Resumo sobre Glândulas Salivares: anatomia, função e mais!

Resumo sobre Glândulas Salivares: anatomia, função e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre as glândulas salivares, estruturas que fazem parte do trato gastrointestinal, sendo glândulas anexas, que possuem um papel importante na digestão do alimento.

O Estratégia MED tá chegando com um resumo bem preparado para você, aquele que vai dar um boost nos seus conhecimentos e turbinar sua evolução profissional.

Preparado? Vamos nessa!

Anatomia das glândulas salivares

Existem três glândulas salivares principais no corpo humano: as parótidas, submandibulares e sublinguais, acompanhadas por várias glândulas orais menores. Diariamente, o corpo produz entre 800 a 1.500 mililitros de saliva, com uma média de 1.000 mililitros.

A saliva possui dois componentes proteicos distintos. Primeiramente, há a secreção serosa, que contém ptialina, uma α-amilase responsável pela digestão do amido. Em segundo lugar, a secreção mucosa, contendo mucina, atua na lubrificação e proteção das superfícies orais.

As glândulas parótidas são responsáveis principalmente pela produção da secreção serosa, enquanto as submandibulares e sublinguais produzem tanto a secreção serosa quanto a mucosa. 

As glândulas bucais, por sua vez, secretam apenas muco. O pH da saliva varia entre 6,0 e 7,0, proporcionando uma faixa ideal para a ação digestiva da ptialina.

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Glândulas parótidas

A glândula parótida, que é uma das principais glândulas salivares, normalmente tem um peso que varia de 14g a 28g. 

A maior parte dos tumores nesta glândula se origina no lobo superficial, que tem uma forma achatada e quadrilateral. Já o lobo profundo tem uma configuração irregular em forma de cunha, e muitos tumores nessa região se estendem para o espaço parafaríngeo adjacente. 

Cerca de 21% das pessoas têm um lobo adicional na glândula parótida. Esta glândula possui o ducto de Stensen, que tem aproximadamente 4-7 cm de comprimento e atravessa os músculos masseter e bucinador, drenando na cavidade oral em oposição ao segundo molar, conhecido como papila parotídea.

Glândula submandibular

A glândula submandibular está posicionada no triângulo submandibular, localizado na parte posterior do assoalho da boca. 

Seu peso normal varia de 7g a 8g. Essa glândula é caracterizada pela presença do ducto excretório principal, conhecido como ducto de Warthon, que realiza a drenagem para a cavidade oral na carúncula lingual, próxima ao frenulum.

Glândula sublingual

A glândula sublingual é a menor entre as principais glândulas salivares, com um peso médio de 2g a 4g cada. Acredita-se que sua origem derive do endoderma do stomodeum, uma estrutura embrionária. 

O ducto excretório principal é o de Bartholin, que se une ao ducto submandibular antes de entrar na cavidade oral, e, em seguida, drena para os pequenos ductos de Rivinus.

Diferentemente das glândulas sublinguais, as outras glândulas salivares principais possuem uma cápsula fibrosa fina que as envolve. 

Composição da saliva

A saliva, uma substância complexa produzida pelas glândulas salivares, é essencial para diversas funções no trato gastrointestinal (GI). Composta principalmente por água, íons e constituintes orgânicos, a saliva exibe uma notável taxa de fluxo em relação à massa glandular, contribuindo para a manutenção da saúde bucal e para a eficácia dos processos digestivos.

A composição inorgânica da saliva é altamente dependente dos estímulos e da taxa de fluxo salivar. Entre os principais íons presentes, destacam-se Na+, K+, HCO3-, Ca++, Mg++, e Cl‐. 

A secreção de fluoreto na saliva, fundamental para a prevenção de cáries dentárias, demonstra a importância da saliva não apenas na digestão, mas também na saúde dentária.

A regulação da composição iônica ocorre durante o processo de secreção salivar. A secreção primária, produzida pelas células acinares, é isotônica e semelhante ao plasma sanguíneo. 

À medida que a saliva percorre os ductos, as células ductais modificam sua composição, resultando na secreção secundária. Esse processo envolve a reabsorção de íons como Na+ e Cl‐, e a secreção de K+ e HCO3-, contribuindo para a alcalinidade da saliva.

Além dos componentes inorgânicos, a saliva apresenta constituintes orgânicos sintetizados e secretados pelas células acinares. Enzimas como a ptialina (α-amilase) e a lipase desempenham papeis fundamentais na digestão de amido e lipídeos, respectivamente. A mucina, uma glicoproteína, forma muco quando hidratada, promovendo a lubrificação e proteção das superfícies orais. A lisozima, por sua vez, ataca as paredes celulares bacterianas, limitando a colonização de bactérias na boca.

Em repouso, a saliva é hipotônica e levemente alcalina, desempenhando um papel importante na restrição do crescimento microbiano e na neutralização do refluxo de ácido gástrico durante a deglutição. 

Quando estimulada, a saliva sofre ajustes na concentração iônica, tornando-se mais alcalina. Assim, a dinâmica composicional da saliva reflete sua adaptabilidade às demandas fisiológicas, garantindo uma resposta integrada às necessidades do organismo.

Regulação da secreção salivar

O controle da produção de saliva é exclusivamente neural, diferenciando-se de muitas outras secreções no trato gastrointestinal, que são predominantemente reguladas por hormônios. 

Tanto o sistema nervoso simpático quanto o parassimpático têm o papel de estimular a secreção salivar, sendo que a ativação de ambos resulta nesse processo. 

O controle principal durante a resposta a uma refeição é exercido pelo sistema nervoso parassimpático. A interrupção do estímulo parassimpático pode levar a uma redução significativa na produção de saliva e até mesmo à atrofia das glândulas salivares.

As fibras nervosas simpáticas destinadas às glândulas salivares têm origem no gânglio cervical superior. Já as fibras parassimpáticas pré-ganglionares percorrem os ramos dos nervos faciais e glossofaríngeos (VII e IX nervos cranianos, respectivamente). 

Essas fibras fazem sinapses com neurônios pós-ganglionares localizados nos gânglios próximos ou nas próprias glândulas salivares. As terminações nervosas parassimpáticas suprem as células acinares e os ductos.

A ativação do sistema nervoso parassimpático não apenas aumenta a produção de enzimas como a amilase salivar e mucinas, mas também melhora as funções de transporte no epitélio ductal. 

Além disso, esse estímulo promove um aumento significativo no fluxo sanguíneo para as glândulas salivares, estimulando o metabolismo e o crescimento dessas estruturas glandulares. 

Doenças que acometem as glândulas salivares

Pode-se dividir as patologias que acometem as glândulas salivares em não neoplásicas e neoplásicas. 

Não neoplásicas

As patologias não neoplásicas das glândulas salivares abrangem uma variedade de condições que não envolvem o crescimento tumoral. Algumas das principais patologias não neoplásicas incluem:

Doença Policística da Parótida: Trata-se de uma condição rara que afeta principalmente a glândula parótida. É mais comum em mulheres e pode se manifestar com um aumento na região da parótida, causando uma massa palpável. Geralmente é bilateral e pode ser percebida desde a infância até a idade adulta tardia.

Sialadenite: Refere-se à inflamação das glândulas salivares, que pode ser aguda ou crônica. A sialadenite aguda é frequentemente causada por uma infecção bacteriana, levando a sintomas como dor, inchaço e vermelhidão na região da glândula afetada. Já a sialadenite crônica pode estar associada a condições como doenças autoimunes ou obstrução dos ductos salivares.

Síndrome de Sjögren: Uma doença autoimune que afeta as glândulas exócrinas, incluindo as glândulas salivares e lacrimais. Os pacientes com síndrome de Sjögren podem apresentar boca seca (xerostomia) e olhos secos (xeroftalmia), além de outros sintomas sistêmicos.

Cálculos Salivares: Também conhecidos como sialolitos, são depósitos de cálcio que se formam nos ductos das glândulas salivares, causando obstrução parcial ou total do fluxo salivar. Isso pode levar a dor, inchaço e infecção na região afetada.

Mucocele: Uma lesão cística benigna que ocorre devido à ruptura de um ducto salivar, resultando no acúmulo de saliva no tecido circundante. Geralmente se apresenta como uma protuberância macia e translúcida na mucosa oral.

Neoplásicos

As patologias neoplásicas das glândulas salivares referem-se a condições em que ocorre o crescimento anormal de células, resultando em tumores benignos ou malignos nessas glândulas. Dentre as principais patologias neoplásicas das glândulas salivares estão:

Adenoma Pleomórfico: É o tumor mais comum das glândulas salivares, caracterizado por sua natureza benigna. Apresenta-se como uma massa indolor, geralmente na região parotídea, e pode ter potencial de recorrência após a ressecção.

Carcinoma Adenoide Cístico: Representa cerca de 10% dos tumores malignos das glândulas salivares e é conhecido por sua tendência à invasão perineural, o que pode resultar em sintomas como dor e paralisia do nervo periférico.

Carcinoma Mucoepidermoide: É um tumor maligno que pode ocorrer em diferentes glândulas salivares e é caracterizado por sua diversidade histológica, podendo apresentar áreas de mucosa, epidermoide e células mucosas.

Carcinoma de Células Claras: É uma neoplasia de baixo grau com comportamento indolente, geralmente tratada com ressecção cirúrgica. Pode apresentar recorrência local em até 17% dos casos.

Tumor de Warthin: É um tumor benigno das glândulas salivares, mais comum em homens idosos. Geralmente ocorre na parótida e é caracterizado por sua associação com o tabagismo.

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Referências

Capítulo 20. Patologia Geral – Patologia de Glândula Salivar. In: Manual de Patologia Geral. Editora Guanabara Koogan, 2021. pp. 555-583.

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L

BERNE e LEVY – Fisiologia – Tradução da 7ª Edição. Editores Bruce M. Koeppen e Bruce A. Stanton. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2018.

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