E aí, doc! Vamos explorar mais um tema essencial? Hoje o foco é o Periósteo, uma membrana indispensável para a saúde óssea e a regeneração dos ossos.
O Estratégia MED está aqui para descomplicar esse conceito e ajudar você a aprimorar seus conhecimentos, garantindo uma prática clínica cada vez mais eficaz.
Vamos nessa!
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Definição de Periósteo
O periósteo é uma membrana conjuntiva que reveste as superfícies externas dos ossos, desempenhando funções essenciais para o tecido ósseo. Ele é composto por duas camadas principais: uma camada externa mais fibrosa, rica em fibras colágenas, que confere resistência mecânica e protege a estrutura óssea, e uma camada interna mais celular, onde se encontram células osteoprogenitoras.
Além disso, o periósteo participa da nutrição do tecido ósseo, auxiliando no transporte de nutrientes e oxigênio por meio de seus capilares, e serve como ponto de fixação para tendões e ligamentos por meio das fibras de Sharpey, que o ancoram firmemente ao osso.
Por sua localização e estrutura, o periósteo é indispensável para o crescimento em espessura dos ossos e para a regeneração óssea após lesões.
Camadas do osso
O osso, uma estrutura essencial para a sustentação e proteção do corpo humano, é composto por diferentes camadas, cada uma desempenhando funções específicas. Além do periósteo, destacam-se outras camadas internas, cada qual contribuindo para a estrutura e funcionalidade do esqueleto.
Osso compacto (Cortical)
O osso compacto, ou cortical, forma a camada externa densa e rígida dos ossos. Sua estrutura é organizada em sistemas de Havers, que são cilindros ósseos concêntricos em torno de canais contendo vasos sanguíneos e nervos.
Esses sistemas permitem a comunicação entre as células ósseas, viabilizando a nutrição e a remoção de resíduos metabólicos. Essa disposição confere grande resistência mecânica, suportando forças intensas e garantindo proteção para as estruturas internas do osso.
Osso esponjoso (Trabecular)
Localizado principalmente nas extremidades dos ossos longos e no interior dos ossos curtos e planos, o osso esponjoso possui uma estrutura menos densa, composta por trabéculas que formam uma rede tridimensional.
As trabéculas são organizadas de maneira a suportar as tensões mecânicas a que o osso é submetido, além de proporcionar leveza à estrutura óssea. O osso esponjoso também abriga a medula óssea, onde ocorre a produção de células sanguíneas (na medula vermelha) e o armazenamento de gordura (na medula amarela).
Endósteo
O endósteo é uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste a superfície interna dos ossos, incluindo o canal medular, os canais de Havers e as trabéculas do osso esponjoso. Assim como o periósteo, ele contém células osteogênicas, que são ativadas durante processos de remodelação e reparação óssea.
O endósteo desempenha um papel central na regulação metabólica, participando do armazenamento e liberação de minerais, como cálcio e fosfato, conforme as necessidades do organismo.
Medula óssea
A medula óssea é o tecido encontrado no interior do osso esponjoso e do canal medular. Ela é classificada em dois tipos:
- Medula vermelha: predominante em crianças e jovens, é altamente ativa na hematopoese, produzindo glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
- Medula amarela: mais abundante em adultos, consiste principalmente em tecido adiposo, funcionando como uma reserva energética. Apesar disso, em situações de necessidade extrema, como grandes perdas sanguíneas, a medula amarela pode se converter em vermelha para aumentar a produção de células sanguíneas.
A medula óssea também é um elemento fundamental na imunidade, contribuindo para a produção de células do sistema imunológico.
Principais funções do Periósteo
A camada fibrosa externa, rica em fibras colágenas e fibroblastos, oferece proteção mecânica ao osso e suporte estrutural. Já a camada interna, chamada camada osteogênica ou cambial, contém células osteoprogenitoras, que são precursoras das células ósseas. Essas células são essenciais para o processo de regeneração e adaptação do osso.
Células osteoprogenitoras e regeneração óssea
A camada osteogênica do periósteo contém células-tronco mesenquimais que têm o potencial de se diferenciar em diversos tipos celulares necessários para a regeneração óssea, como osteoblastos (células formadoras de osso), condroblastos (células formadoras de cartilagem) e outros tipos de células envolvidas no processo de reparo. Essas células se ativam especialmente durante o processo de cicatrização de fraturas, contribuindo para a regeneração óssea e a reparação do tecido danificado.
Nutrição e homeostase óssea
Uma das funções vitais do periósteo é a nutrição do tecido ósseo. Ele contém uma rica rede de vasos sanguíneos, que fornece os nutrientes essenciais e oxigênio às células ósseas, como os osteócitos (células maduras do osso).
Além disso, essa rede vascular também ajuda a remover os resíduos metabólicos das células ósseas, assegurando a manutenção da homeostase óssea. Esse processo é fundamental para garantir o funcionamento saudável e eficiente do tecido ósseo.
Papel na reparação óssea
Quando ocorre uma lesão ou trauma no osso, a permeabilidade do periósteo pode aumentar. Esse aumento na permeabilidade permite uma maior troca de moléculas e células entre o osso e os tecidos circundantes, o que facilita a reparação óssea. As células presentes no periósteo podem migrar para a área danificada, promovendo a cicatrização e a regeneração do osso lesionado.
Resposta a estímulos mecânicos e remodelação óssea
O periósteo responde ativamente aos estímulos mecânicos, como as cargas e pressões exercidas sobre o osso durante as atividades diárias. Suas células progenitoras, localizadas na camada osteogênica, são sensíveis a essas forças mecânicas e iniciam processos de adaptação estrutural no osso.
Isso é crucial para a remodelação óssea, que visa manter a resistência e a funcionalidade do osso em resposta às mudanças nas condições de carga, ajudando a prevenir fraturas e outras lesões ósseas.
Conexão com tendões e ligamentos
A camada fibrosa externa do periósteo é composta por fibras colágenas densas, também conhecidas como fibras de Sharpey, que desempenham um papel importante na fixação do periósteo ao osso.
Essas fibras ancoram o periósteo de forma firme ao osso, permitindo que ele funcione como um ponto de ancoragem para tendões e ligamentos. Essa fixação é crucial para a transmissão das forças geradas pelos músculos, convertendo essas forças em movimento esquelético e garantindo o funcionamento adequado do sistema músculo-esquelético.
Regeneração e crescimento ósseo
O periósteo desempenha um papel central no crescimento ósseo, especialmente no crescimento em espessura do osso. Durante a cicatrização de fraturas, o periósteo se torna ainda mais ativo, contribuindo significativamente para a regeneração do osso danificado.
A sua capacidade regenerativa é essencial não apenas para o reparo de lesões, mas também para o crescimento contínuo do osso em espessura, essencial para o desenvolvimento esquelético e a adaptação do osso ao longo da vida.
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Referências
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JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José; ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia básica. 13. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018