Resumo sobre Leucócitos: o que são, como avaliar e mais!

Resumo sobre Leucócitos: o que são, como avaliar e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre os Leucócitos, células que compõem o sistema de defesa do corpo humano.

O Estratégia MED está prestes a introduzir um novo conceito valioso que irá enriquecer seus conhecimentos e impulsionar seu crescimento profissional. 

Está pronto? Vamos lá!

Definição de Leucócitos 

Os leucócitos, ou glóbulos brancos, são células essenciais para o sistema de defesa do corpo. Originam-se tanto na medula óssea (granulócitos, monócitos e alguns linfócitos) quanto no tecido linfático (linfócitos e plasmócitos). Após sua formação, essas células são transportadas pelo sangue para diversas partes do corpo, onde são necessárias.

A principal função dos leucócitos reside em sua capacidade de serem direcionados para áreas de infecção e inflamação, desencadeando uma resposta rápida e poderosa contra agentes infecciosos. Em particular, granulócitos e monócitos possuem habilidades especiais para “detectar e destruir” invasores estranhos.

Tipos de Leucócitos

O sangue contém seis tipos de leucócitos: neutrófilos polimorfonucleares, eosinófilos polimorfonucleares, basófilos polimorfonucleares, monócitos, linfócitos e, ocasionalmente, plasmócitos. 

Além desses, há um grande número de plaquetas, fragmentos de células similares aos leucócitos encontrados na medula óssea, chamados megacariócitos.

Os três primeiros tipos de leucócitos, chamados de células polimorfonucleares, têm uma aparência granular e são referidos como granulócitos ou “polis” na linguagem clínica, devido aos seus múltiplos núcleos. 

Tanto os granulócitos quanto os monócitos desempenham um papel crucial na proteção do corpo contra invasores microbianos, seja através da fagocitose (ingestão) ou pela liberação de substâncias antimicrobianas e inflamatórias, contribuindo para a destruição de organismos invasores.

Por outro lado, os agranulócitos incluem monócitos, que são células fagocitárias, e os linfócitos e ocasionalmente plasmócitos. Os linfócitos e os plasmócitos, embora não explicitamente chamados de agranulócitos, são destacados como componentes do sistema imunológico. Os linfócitos atuam em conjunto para coordenar respostas específicas contra patógenos, enquanto os plasmócitos são especializados na produção de anticorpos, contribuindo para a resposta imunológica adaptativa.

Dessa forma, enquanto os granulócitos apresentam uma aparência granular sob microscopia, os agranulócitos, como monócitos, linfócitos e plasmócitos, não exibem essa característica distintiva. 

Formação dos leucócitos 

Eles são formados a partir das células-tronco hematopoéticas pluripotenciais. Essas células-tronco passam por uma diferenciação inicial, originando quatro tipos de células-tronco comprometidas. Além das células destinadas a formar as hemácias, há duas grandes linhagens de leucócitos: a linhagem mielocítica e a linfocítica.

O progenitor da linhagem mieloide, conhecido como Unidade Formadora de Colônias para Granulócitos, Eritrócitos, Monócitos e Megacariócitos (UFC-GEMM), demonstrou ter a capacidade de originar três tipos celulares distintos: granulócitos, monócitos e megacariócitos.

Os monócitos e neutrófilos se desenvolvem a partir de uma célula precursora comum denominada Unidade Formadora de Colônias para Granulócitos-Macrófagos (UFC-GM).

O processo de mielopoiese, que se refere ao desenvolvimento de células mieloides, tem seu início no fígado do feto humano por volta da sexta semana de gestação.

Os leucócitos formados na medula óssea ficam armazenados até que sejam necessários no sistema circulatório. Quando essa necessidade surge, vários fatores provocam a liberação dos leucócitos. Já os linfócitos são predominantemente armazenados nos tecidos linfoides, com apenas um pequeno número temporariamente transportado pelo sangue.

A linhagem linfoide origina três tipos de linfoblastos: linfoblasto B, linfoblasto T e linfoblasto NK. O linfoblasto, que representa uma célula jovem, se desenvolve em linfócito, a forma mais madura na linhagem linfoide. Os linfócitos T podem se especializar em TCD4 (T-helper) ou TCD8 (citotóxico). O linfoblasto B gera o linfócito B, que, quando especializado, dá origem aos plasmócitos, células produtoras de anticorpos.

Os megacariócitos, também formados na medula óssea, são células que se fragmentam, gerando pequenos fragmentos conhecidos como plaquetas ou trombócitos.

Esquema de formação de linfócitos
Fonte: Imunologia. David Male – 7ª Edição

Tipos de Linfócitos

  • Neutrófilos: os neutrófilos são células fagocitárias especializadas em engolfar e digerir microrganismos invasores, desempenhando um papel crucial na resposta rápida a infecções bacterianas agudas.
  • Eosinófilos: os eosinófilos, por sua vez, são envolvidos na resposta a parasitas e na modulação de reações alérgicas. Sua função principal é combater infestações parasitárias e regular respostas alérgicas, proporcionando uma defesa específica contra esses tipos de ameaças.
  • Basófilos: os basófilos têm como característica a liberação de substâncias, incluindo histamina, que desencadeiam reações inflamatórias e alérgicas. Assim, desempenham um papel importante na resposta imunológica, especialmente em processos inflamatórios e alérgicos.
  • Monócitos: os monócitos são células fagocitárias que consomem patógenos e detritos celulares. Maturam-se para se tornar macrófagos, desempenhando uma função essencial na resposta imunológica ao limpar tecidos e eliminar substâncias estranhas.
  • Linfócitos: são células chave na coordenação de respostas imunológicas específicas e adaptativas. Entre eles, os linfócitos T reconhecem e destroem células infectadas por vírus, enquanto os linfócitos B produzem anticorpos que neutralizam patógenos ou marcam-nos para destruição por outras células do sistema imunológico. 
  • Células NK: as células Natural Killer (NK) atuam rapidamente, destruindo células infectadas ou cancerosas sem a necessidade de ativação prévia.

Tempo de vida dos Leucócitos 

Após sua liberação pela medula óssea, os granulócitos têm uma vida circulatória média de 4 a 8 horas, durante as quais circulam pelo sangue. Em seguida, permanecem nos tecidos onde são necessários por mais 4 a 5 dias. Em casos de infecções graves, essa duração total da vida dos leucócitos pode ser significativamente reduzida para algumas horas, uma vez que os granulócitos se dirigem rapidamente para áreas infectadas exercendo suas funções e, consequentemente, sendo destruídos no processo.

Os monócitos, por sua vez, possuem um tempo de trânsito mais curto no sangue, variando de 10 a 20 horas, antes de atravessar as membranas capilares em direção aos tecidos. Uma vez nos tecidos, eles aumentam de volume, transformando-se em macrófagos teciduais, podendo viver por meses, a menos que sejam destruídos durante a execução de suas funções fagocíticas. Os macrófagos teciduais desempenham um papel central no sistema de defesa contra infecções.

No caso dos linfócitos, eles entram continuamente no sistema circulatório através da drenagem da linfa dos linfonodos e de outros tecidos linfoides. Após algumas horas, passam do sangue de volta para os tecidos por diapedese. Posteriormente, reentram na linfa e retornam várias vezes para o sangue, mantendo uma circulação contínua por todo o corpo. A sobrevida dos linfócitos varia de semanas a meses, dependendo das necessidades do corpo por essas células.

As plaquetas sanguíneas são substituídas a cada 10 dias, indicando que aproximadamente 30.000 plaquetas são formadas diariamente para cada microlitro de sangue. Este ciclo de renovação constante é essencial para manter a funcionalidade do sistema imunológico e a capacidade de coagulação do sangue.

Desvios no Leucograma

O desvio à esquerda ocorre quando a medula óssea libera um grande número de leucócitos imaturos, especialmente neutrófilos, como resposta a antígenos de forma aguda. Isso significa que há um aumento notável de células ainda em estágios iniciais de maturação, indicando uma reação imunológica mais recente e intensa.

Por outro lado, o desvio à direita é o oposto, ocorrendo quando há um aumento de neutrófilos segmentados, que são células maduras. A segmentação refere-se à maturidade da célula, sendo que quanto mais segmentada, mais madura é. Esse fenômeno indica uma resposta mais crônica a um antígeno, indicando que o organismo está lidando com a situação ao longo de um período mais prolongado.

Leucocitose x Leucopenia 

Tanto a leucocitose quanto a leucopenia são condições que impactam a contagem de leucócitos no sangue, desempenhando um papel crucial na avaliação da saúde do sistema imunológico. 

A leucocitose se caracteriza pelo aumento do número de leucócitos, tipicamente ultrapassando os valores considerados normais. Em linhas gerais, uma contagem de leucócitos acima de 11.000 Leuc/mm³ é diagnosticada como leucocitose. Causas comuns incluem infecções, processos inflamatórios, estresse ou condições médicas subjacentes.

Por sua vez, a leucopenia é marcada pela redução no número de leucócitos, muitas vezes abaixo dos valores normais. Uma contagem inferior a 4.000 Leuc/mm³ é geralmente identificada como leucopenia. Pode ser desencadeada por diversos fatores, como infecções virais, efeitos colaterais de medicamentos, doenças autoimunes, exposição à radiação ou condições genéticas.

Ambas as situações podem ter impactos clínicos importantes. Na leucocitose, os sintomas variam conforme a causa subjacente, enquanto na leucopenia a susceptibilidade à infecções aumenta devido à redução na capacidade do sistema imunológico para combater patógenos.

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No leucograma, é crucial prestar atenção ao número total de leucócitos, aos diferentes tipos dessas células, que são responsáveis por respostas específicas a antígenos, bem como à presença de desvios à direita ou à esquerda. Desvio à direita no leucograma é indicativo de:

A) Predomínio de linfócitos imaturos como consequência de uma infecção viral.

B) Aumento das formas polisegmentadas (maturadas) dos neutrófilos do sangue periférico.

C) Diminuição significativa dos neutrófilos e aumento de eosinófilos, comumente visto em reações alérgicas.

D) Aumento das formas imaturas dos neutrófilos, indicativo de infecções bacterianas agudas.

Opção correta: Alternativa “A”

Veja também!

Referências

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L

ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015.

MALE, D.; BROSTOFF, J. Broth, D.; ROITT, I. Imunologia. 8ª. Edição. Editora Elsevier. 2014.

HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

Mank V, Brown K. Leukocytosis. [Updated 2022 Sep 12]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK560882/

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