem parte da comissão atualmente e, conhecer as áreas de atuação de cada um pode fazer a diferença na hora de se preparar para a avaliação. São eles:
- Ana Cláudia Couto Santos da Silva: médica pela Escola de Medicina e Saúde Pública, formou-se especialista em Endocrinologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), instituição em que hoje atua como professora adjunta. Atuando na especialidade, com ênfase em Endocrinologia Pediátrica, suas linhas de pesquisa são: crescimento, diabetes mellitus e puberdade.
- Nathan Mendes Souza: graduado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Medicina de Família e Comunidade, tem como tema de seu Doutorado em andamento “O desempenho das Equipes de Atenção Básica na prevenção e no controle das doenças cardiovasculares no Brasil”.
- Nicole Geovana Dias Carneiro: médica especialista em Família e Comunidade pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), teve como tema de seu Doutorado o “Suporte social e violência por parceiro íntimo na Europa: olhando para influências individuais e comunitárias”. Suas linhas de pesquisa e projetos contam com: direitos sexuais, reprodutivos e saúde coletiva e, vítimas de violência sexual.
- Thiago Figueiredo de Castro: médico pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), tornou-se especialista em Medicina Preventiva e Social pela Unicamp e atua como Médico de Família e Comunidade com ênfase em educação médica, supervisão, saúde coletiva, Atenção Primária à Saúde, medicina de emergência e Gestão e Planejamento em Saúde.
- Paula Zeni Miessa Lawall: diretora da Diretoria de Áreas Estratégicas da Atenção Primária – DAEAP da Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito Federal – SES DF, tornou-se especialista em Medicina de Família e Comunidade em 2010 e possui em sua formação acadêmica especialização em Fitorerapia (Tema: “Plantas com potencial de uso em feridas de membros inferiores”), Saúde Pública com ênfase em Saúde de Família (Tema: “Uso de fitoterápicos em úlceras de membros inferiores”) e Saúde da Família (Tema: “Abordagem holística sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS, seus fatores de origem, suas inúmeras implicações, fatores de não adesão ao tratamento efetivo e a proposta de abordagem multidisciplinar.”), além de seu Mestrado em “A formação do preceptor médico em Medicina de Família e Comunidade: uma proposta de diálogo com a andragogia”
Os quatro primeiros dos cinco integrantes listados acima também fizeram parte da comissão para os trabalhos relativos às duas edições do ano de 2022.
Estações de MFC nas últimas edições
Com a distribuição de estações pelas especialidades cobradas na etapa entre os dois dias de aplicação, MFC conta com duas estações em cada edição aberta. Nelas, atendimentos comumente vistos no dia a dia da área são apresentados e os participantes precisam se atentar às situações, fazer perguntas, solicitar exames, diagnosticar e indicar tratamentos.
Confira abaixo o cenário de atuação indicado, descrição de cada caso, quais pedidos foram considerados adequados, diagnóstico final e prescrição de tratamento/seguimento adequado das estações de MFC nas duas últimas edições do Revalida:
Revalida 2022.1
Estação 5 – Área: Medicina de Família e Comunidade
- Cenário de atuação: Atenção Primária.
- Descrição do caso: Paciente de 30 anos, com consulta agendada, previamente hígido, com vacinação atualizada e rastreamento negativo para Infecções sexualmente transmissíveis e para hipertensão arterial.
- Foram consideradas adequadas: perguntar e ouvir com atenção o motivo da consulta, escutar sem interromper e usar de linguagem acessível para se comunicar. Era necessário perguntar também sobre o contexto socioepidemiológico do paciente simulado, assim como descrever as características da lesão e perguntar sobre a existência de lesão em mucosas.
- Diagnóstico: Leishmaniose tegumentar.
- Pós-Diagnóstico: solicitação de prova da função renal, hepática e eletrocardiograma antes de iniciar a farmacoterapia.
- Prescrição adequada: antimonial pentavalente (Glucantime).
- Abordagem: notificar o caso, indicar a necessidade de abordagem comunitária e explicar as medidas de prevenção e controle.
Estação 10 – Área: Medicina de Família e Comunidade
- Cenário de atuação: Atenção Primária.
- Descrição do caso: Uma gestante de 35 anos, visivelmente pálida, comparece para atendimento no pronto socorro de uma maternidade, apresentando queixa de dor e desejando avaliação.
- Foram consideradas adequadas: investigação do histórico de saúde, investigação da motivação para a cessação do tabagismo, avaliação do grau de nicotínica
- Abordagem terapêutica: informar os benefícios para a cessação do tabagismo, convite para a atividade em grupo na UBS, recomendação de medidas não farmacológicas, indicação de tratamento medicamentoso disponível no SUS e orientação sobre possíveis efeitos colaterais.
Revalida 2022.2 e Reaplicação do Revalida 2022.1
Estação 5 – Área: Medicina de Família e Comunidade
- Cenário de atuação: Unidade de Atenção Primária
- Descrição do caso: Homem de 35 anos comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS) queixando-se de dor nas costas.
- Foram considerados adequados: explorar características da dor, investigar sintomas associados, perguntar sobre a existência de lesões em mucosas, descrever as características da lesão
- Diagnóstico: Herpes-Zoster + citar os principais diagnósticos diferenciais para o caso – pielonefrite, nova varíola ou monkeypox, varicela, lombalgia mecânica/DORT e urolitíase.
- Prescrição adequada: medicações sintomáticas (analgésico/antitérmico e/ou anti-inflamatório) e antiviral oral (Aciclovir, Fanciclovir, Valaciclovir).
Estação 10 – Área: Medicina de Família e Comunidade
- Cenário de atuação: Unidade de Atenção Primária.
- Descrição do caso: Mãe comparece à Unidade Básica de Saúde buscando orientações sobre a imunização do seu filho de 12 anos. A última consulta foi quando ele tinha nove anos, antes da pandemia de Covid-19.
- Foram considerados adequados: investigar os antecedentes pessoais, contexto familiar e aspectos da maturidade sexual do adolescente, além de investigar sobre tabagismo, uso de álcool e de outras drogas, aspectos da saúde mental, alimentação, atividade física e sobre o histórico de vacinação para COVID-19.
- Recomendações: vacinação para HPV, dose de reforço da vacina para HPV e atualização do cartão de vacina com respectivos aprazamentos – Meningococos ACWY: dose única para adolescentes não vacinados de 11 a 14 anos de idade; Difteria e Tétano – dose de reforço a cada 10 anos ou a cada 5 anos, em caso de ferimento grave; Influenza/gripe – dose anual; Febre Amarela – dose de reforço.
Passo a Passo da Prova Prática
Em cada uma das estações práticas aplicadas haverá a presença de um chefe de estação que tem como objetivo supervisionar e garantir as condições para a execução da avaliação.
Toda estação conta com a apresentação do cenário de atuação – o local onde o atendimento fictício está sendo realizado, a infraestrutura disponível e a descrição do caso, que geralmente conta com sexo do paciente, idade e suas queixas/sintomas.
A partir destas informações, o candidato terá 10 minutos para realizar a anamnese, solicitar a apresentação das informações do exame físico e/ou complementares, decidir se há a necessidade de investigação complementar dependendo do caso, apresentar o diagnóstico e elaborar um plano terapêutico. Caso tenha algum outro item de desempenho a ser avaliado, como orientação em mudanças de hábitos, este será apresentado nas instruções de cada estação presentes no material entregue para orientação.
A contagem destes 10 minutos estipulados para a realização de cada estação será informada a partir de um sinal sonoro, ou seja, este sinal será tocado ao início de cada estação, assim como no término para seguimento à próxima.
A avaliação das estações será feita por um médico avaliador a partir de filmagens realizadas durante a aplicação da prova e deverá seguir o Padrão Esperado de Procedimentos (PEP) estabelecido pela CAAFM. Este documento, que serve como gabarito da etapa, dispõe todos os itens a serem avaliados e a pontuação de cada um.
Para a segunda etapa do Revalida INEP 2023.1, primeira edição deste ano, a nota de corte estabelecida é de 60.722 pontos.
Obs: O uso de jaleco durante toda a prova prática é obrigatório e a pontuação total da prova prática é de 100 pontos - 10 pontos para cada estação.
3 temas mais cobrados em Medicina Preventiva no Revalida INEP
Para te ajudar na reta final, o Estratégia MED preparou um infográfico com os 3 temas mais cobrados em Medicina Preventiva nas prova do Revalida INEP e que pode fazer toda a diferença na sua preparação:
Apostas do Estratégia MED para o Revalida 2023.1
Com o método da Engenharia Reversa com a análise de provas anteriores e de sua banca examinadora/comissão, prevalência de temas, bibliografia indicada e recentes atualizações na área médica, as apostas para a segunda etapa do Revalida 2023. 1, prevista para os dias 24 e 25 de junho de 2023, foram feitas pelo time de professores especialistas do Estratégia MED.
Para Medicina de Família e Comunidade, as apostas foram compartilhadas pela Profª Bárbara D’Alegria no dia 23 de maio de 2023 em nosso canal do Youtube. Confira abaixo e prepare-se também para dicas e comentários sobre a prova!
E que tal se preparar para essa etapa com o time que aprovou milhares de candidatos nos últimos dois anos? Com o Curso Prova Prática On-line você terá à disposição dicas e mais de 50 estações práticas exclusivas com simulações reais do cenário de prova, checklists para treinar com amigos e familiares, conselhos e muito mais. Vem ser coruja!