Anemia: o que é, tipos e muito mais!

Anemia: o que é, tipos e muito mais!

Você tem curiosidade sobre o que é anemia? Tem dificuldade em diferenciar suas causas e suas características no hemograma? O Estratégia MED preparou este artigo para solucionar as suas dúvidas! Acompanhe este texto e aproveite!

O que é anemia?

Anemia é uma condição patológica definida como diminuição da quantidade total de glóbulos vermelhos – hemácias – dosada por meio da proteína hemoglobina. Essa contagem é verificada através do exame conhecido como Hemograma, ou ainda no Eritrograma.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define anemia como Hemoglobina (Hb) menor que 12g/dl em mulheres pré-menopausa e inferior a 13g/dl para homens. No entanto, é importante lembrar que cada laboratório possui um valor de referência, ou seja, ele tem que se adequar a análise ao exame.

Quais as causas da anemia?

As causas de anemia podem ser divididas, segundo o tempo de instalação, entre aguda ou crônica. As causas agudas envolvem sangramentos abundantes, como no caso de cirurgias de grande porte ou traumas.

As causas crônicas estão relacionadas a sangramentos crônicos, como no caso de pacientes com metrorragia – sangramento uterino abundante durante menstruação – e úlceras do aparelho digestivo perfuradas

Outras causas  podem estar relacionadas a alteração da dieta, que pode ser insuficiente ou deficiente do metal ferro e outros micronutrientes. Pacientes com cirurgia bariátrica prévia, que apresentam dificuldade de absorção de nutrientes, também estão mais suscetíveis a anemia.

Além desses fatores, algumas doenças crônicas também influenciam nessa condição. Confira algumas delas abaixo: 

  • Artrite reumatóide; 
  • Osteomielite; 
  • Tuberculose
  • Neoplasias
  • Infecções recentes em vias aéreas, trato geniturinário ou gastrointestinal; e 
  • Doenças disabsortivas.

Quais os sintomas?

Os sintomas que os pacientes podem apresentar variam de acordo com o indivíduo, mas geralmente são: 

  • Falta de ar, ou sensação de cansaço
  • Sensação de fraqueza;
  • Palpitação, principalmente aos esforços.
  • Tontura
  • Dor de cabeça; 
  • Zumbido; 
  • Dor no peito, na maioria das vezes em pacientes com histórico de aterosclerose, como infarto ou acidente vascular cerebral prévios; e
  • Perversão do apetite pode ocorrer, como no desejo de alimentar-se de terra.

Ao realizar o exame físico do paciente, o médico pode encontrar: mucosa ocular mais hipocorada – ao invés de avermelhada, rosada ou até mais clara, redução do tempo de enchimento capilar e pulso arterial mais difícil de ser encontrado – filiforme.

Por fim, dependendo da causa da anemia, o paciente pode apresentar sintomas associados à:

  • Icterícia
  • Aumento do baço; 
  • Petéquias – manchas menores que 1 cm avermelhadas;
  • Febre
  • Linfonodos aumentados; 
  • Quelite angular – lesão em região de ângulo labial; 
  • Aumento do fígado; entre outras alterações.

Tipos de anemia

Anemias macrocíticas

As anemias macrocíticas se apresentam por meio de um aumento do volume corpuscular médio (VCM), maior que 100 fl. Suas principais causas são: alcoolismo – mais próximo do valor normal -, uso de remédios, como a zidovudina usada no tratamento do HIV, e anticonvulsivantes. 

Outras causas estão relacionadas a alterações anatômicas, como no caso de doenças do fígado e ausência de baço, e também a  modificações de medula óssea, como anemia aplástica e síndrome mielodisplásica. Aa deficiências de vitamina B12 e ácido fólico – apresentando maiores valores de VCM – também são fatores que influenciam na doença.

Anemias microcíticas

As anemias microcíticas apresentam redução do volume corpuscular médio (VCM), sendo esse menor que 80fl.

As principais causas decorrem de deficiência de ferro, por não absorção, como em doenças disabsortivas ou cirurgias do aparelho digestivo, redução da ingesta e perdas crônicas de sangue. Outras causas são as talassemias e anemia de doença crônica.

Anemias normocíticas

As anemias normocíticas se apresentam com um volume corpuscular médio (VCM) dentro do valor de referência. Geralmente são causadas por anemia hemolítica congênita, como no caso de hemoglobinas mutantes e defeitos enzimáticos ou de membrana.

Há a possibilidade de serem causadas por anemias hemolíticas adquiridas, que são mediadas por anticorpos, por microangiopatias ou secundária à infecção.

Diagnóstico

O diagnóstico de anemia é laboratorial, devendo ser realizado por meio de hemograma, que apresenta dosagem de hemoglobina menor que o limite inferior. As alterações que também são esperadas envolvem o volume corpuscular médio (VCM) e a hemoglobina corpuscular média (HCM).

Além desse exame, outros dados de laboratório podem auxiliar na investigação das causas da anemia, como a contagem de reticulócitos – corrigida – e o RDW (amplitude de variação eritrocitária).

A depender dos achados apresentados nesses exames, como redução do VCM e HCM, sugestivos de anemia por carência de ferro ou se quadro clínico sugestivo, deve-se solicitar: 

  • Ferro;
  • Ferritina;
  • Índice de saturação de transferrina; e
  • Capacidade total da ligação do ferro.

Já no caso de aumento de VCM, deve-se analisar: 

  • Ácido Fólico; e
  • Vitamina B12.

Outros exames complementares podem ser solicitados, dependendo do quadro clínico do paciente e de seu exame físico. Lembrando que o raciocínio clínico deve nortear a solicitação de exames.

Tratamento

O tratamento da anemia vai ser baseado de acordo com sua causa. No caso de pacientes com sangramentos agudos, cessar o sangramento é o principal objetivo. Entretanto, se Hb menor que 7 g/dl, pode ser indicada transfusão sanguínea.

No caso de doenças crônicas, na maioria das vezes, deve-se tratar a causa de base e repor os nutrientes. Para tratamento no adulto, a dose de sulfato ferroso, preconizada pelo Ministério da Saúde, para anemias ferroprivas é de 120mg por dia. A reposição por via endovenosa é indicada nos casos de intolerância do paciente ou inefetividade.

Se a anemia for causada pela deficiência de vitamina B12 e o paciente se encontra assintomático e é adulto, deve-se aplicar 1000 mcg de vitamina B12 intramuscular (IM) por 6 a 8 semanas. Se o paciente tiver dificuldade de absorção, na maioria das vezes, é necessária uma dose IM de manutenção 1 vez ao mês ou uso oral diário.

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