E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Órtese, um dispositivo que ajuda a vida de várias pessoas.
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Definição de Órtese
Uma órtese é um dispositivo que pode ser utilizado de forma temporária ou contínua para ajudar nas funções de um membro, órgão ou tecido, com o objetivo de prevenir deformidades, deter sua progressão e/ou compensar deficiências funcionais.
Derivada do termo grego “orthósis”, que significa a ação de endireitar, retificar ou tornar reto, a órtese desempenha um papel crucial na correção e suporte, contribuindo para a manutenção ou melhoria da funcionalidade física.
Diferença entre Órtese x Prótese
Uma prótese é um dispositivo, também permanente ou transitório, que tem a finalidade de substituir total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido. Ao contrário das órteses, que buscam apoiar as funções naturais do corpo, as próteses têm a missão de replicar ou restaurar a função de uma parte ausente, ou comprometida.
O termo “prótese” origina-se do grego “pró”, que significa “na frente” ou “junto a”, combinado com “thésis”, que se traduz como “colocar” ou “acrescentar”.
Portanto, a principal diferença entre órteses e próteses reside na função que desempenham: enquanto as órteses visam apoiar, corrigir ou compensar deficiências, as próteses têm a finalidade de substituir partes do corpo que estão ausentes ou comprometidas.
Ambos os tipos de dispositivos desempenham papeis cruciais na melhoria da qualidade de vida e na recuperação funcional de indivíduos com necessidades específicas de saúde.
Classificação das Órteses
As órteses podem ser classificadas de diversas maneiras com base em sua aplicação e método de utilização:
- Internas ou implantadas: incluem materiais cirúrgicos como suturas, dispositivos de síntese, instrumentos para estabilização e fusão de vértebras, marca-passos implantados, bombas de infusão implantadas, entre outros. Essas órteses são inseridas no corpo por meio de procedimentos cirúrgicos.
- Externas ou não implantadas: englobam dispositivos que não necessitam de inserção no corpo, como bengalas, muletas, coletes, colares cervicais, aparelhos gessados, tutores, andadores, aparelhos auditivos, óculos, lentes de contato, aparelhos ortodônticos, palmilhas, entre outros. Essas órteses são utilizadas externamente para proporcionar suporte e correção.
- Implantadas total ou parcialmente por procedimento cirúrgico ou percutâneo: incluem fixadores externos, stents, drenos e outros dispositivos que podem ser implantados total ou parcialmente no corpo, seja por meio de intervenções cirúrgicas ou procedimentos percutâneos, sem a necessidade de uma cirurgia aberta extensa.
As órteses também são classificadas quanto à função em estáticas e dinâmicas. Órteses estáticas têm a finalidade de imobilizar, limitar e posicionar articulações, sendo utilizadas para estabilizar áreas lesionadas. Exemplos incluem talas e colares cervicais.
Por outro lado, órteses dinâmicas, compostas por várias partes, visam promover a movimentação articular, neutralizar forças deformantes e fortalecer a musculatura envolvida. Elas são frequentemente empregadas em processos de reabilitação, facilitando a mobilidade controlada.
Tipos de Órteses
Órteses de membros inferiores
As órteses de membros inferiores desempenham diversas funções, sendo comumente indicadas para facilitar o ortostatismo, imobilizar articulações durante processos inflamatórios, prevenir deformidades, aliviar a dor e possibilitar uma marcha funcional e segura.
A prescrição desses dispositivos requer uma avaliação qualificada, considerando a natureza da patologia, a finalidade de uso, o tempo previsto, as condições de utilização, o estado cognitivo e motivação do paciente, além da probabilidade de adesão ao tratamento.
Entre as órteses de membros inferiores, destacam-se as palmilhas, que têm o objetivo de manter a postura correta dos pés, aliviar dores e pressões durante a marcha, e podem ser personalizadas ou pré-fabricadas.
As órteses suropodálicas, conhecidas como AFOs, são dispositivos que substituem a função fisiológica do tornozelo, podendo ser fixas ou articuladas, e são indicadas para prevenir deformidades e controlar o alinhamento durante a marcha.
Já as órteses cruropodálicas (KAFO) e pelvico podálicas são destinadas a pessoas com lesões na coluna vertebral, proporcionando ortostatismo e deambulação funcional.
Órteses de coluna vertebral
As órteses para coluna vertebral, como colares e coletes, têm como objetivo principal restringir o movimento da coluna, auxiliando na recuperação de lesões e na prevenção de deformidades.
Existem diferentes tipos de órteses para diferentes segmentos da coluna e finalidades, como correção de deformidades ou imobilização após cirurgias. Por exemplo, os colares cervicais são utilizados para imobilizar a coluna cervical, com diferentes modelos disponíveis, como colares flexíveis, semirrígidos e rígidos.
Já os coletes toracolombossacros podem ser imobilizadores ou corretivos, sendo utilizados para restringir a movimentação da coluna torácica e lombar. Exemplos incluem o colete de Boston e o colete Jewet.
Algumas órteses são mais eficazes que outras em termos de imobilização, como o colete Halo, considerado o máximo em imobilização da coluna cervical. É importante considerar as características do paciente e a finalidade da órtese ao escolher o tipo adequado.
Órteses de membros superiores
As órteses de membros superiores são classificadas por tipo, finalidade e modelo, mas também podem ser categorizadas com base na configuração externa, características mecânicas, fontes de energia, materiais e partes anatômicas envolvidas.
Os materiais comuns incluem termomoldáveis, gesso, neoprene, lona, couro e metais, sendo a escolha dependente da análise individualizada da situação disfuncional.
As órteses devem manter a anatomia fisiológica, garantir movimentos adequados, promover padrões funcionais de preensão, proporcionar mobilidade com estabilidade e preservar a percepção sensorial, entre outros critérios.
Quem produz as órteses
O protesista/ortesista ortopédico é responsável por tirar medidas e criar órteses, próteses, palmilhas e calçados ortopédicos conforme as prescrições de médicos, fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais.
Além disso, esse profissional pode orientar pacientes e cuidadores sobre a higiene, manutenção e uso apropriado dos equipamentos, além de acompanhar e documentar todas as informações relacionadas aos aparelhos.
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Referências
Guia para Prescrição, Concessão, Adaptação e Manutenção de Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019.