Medicina de Família e Comunidade na prova prática do Revalida INEP
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Medicina de Família e Comunidade na prova prática do Revalida INEP

O maior processo de revalidação de diplomas em medicina do Brasil, Revalida INEP, tem como etapa fundamental para aprovação a prova prática, nome popular para o Exame de Habilidades Clínicas.

Por contar com supervisão presencial e comunicação direta com pessoas orientadas pela banca examinadora durante toda a aplicação da prova, é comum que a apreensão e insegurança possam atrapalhar candidatos extremamente capacitados para a aprovação. Por isso, o Estratégia MED mostrará que é possível passar pelo exame com tranquilidade, detalhando o que você precisa saber para superar os problemas recentes da prova e alcançar uma nota inquestionável e assim, a revalidação de seu diploma em medicina no Brasil.

A Prova Prática

Sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a prova prática constitui a segunda etapa do Revalida e é obrigatória para todos os profissionais formados em medicina no exterior que desejam se registrar e exercer a profissão no Brasil.

Composta por 10 estações práticas, a etapa é aplicada durante um fim de semana estabelecido em cronograma e conta com as seguintes grandes áreas cobradas:

  • Clínica Médica;
  • Cirurgia;
  • Ginecologia e Obstetrícia;
  • Pediatria; e
  • Medicina de Família e Comunidade.

Todos os itens são desenvolvidos pela Comissão Assessora de Avaliação da Formação Médica (CAAFM) designada e os participantes serão considerados aptos a prosseguirem com a revalidação do diploma ao atingirem a nota de corte estabelecida para a sua edição.

Integrantes da CAAFM em Medicina de Família e Comunidade

Por meio da publicação da  Portaria nº 9, de 11 de janeiro de 2024, homologada e publicada no dia 15 de janeiro de 2024, define a equipe designada à CAAFM. No total, vinte e seis integrantes para exercício dos trabalhos relativos às edições do Revalida de 2023 e 2024.

Dentre as atividades atribuídas, os integrantes desta comissão são responsáveis pela elaboração e revisão das estações que compõem a prova prática, aprovação dos Padrões Esperados de Procedimentos (PEPs) da avaliação e elaboração de protocolos de orientação a serem adotados pelos Hospitais Universitários credenciados para a realização da etapa.

Para a especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC), ao todo, seis integrantes fazem parte da comissão atualmente e, conhecer as áreas de atuação de cada um pode fazer a diferença na hora de se preparar para a avaliação. São eles: 

  • Ana Cláudia Couto Santos da Silva: médica pela Escola de Medicina e Saúde Pública, formou-se especialista em Endocrinologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), instituição em que hoje atua como professora adjunta. Atuando na especialidade, com ênfase em Endocrinologia Pediátrica, suas linhas de pesquisa são: crescimento, diabetes mellitus e puberdade.
  • Cristina Rolim Neumann: médica especialista em Clínica Médica e em Endocrinologia, tornou-se Doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com o tema: “Polineuropatia do diabete mellitus: caracaterização clinica e padronização dos testes autonomicos e somaticos”. Suas linhas de pesquisa são: Controle glicêmico em pacientes portadores de TCE, Nutrição em pacientes traumatizados, Uso de escalas de Gravidas em UTI de traumatizados, Tratamento clínica da Obesidade no SUS.
  • Nathan Mendes Souza: graduado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Medicina de Família e Comunidade, tem como tema de seu Doutorado em andamento “O desempenho das Equipes de Atenção Básica na prevenção e no controle das doenças cardiovasculares no Brasil”.
  • Nicole Geovana Dias Carneiro: médica especialista em Família e Comunidade pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), teve como tema de seu Doutorado o “Suporte social e violência por parceiro íntimo na Europa: olhando para influências individuais e comunitárias”. Suas linhas de pesquisa e projetos contam com: direitos sexuais, reprodutivos e saúde coletiva e, vítimas de violência sexual.
  • Thiago Figueiredo de Castro: médico pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), tornou-se especialista em Medicina Preventiva e Social pela Unicamp e atua como Médico de Família e Comunidade com ênfase em educação médica, supervisão, saúde coletiva, Atenção Primária à Saúde, medicina de emergência e Gestão e Planejamento em Saúde.
  • Paula Zeni Miessa Lawall: diretora da Diretoria de Áreas Estratégicas da Atenção Primária – DAEAP da Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito Federal – SES DF, tornou-se especialista em Medicina de Família e Comunidade em 2010 e possui em sua formação acadêmica especialização em Fitorerapia (Tema: “Plantas com potencial de uso em feridas de membros inferiores”), Saúde Pública com ênfase em Saúde de Família (Tema: “Uso de fitoterápicos em úlceras de membros inferiores”) e Saúde da Família (Tema: “Abordagem holística sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS, seus fatores de origem, suas inúmeras implicações, fatores de não adesão ao tratamento efetivo e a proposta de abordagem multidisciplinar.”), além de seu Mestrado em “A formação do preceptor médico em Medicina de Família e Comunidade: uma proposta de diálogo com a andragogia”

Estações de MFC nas últimas edições

Com a distribuição de estações pelas especialidades cobradas na etapa entre os dois dias de aplicação, MFC conta com duas estações em cada edição aberta. Nelas, atendimentos comumente vistos no dia a dia da área são apresentados e os participantes precisam se atentar às situações, fazer perguntas, solicitar exames, diagnosticar e indicar tratamentos.

Confira abaixo o cenário de atuação indicado, descrição de cada caso, quais pedidos foram considerados adequados nas estações de MFC nas duas últimas edições do Revalida:

Revalida 2023.1

Estação 5 – Área: Medicina de Família e Comunidade

  • Cenário de atuação: Atenção Primária. Sala de reunião de um Polo Base de um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).
  • Descrição do caso: você recebe uma Agente Indígena de Saúde (AIS) que lhe informa a situação de fome e miséria de uma população indígena residente no território adstrito ao Polo Base onde você atuará. A AIS atua, nesse Polo Base, há 15 anos, como liderança positiva e efetiva, desfrutando de ótima reputação perante a população indígena e a Equipe de Saúde da Família. Você conduzirá a conversa com a AIS para compreender e diagnosticar o problema comunitário, focando na desnutrição grave nessa população indígena
  • Tarefas necessárias: demonstrar habilidades de comunicação e profissionalismo, identificar e citar sinais físicos possíveis da desnutrição grave, identificar e citar impactos, a curto, médio ou longo prazos, da desnutrição grave dessa população indígena, associar e comentar Determinantes Sociais da Saúde relacionados ao problema da desnutrição grave nessa população indígena e, explicar, brevemente, ações, ferramentas ou estratégias do atributo de orientação comunitária na Atenção Primária à Saúde voltadas para a compreensão e/ou enfrentamento da desnutrição grave nessa população indígena.

Estação 10 – Área: Medicina de Família e Comunidade

  • Cenário de atuação: Atenção Primária. Consultório médico em uma Unidade Básica de Saúde. 
  • Descrição do caso: atendimento, em consulta agendada, de uma mulher de 32 anos de idade, queixando-se de cansaço intenso e falta de energia.
  • Tarefas necessárias: demonstrar habilidades de comunicação e profissionalismo, acolher adequadamente a demanda da paciente, realizar a abordagem integral da pessoa em seu contexto, estabelecer o diagnóstico explicando as características do quadro clínico, pactuar com a paciente o plano de cuidados e verificar a necessidade de registrar e/ou notificar órgão competente.

Revalida 2023.2

Estação 5 – Área: Medicina de Família e Comunidade

  • Cenário de atuação: Atenção Primária. Unidade Básica de Saúde.
  • Descrição do caso: mulher de 25 anos de idade, acolhida na UBS por um técnico de enfermagem, com dúvidas sobre a indicação de exame preventivo de câncer de colo uterino (Papanicolau). Antes da consulta, você é abordado(a) pela agente comunitária de saúde, que relata a você dois fatos sobre essa paciente: (i) é a primeira vez que ela vem à UBS; (ii) ela sofre discriminação na vizinhança, inclusive por funcionários da UBS.
  • Tarefas necessárias: conduzir a consulta centrada na pessoa e utilizar os atributos nucleares da atenção primária à saúde, verbalizar a indicação ou não do exame preventivo para câncer de colo uterino, explicar sua resposta considerando as evidências clínicas do caso, abordar questões da sexualidade no processo saúde-doença e orientar o plano de cuidados da paciente e família.

Estação 10 – Área: Medicina de Família e Comunidade

  • Cenário de atuação: Atenção Primária. Consultório médico em uma Unidade Básica de Saúde.
  • Descrição do caso: você trabalha em uma UBS e realizará o atendimento, em consulta agendada, de um homem de 30 anos de idade, sem seguimento regular de saúde. Os seguintes dados do acolhimento foram coletados pelo(a) técnico(a) de enfermagem:
    Motivo da consulta: preocupação com o peso corporal.
    Peso: 92 Kg.
    Estatura: 1,64 m.
    Classificação de Risco: VERDE — RISCO BAIXO.
  • Tarefas necessárias: acolher adequadamente a demanda do paciente, realizar a abordagem integral da pessoa em seu contexto, verbalizar a classificação do estado nutricional e o risco de comorbidades do paciente, citar o parâmetro de avaliação de distribuição da gordura corporal que está relacionado ao risco de morbimortalidade (Obs.: somente o primeiro parâmetro de avaliação verbalizado será considerado), elencar 6 metas a serem alcançadas no tratamento do paciente (Obs.: somente as 6 primeiras metas verbalizadas serão consideradas) e pactuar com o paciente o plano de cuidados.

Passo a Passo da Prova Prática

Em cada uma das estações práticas aplicadas haverá a presença de um chefe de estação que tem como objetivo supervisionar e garantir as condições para a execução da avaliação.

Toda estação conta com a apresentação do cenário de atuação – o local onde o atendimento fictício está sendo realizado, a infraestrutura disponível e a descrição do caso, que geralmente conta com sexo do paciente, idade e suas queixas/sintomas.

A partir destas informações, o candidato terá 10 minutos para realizar a anamnese, solicitar a apresentação das informações do exame físico e/ou complementares, decidir se há a necessidade de investigação complementar dependendo do caso, apresentar o diagnóstico e elaborar um plano terapêutico. Caso tenha algum outro item de desempenho a ser avaliado, como orientação em mudanças de hábitos, este será apresentado nas instruções de cada estação presentes no material entregue para orientação.

A contagem destes 10 minutos estipulados para a realização de cada estação será informada a partir de um sinal sonoro, ou seja, este sinal será tocado ao início de cada estação, assim como no término para seguimento à próxima.

A avaliação das estações será feita por um médico avaliador a partir de filmagens realizadas durante a aplicação da prova e deverá seguir o Padrão Esperado de Procedimentos (PEP) estabelecido pela CAAFM. Este documento, que serve como gabarito da etapa, dispõe todos os itens a serem avaliados e a pontuação de cada um.

Obs: O uso de jaleco durante toda a prova prática é obrigatório e a pontuação total da prova prática é de 100 pontos - 10 pontos para cada estação.

3 temas mais cobrados em Medicina Preventiva no Revalida INEP

Para te ajudar na reta final, o Estratégia MED preparou um infográfico com os 3 temas mais cobrados em Medicina Preventiva nas prova do Revalida INEP e que pode fazer toda a diferença na sua preparação:

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