Quer saber mais sobre a tireoidite de Hashimoto? O Estratégia MED separou as principais informações sobre ela para você. Vamos lá!
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O que é Tireoidite Hashimoto?
A tireoidite de Hashimoto é uma tireoidite autoimune e corresponde à causa mais comum de hipotireoidismo adquirido em adultos. Atinge preferencialmente mulheres, em uma proporção de quase 10 mulheres para cada homem acometido.
Também chamada de tireoidite linfocitária, a fisiopatologia da doença começa com infiltração de linfócitos no tecido da glândula tireoidiana, as células T CD4+ são ativadas para antígenos próprios da tireoide, e então autoanticorpos tireóideos circulantes podem ser encontrados. Em quase 80% dos pacientes estão presentes os anticorpos antiperoxidase, ou anti-TPO, e em 60% dos doentes, estão presentes os anticorpos antitireoglobulina, ou anti-TG. Vale ressaltar que, por ser uma doença autoimune, a origem da patologia está associada à alteração dos mecanismos normais de tolerância imunológica.
Após a infiltração linfocitária, a resposta imunológica observada na tireoidite de Hashimoto é o padrão Th1 com predomínio de citocinas inflamatórias, o que resulta em resposta citotóxica com atuação de linfóctios TCD8 e apoptose dos tireócitos.
A presença e atuação dos anti-TPO proporciona elevado risco de progressão para manifestação clínica típica de hipotiroidismo, que aumenta em quase 5% ao ano. Além disso, a predisposição genética parece ser a origem mais provável e parece apresentar base poligênica, associando-se a distúrbios de vários genes.
A tireoidite de Hashimoto está frequentemente relacionada a outras doenças, principalmente autoimunes, como diabetes mellitus tipo 1, miastemia gravis, síndrome de insuficiência polineuroendócrina tipo 1 ou tipo 2, doença de Addison, artrite reumatóide e doença celíaca.
Quais os sintomas da Tireoidite Hashimoto?
A sintomatologia da tireoidite de Hashimoto é ampla e varia conforme o momento de manifestação da doença. A evolução mais comum acontece com dano gradual ao funcionamento da glândula tireoide. Quando isso acontece, pode-se perceber elevação do TSH, que é capaz de manter níveis normais de T4 livre e T3 por um tempo, período chamado de hipotireoidismo subclínico, com poucas ou nenhuma manifestação sintomática. Em um momento mais avançado da doença, a falência da glândula começa a ser perceptível, causando diminuição do T4 livre e caracterizando o hipotireoidismo clínico. Vale ressaltar que os níveis séricos de T3 são os últimos a apresentarem alterações, o que ocorre em um quadro mais tardio da doença.
Clinicamente, o achado inicial é um aumento firme e indolor da tireoide. Os sintomas da tireoidite de Hashimoto são inespecíficos já que são comuns a outras manifestações de hipotiroidismo, são eles:
- Ganho de peso;
- Mixedema na região anterior do pescoço;
- Baixa tolerância ao frio;
- Cansaço;
- Sonolência;
- Bradicardia;
- Alterações cutâneas como xerose e diminuição da temperatura;
- Depressão e outros sintomas psiquiátricos, como transtornos ansiosos;
- Adinamia;
- Nas mulheres, alteração do ciclo menstrual;
- Prisão de ventre; e
- Dores musculares e câimbras.
Diagnóstico
Diante de suspeitas clínicas, o principal exame utilizado inicialmente é a dosagem sérica de hormônios, especialmente o TSH e T4 livre, e mais raramente, o T3. O TSH, normalmente, encontra-se elevado, sugerindo alguma disfunção tireoidiana primária e, nesse caso, principalmente o hormônio anti-TPO deve ser dosado, praticamente fechando diagnóstico de tireoidite de Hashimoto, a dosagem sérica de anti-TG também pode ajudar.
Vale ressaltar que a tireoidite de Hashimoto possui diagnóstico diferencial importante com a doença de Graves, já que em ambas são tireoidites autoimunes pela atuação de anticorpos, só que nessa outra doença os anticorpos são estimuladores, o que desencadeia um quadro clínico de hipertiroidismo.
O ultrassom é um exame de imagem que pode ser utilizado e, na tireoidite de Hashimoto, a glândula aparece com padrão heterogêneo e predomínio hipoecogênico, um achado comum é o de hipervascularização da tireóide, caracterizando a inflamação da glândula. É importante lembrar que, para o diagnóstico da tireoidite autoimune, exames de imagem são pouco esclarecedores e específicos, mas são muito sensíveis para a observação de nódulos tireoidianos.
Tratamento
O tratamento da tireoidite de Hashimoto é muito semelhante à abordagem utilizada em outras condições clínicas de hipotiroidismo e consiste, basicamente, na reposição dos hormônios tireoidianos que estão com valores séricos anormais no paciente, que se torna incapaz de sintetizá-los.
Por conta do mecanismo fisiológico de atuação dos hormônios, a reposição de T4 é a mais indicada. Ela é feita com administração da levotiroxina em uma posologia adequada ao paciente, frequentemente variando entre 75 mcg e 150 mcg por dia, que normalmente é feita em uma única dose ao dia, antes do café da manhã. Vale ressaltar que o paciente deve ser acompanhado com exames laboratoriais para o correto ajuste da dose. A tireoidite de Hashimoto não possui cura, portanto, o tratamento perdura por toda a vida do paciente.
Em poucos casos, a tireoidite pode causar um aumento importante do volume da glândula, que prejudica outras funções fisiológicas, como a respiração e a deglutição, nesses casos, a tireoidectomia pode ser indicada.
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