Você sabia que, apesar de tantos anos com homens sendo a maioria entre os médicos brasileiros, tudo indica que, em 2030, esse cenário mudará e, seguindo as tendências estatísticas, teremos mais médicas do que médicos no mercado da Saúde em 2030? Pois é! Porém, apesar da perspectiva de superação da desigualdade de gênero na profissão, a desigualdade salarial tende a permanecer. Se você se interessou e quer saber todos os dados sobre as mulheres na medicina, continue no texto!
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Redução da diferença entre os gêneros – Mulheres na Medicina
Segundo o estudo ProvMed, as mulheres serão maioria entre os médicos brasileiros em 2030. O estudo, feito em conjunto com o Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo (USP) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), analisa o crescimento do número de médicos que adentram o mercado da Saúde todos os anos, além de acompanhar as especialidades mais demandas no Brasil.
Apesar dos homens continuarem sendo a maioria entre os médicos brasileiros, a diferença entre os gêneros está diminuindo a cada ano, revelando que podemos estar próximos de um ponto de equilíbrio de oportunidades entre gêneros na Medicina. Em 2020, 53,4% da população médica era composta por homens e 46,6% por mulheres, segundo a Demografia Médica de 2020.
Além disso, as mulheres são a maioria dos profissionais que se registaram nos CRMs (Conselhos Regionais de Medicina), durante a última década. Ainda, segundo o ProvMed 2030, a maior presença das mulheres na medicina começou em 2009 e isso se explica pela evolução das pirâmides etárias, que você pode conferir a seguir com o gráfico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em comparativo sobre a população brasileira por gênero de 2012 e 2019, data em que foi feita a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD):
Em 2000, 56% dos homens e 44% das mulheres se registravam nos CRMs e, em 2009, esse cenário se reverteu para quase 50,5% de mulheres e 49,6% de homens registrados. Já em 2019, essa diferença se intensificou, com 58% de mulheres e 43% de homens. Veja a seguir a evolução do número de médicos entre 1910 e 2020, segundo o gênero:
Distribuição da quantidade de médicos
Por faixa etária
A idade média do médico brasileiro, também em 2030, irá diminuir, tornando assim, a profissão mais jovem. Mais de 80% dos médicos terão entre 22 e 45 anos no Brasil e a relação de médico por habitante no país aumentará de 1,90 para 3,63 até 2030.
A maior faixa etária das médicas, em 2010, era entre 51 a 55 anos de idade e a menor, dos 26 aos 30 anos. Já a Análise Demográfica de 2020 mostrou que existem 12% mais mulheres na medicina do que homens na faixa etária dos 26 aos 35 anos. Confira!
Idade | Mulheres (%) | Homens (%) |
---|---|---|
≤ 29 anos | 58,50 | 41,5 |
30 – 34 | 55,30 | 44,7 |
35 – 39 | 49,70 | 50,3 |
40 – 44 | 44,60 | 55,4 |
45 – 49 | 47,20 | 52,8 |
50 – 54 anos | 46,50 | 53,5 |
55 – 59 anos | 44,50 | 55,5 |
Por especialidade
A tabela do Estratégia MED analisou apenas as especialidades de Acesso Direto, porém, na tabela oficial da Demografia Médica de 2020, de 55 especialidades presentes, os homens são maioria em 65,4% delas e as mulheres em apenas 34,6%.
A dermatologia é a especialidade “mais feminina”, com quase 78% de profissionais mulheres, e urologia a “mais masculina”, com quase 98% de homens. Além disso, pode-se refletir o porquê da urologia, que é a especialidade que cuida do sistema reprodutor masculino, possui tantos profissionais homens e a ginecologia e obstetrícia, que cuida do aparelho reprodutor feminino e mamas, tem quantidade equilibrada de especialistas por gênero, como se observa na próxima tabela do texto.
No que diz respeito a especialidades cirúrgicas, que geralmente remuneram acima da média, os homens são predominantes em todas elas. Na Cirurgia Geral, por exemplo, as mulheres ocupam apenas um quinto do total. Além disso, cargos de liderança são mais ocupados por médicos homens.
Confira, adiante no texto, a distribuição dos médicos entre as especialidades de Acesso Direto!
Diferença salarial dos médicos entre gêneros
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que, em 2019, quase 55% das mulheres com 15 anos ou mais já trabalhavam no Brasil, já o percentual da força de trabalho masculina era de 73,7%.
Apesar disso, segundo as Estatísticas de Gênero de março de 2021, também do IBGE, o nível de escolaridade das mulheres é maior do que a dos homens, sendo que quase 30% delas frequentaram o nível superior e dos homens, pouco mais de 20%. Entretanto, isso não significa que as mulheres possuem vantagens no mercado de trabalho, já que na medicina, por exemplo, o salário de médicas é menor que o de médicos que ocupam a mesma posição, segundo a Pesquisa Demografia Médica no Brasil 2018.
A diferença salarial entre os médicos foi alvo de estudo na Demografia Médica de 2018, dirigido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Nesse estudo, foi aplicado um questionário com 30 perguntas que envolviam temas sociodemográficos e relacionados à profissão médica, como jornadas de trabalho e especialidades atuantes. Foram 2,4 mil médicos entrevistados e os resultados apontaram que “80% das mulheres da área ocupam as três classes de renda inferiores; enquanto 51% dos homens estão nas três faixas mais elevadas de rendimento”, segundo o Estadão.
Seminário Mulheres e Cirurgia
Segundo o Ministério da Educação e Saúde, haverá um webinário sobre mulheres nas especialidades cirúrgicas, com temas como “percepção do assédio entre cirurgiãs” e “alcançando equidade em cirurgia”. No Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, os programas cirúrgicos contam com 103 mulheres e 92 homens, o que destoa da maioria mostrada na tabela presente do texto.
Para promover uma reflexão crítica sobre as conquistas e dificuldades que as mulheres enfrentam na medicina, o Hospital das Clínicas da UFMG, junto à Comissão de Residência Médica e Gerência de Ensino e Pesquisa e com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, realizará, no dia 20 de outubro de 2021, às 19 horas, o seminário “Mulheres e Cirurgia no Século XXI”. Todos os debates serão realizados por mulheres cirurgiãs.
Agora você pôde observar que, apesar das mulheres estarem ocupando mais espaços, inclusive na medicina, os dados ainda apontam muitas controvérsias. Para ficar por dentro de mais notícias sobre o mundo médico e sobre os processos seletivos de Residência Médica que estão acontecendo, clique aqui e acompanhe todos os textos que o blog do Estratégia MED prepara para você!
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