DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica

DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica

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O que é DPOC?

A DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica – é a limitação crônica ao fluxo de ar nas vias aéreas que não é reversível. Tem evolução progressiva e é associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou agentes nocivos.

Quais as causas da DPOC?

Quais as causas da DPOC?

O principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC é, de longe, o tabagismo. No Brasil, temos também como riscos ambientais importantes as condições de trabalho inadequadas, que levam à exposição a poeira ocupacional e a irritantes químicos, e a exposição domiciliar à queima de biomassa, como fogões à lenha.

A inalação das substâncias liberadas nessas situações, em pessoas suscetíveis, promove uma inflamação crônica das vias aéreas e do parênquima pulmonar. As células inflamatórias que se acumulam nesses locais liberam mediadores que lesam as estruturas pulmonares.

Além dessas lesões, ocorrem alterações importantes do epitélio respiratório, que passa a secretar muco de forma exacerbada e perde parte dos cílios. Nas vias aéreas periféricas, ocorre o acúmulo de tecido cicatricial, que reduz a luz dos bronquíolos, causando obstrução permanente.

Todas essas alterações, em conjunto, contribuem para que o sistema respiratório não faça as trocas gasosas de forma eficiente, reduzindo a capacidade pulmonar do indivíduo.

Sintomas

As manifestações clínicas geralmente aparecem quando há perda funcional importante, com VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo) abaixo de 50%. 

Os primeiros sintomas a aparecer, geralmente, são a tosse e expectoração crônicas. Na sequência, surge a dispneia, que se inicia nos maiores esforços e evolui progressivamente, afetando cada vez mais atividades rotineiras.

Outros sintomas possíveis são a presença de sibilos respiratórios – popularmente chamados de chiados – e sensação de aperto no peito. Em estágios mais avançados da doença, o paciente pode apresentar perda de peso importante. 

Diagnóstico

O diagnóstico da DPOC é feito com base em anamnese que reporta os sintomas acima detalhados associados à história de exposição aos fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

No exame físico, o paciente pode apresentar aumento do diâmetro anteroposterior do tórax – achado conhecido como tórax em barril – na percussão, há timpanismo, e na ausculta, murmúrios vesiculares reduzidos e estertores finos.

O exame complementar que é fundamental para conclusão diagnóstica é a espirometria, que, preferencialmente, não deve ser realizada nas exacerbações da doença. Para isso, a relação VEF1/CVF – sendo CVF a capacidade vital forçada – após uso de broncodilatador deve ser inferior a 70%.

Estágios de DPOC

A DPOC pode ser classificada da seguinte forma:

  1. Estágio 1 ou DPOC leve: VEF1/CVF <70%; VEF1 pós-broncodilatador maior ou igual a 80% do normal previsto, com ou sem sintomas crônicos; 
  2. Estágio 2 ou DPOC moderada: VEF1/CVF <70%; VEF1 pós-broncodilatador maior ou igual a 50% e menor que 80% do normal previsto, com ou sem sintomas crônicos; 
  3. Estágio 3 ou DPOC grave: VEF1/CVF <70%; VEF1 pós-broncodilatador maior ou igual a 30% e menor que 50% do normal previsto, com ou sem sintomas crônicos; e
  4. Estágio 4 ou DPOC muito grave: VEF1/CVF <70%; VEF1 pós-broncodilatador menor que 30% do normal previsto, VEF1 pós-broncodilatador menor que 50% do normal previsto associada a insuficiência respiratória crônica (PaO2< 60 mmHg em ar ambiente e no nível do mar).

Tratamento

O tratamento é feito de acordo com o grupo GOLD da doença e visa o controle da doença, reduzir sua progressão, melhorar os sintomas e evitar as exacerbações.

O mMRC avalia o grau de dispneia no paciente, conforme tabela abaixo. Já o CAT é o COPD Assessment Test, que é uma ferramenta de avaliação da DPOC que avalia os sintomas da doença e o impacto dela na qualidade de vida do paciente.

Em todos os grupos, deve-se evitar a exposição aos fatores de risco, aplicar vacina para influenza e pneumocócica e estimular atividade física.

Para o grupo A, deve-se orientar preferencialmente indicar um broncodilatador, que pode ser broncodilatador de longa duração, como beta-2 agonistas de longa duração (BALD) ou antagonistas muscarínicos de longa duração (LAMA). Um broncodilatador de curta duração pode ser indicado como terapia de resgate. 

Já para o grupo B, recomenda-se que haja prescrição de LAMA ou BALD para uso contínuo associado a broncodilatador de curta duração e reabilitação pulmonar.

Por sua vez, no grupo C, deve ser usado exclusivamente LAMA com broncodilatador de curta duração e reabilitação pulmonar. 

Por fim, no grupo D, pode ser usado apenas LAMA, LAMA com BALD, ou BALD com corticosteroide inalatório, é possível também avaliar a necessidade de oxigenoterapia, ventilação não invasiva e tratamentos cirúrgicos, como cirurgia redutora de volume pulmonar ou transplante de pulmão.

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