Resumo de anemia ferropriva: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de anemia ferropriva: diagnóstico, tratamento e mais!

A anemia por deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia em todo o mundo. Confira os principais aspectos referentes a esta condição, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à anemia ferropriva.

  • Existem três fontes primárias de ferro no corpo: dieta, macrófagos (ferro reciclado) e ferro estocado no fígado em forma de ferritina. 
  • As causas mais comuns de deficiência de ferro incluem perda de sangue e condições que geram absorção reduzida. 
  • Parâmetros do eritrograma que sugerem anemia por deficiência de ferro incluem microcitose, hipocromia e anisocitose.
  • A dose mínima utilizada para suplementação de ferro elementar é de 60 mg por dia. 
  • A suplementação de ferro deve ser tomada sem alimentos ou com alimentos cítricos, pois o baixo pH gástrico facilita a absorção de ferro.

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Definição da doença

A anemia é definida como hemoglobina abaixo de dois desvios padrão da média para a idade e sexo do paciente, sendo que a anemia ferropriva é causada por deficiência de ferro.  

Epidemiologia e fisiopatologia da anemia ferropriva

É uma condição extremamente comum, afetando mais de 1,2 bilhão de indivíduos em todo o mundo. A deficiência de ferro, a causa mais comum, é responsável por 50% de todas as anemias. 

A taxa é mais elevada em países em desenvolvimento, em populações de baixa renda  e naqueles com altas necessidades de ferro, incluindo lactentes, crianças menores de 5 anos, mulheres jovens menstruadas e mulheres no segundo ou terceiro trimestre de gravidez e pós-parto. 

Cinética do ferro

Existem três fontes primárias de ferro no corpo: dieta, macrófagos (ferro reciclado) e ferro estocado no fígado em forma de ferritina. As melhores fontes alimentares são vegetais verdes, carne vermelha e fórmulas lácteas enriquecidas com ferro. As formas de ferro heme (carne vermelha) é melhor absorvida do que do que o ferro não heme (fontes vegetais) , mas ambas as fontes são importantes.

O ferro é carregado no plasma através da transferrina diférrica. O principal hormônio que limita fisiologicamente a entrada de ferro no plasma é a hepcidina hepática, bloqueando a exportação de ferro tanto pela oclusão da cavidade central exportadora quanto pela indução de sua degradação. 

Os estoques de ferro (ferritina) são reduzidos ou perdidos antes que o hospedeiro desenvolva anemia. Se as perdas de ferro continuarem, os eritrócitos recém-produzidos terão hemoglobina diminuída, fazendo com que a quantidade de ferro fornecida pelo mesmo número de eritrócitos senescentes seja reduzida.

As causas mais comuns de deficiência de ferro incluem perda de sangue, principalmente menstrual ou gastrointestinal e absorção reduzida na doença celíaca, Helicobacter pylori , gastrite ou cirurgia bariátrica. 

#Ponto importante: Por mais que a baixa ingesta possa ser causa de anemia, seria muito difícil desenvolver deficiência de ferro apenas devido a fatores dietéticos, mas eles podem contribuir para a deficiência de ferro no cenário de perda de sangue ou, menos comumente, ingestão extremamente baixa. 

Manifestações clínicas da anemia ferropriva

A maioria dos pacientes é assintomática e identificada por meio de exame de sangue. A palidez é o sinal clínico mais importante, mas geralmente não é visível, a menos que a hemoglobina caia para 7 g/dL a 8 g/dL. A anemia ferropriva nas crianças pode evoluir com comprometimento cognitivo e atrasos no desenvolvimento. 

Outros sintomas que os pacientes podem apresentar incluem fadiga, síndrome pica (pagofagia, desejo de gelo), síndrome das pernas inquietas, cefaleia, intolerância ao exercício e dispneia aos esforços. 

O exame físico pode revelar pele e conjuntiva pálidas, taquicardia em repouso, insuficiência cardíaca congestiva e fezes com guaiaco positivo. Outros achados incluem atrofia das papilas gustativas fungiformes e unha em forma de colher. 

Diagnóstico de anemia ferropriva

Por mais que os valores possam apresentar variação da normalidade, o diagnóstico de anemia é realizado através dos seguintes parâmetros: 

  • Hemoglobina: <13 g/dL em homens, <12 g/dL em mulheres e <11 g/dL em gestantes. 
  • Hematócrito: 41% em homens e 36% em mulheres. 

Outros parâmetros do eritrograma sugerem anemia carencial por deficiência de ferro, incluindo microcitose, avaliada através do Volume corpuscular médio baixo (VCM), hipocromia, representada por baixa hemoglobina corpuscular média baixa (HCM) , e anisocitose, que significa RDW elevado. 

#Ponto importante: São visualizadas hemácias microcíticas e hipocrômicas no esfregaço periférico. 

Além disso, os níveis séricos de ferritina, ferro e saturação de transferrina serão reduzidos. A ferritina sérica é uma medida dos estoques totais de ferro corporal e, como vimos, é uma dos primeiros parâmetros a diminuir na deficiência de ferro. A capacidade total de ligação do ferro será aumentada, pois há menos ferro para ligação. 

Reticulocytes, Anemia, IDA, Iron Deficiency Anemia, Hematopathology, Microcytosis, Hypochromia. Contributed by Ed Uthman (CC by 2.0) https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/

Tratamento da anemia ferropriva

O manejo da anemia ferropriva inclui o tratamento da causa subjacente, como hipermenorreia ou sangramento gastrointestinal, e suplementação de ferro. A ferritina baixa já é um marcador confiável de deficiência de ferro e é suficiente para iniciar a reposição. 

A dose mínima utilizada para suplementação de ferro elementar é de 60 mg por dia. Evidências crescentes indicam que doses baixas são mais eficazes e melhor toleradas do que os tradicionalmente recomendados de 100 a 200 mg de ferro elementar por dia.

Em crianças, o ferro oral na dose de 3 a 6 mg de ferro elementar/kg/dia, fracionado ou em dose única, por seis meses ou até reposição dos estoques corporais confirmados Hb e ferritina sérica. 

A principal formulação de ferro para reposição é o sulfato ferroso, que geralmente contém 20 a 30% de ferro elementar por mg de sal de sulfato ferroso, mas pode variar de acordo com o fabricante. 

#Ponto importante: A suplementação de ferro deve ser tomada sem alimentos ou com alimentos cítricos, como laranja, pois o baixo pH gástrico facilita a absorção de ferro. 

A duração da suplementação de ferro é necessária por pelo menos três meses para repor os estoques teciduais de ferro ou por pelo menos um mês após a hemoglobina ter retornado aos níveis normais. 

As formulações intravenosas geralmente são reservadas no tratamento de pessoas intolerantes ao ferro oral, mulheres grávidas e indivíduos com doença inflamatória intestinal, cirurgia gástrica ou doença renal crônica, em que a absorção de ferro intestinal está prejudicada. 

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Referências bibliográficas:

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