Olá, meu Doutor e minha Doutora! Com certeza você conhece um amigo ou familiar com mau hálito, já que 1/3 da população mundial sofre dessa condição. E se a causa for um caseum?
Vem com o Estratégia MED entender essa condição e como podemos ajudar nosso amigo com mau hálito.
Navegue pelo conteúdo
O que é o Caseum
A palavra caseum tem origem no Latim e significa “queijo”. Também chamado de tonsilólito ou cáseo amigdaliano, se refere a uma massa formada nas amígdalas tonsilares composta por restos de alimentos, células mortas, mucosidades e bactérias. Essa condição está presente na tonsilite crônica caseosa.
Epidemiologia do Caseum
A halitose, ou mau halito, afeta 50 milhões de pessoas no Brasil e, segundo o Jornal Americano de Otorrinolaringologia, as patologias da cavidade oral e nasossinusais são as causas mais prevalentes de halitose. A região do ouvido, nariz e garganta é a fonte de aproximadamente 10% dos maus cheiros orais e, as patologias tonsilares, representam 3% destes 10%.
Fisiopatologia do Caseum
As amígdalas palatinas são órgãos linfoides que fazem parte do anel de Waldeyer e se localizam na parte posterior da orofaringe. As amígdalas possuem criptas amigdalianas ou depressões superficiais que variam o seu nível de profundidade conforme a pessoa, onde se acumulam os restos de alimentos, células epiteliais mortas, muco e bactérias.
A medida que os detritos se acumulam, eles se misturam com cálcio e outras substâncias presentes na boca, se solidificam e formam os tonsilólitos. O acúmulo de detritos também favorece o crescimento de bactérias anaeróbicas, que produzem compostos de enxofre voláteis, responsáveis pelo mau cheiro característico do caseum.
Os principais fatores de risco para a formação dos tonsilólitos são:
- Alteração na quantidade e qualidade salivar;
- Falta de higienização bucal, inclusive da língua; e
- Criptas amigdalianas muito profundas.
Manifestações clínicas do Caseum
As principais queixas do paciente são halitose tonsilar, sensação de corpo estranho, garganta irritada e tosse persistente. O tonsilólito pode ser expelido ao tossir, espirrar ou falar. Sugiro não espremer o tonsilólito, pois o cheiro é muito desagradável.
Diagnóstico do Caseum
O diagnóstico é feito a partir da anamnese e exame físico, onde o paciente relatará mau hálito persistente e dor na garganta e, no exame físico, poderemos observar os tonsilólitos na cavidade oral e também hiperemia e hipertrofia das tonsilas palatinas.
Tratamento do Caseum
Vale ressaltar que o caseum não é uma condição grave, mas traz desconforto e insegurança para o paciente, já que o caseum pode ser eliminado a qualquer momento e causar o mau hálito. O tratamento depende da gravidade e frequência dos sintomas, podendo utilizar medidas conservadoras a tratamentos cirúrgicos. Algumas opções de tratamento incluem:
- Uso de anti-inflamatórios;
- Gargarejos com soluções salinas e anti-sépticas; e
- Cirurgias, mediante tonsilotomias, tonsilectomias convencionais e criptolise por coagulação com laser de CO².
Prevenção do Caseum
- Higiene bucal adequada: escovar os dentes e a língua duas vezes ao dia e usar fio dental diariamente são medidas efetivas na prevenção do caseum.
- Alimentação: os estudos demonstraram que a qualidade dos alimentos está diretamente relacionada a halitose tonsilar.
Veja também:
- Resumo de odinofagia: causas, diagnóstico e mais!
- Resumo de faringoamigdalite: diagnóstico, tratamento e mais!
- ResuMED de infecções de vias aéreas superiores: introdução, diagnóstico e mais!
Referências bibliográficas
- ABHA | Associação Brasileira de Halitose
- PASSOS, C. A. C. et al. Criptolise por coagulação com laser de CO2 em tonsilite crônica caseosa: método conservador e resultados. REVISTA BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA, v. 68, n. 3, p. 405-410, 2002.
- Ömer Erdur;Turgut Çelik;Osman Gül;Çiğdem Fırat Koca;Şeyma Yaşar; (2021). Coblation cryptolysis method in treatment of tonsil caseum-induced halitosis . American Journal of Otolaryngology, (), – doi:10.1016/j.amjoto.2021.103075
- Oliveria Júnior, Evandro de (2021). Caseós amigdalianos como um fator determinante para halitose tonsilar : uma revisão de literatura. Repositório Institucional UNISC