Resumo de Doença Mão-Pé-Boca: conceito, tratamento e mais!

Resumo de Doença Mão-Pé-Boca: conceito, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) é uma infecção viral comum, especialmente em crianças menores de 5 anos, que costuma ser autolimitada e de evolução benigna. Este resumo fornecer informações claras e atualizadas sobre o conceito, epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico e manejo da DMPB, abordando também os fatores de risco e medidas de prevenção. 

A presença de febre, lesões ulcerativas dolorosas na cavidade oral e vesículas nas mãos e pés é altamente sugestiva de Doença Mão-Pé-Boca.

Conceito de Doença Mão-Pé-Boca  

A Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) é uma infecção viral comum, particularmente em crianças menores de 5 anos, embora também possa afetar adultos. Caracteriza-se pela presença de lesões vesiculares dolorosas, que surgem predominantemente nas mãos, pés, boca e, ocasionalmente, nas nádegas e genitais.

A causa mais frequente dessa doença é o Coxsackievirus A16, pertencente à família dos enterovírus, embora outros tipos de enterovírus, como o enterovírus A71, também possam estar envolvidos, principalmente em casos mais graves.

Epidemiologia e Fatores de Risco da Doença Mão-Pé-Boca

A Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) apresenta ampla distribuição global, sendo mais frequente em crianças menores de 5 anos, especialmente aquelas com idade inferior a 2 anos. Embora adultos possam ser acometidos, isso é menos comum e, geralmente, está associado ao contato com crianças infectadas.

A doença ocorre predominantemente em surtos sazonais, com maior incidência nos meses de primavera e verão em regiões temperadas, e durante as estações chuvosas em áreas tropicais. A alta transmissibilidade da DMPB favorece sua disseminação em locais de grande interação social, como creches, escolas e acampamentos. Entre os principais fatores de risco para a DMPB estão: 

  • Idade: crianças pequenas, especialmente menores de 5 anos, têm maior vulnerabilidade devido à exposição frequente e ao sistema imunológico em desenvolvimento. 
  • Ambientes coletivos: creches e escolas são locais comuns de transmissão, onde o contato próximo entre crianças facilita a propagação do vírus.
  • Higiene inadequada: falhas nos hábitos de higiene, como não lavar as mãos após trocar fraldas ou antes das refeições, aumentam o risco de infecção. 
  • Exposição ao vírus: o contato com secreções respiratórias, saliva, fluidos das vesículas ou fezes de indivíduos infectados é o principal mecanismo de contágio. 
  • Condições ambientais: em regiões tropicais, o calor e a umidade podem favorecer a persistência do vírus no ambiente, aumentando o risco de transmissão.
Características da doença mão-pé-boca. Estratégia MED

Quadro Clínico da Doença Mão-Pé-Boca

Período de Incubação e Sintomas Iniciais 

A Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) apresenta um período de incubação que varia de 3 a 6 dias após a exposição ao vírus. Inicialmente, os sintomas incluem febre baixa a moderada, mal-estar geral, dor de garganta e perda de apetite, especialmente em crianças pequenas. Esses sinais iniciais são inespecíficos e podem ser confundidos com outras infecções virais.

Lesões Orais 

Entre um a dois dias após o início dos sintomas, surgem as lesões características da doença. Na cavidade oral, pequenas vesículas dolorosas evoluem rapidamente para úlceras superficiais com um halo avermelhado, localizadas principalmente na língua, mucosa bucal e palato mole. Essas lesões causam desconforto significativo, muitas vezes dificultando a ingestão de alimentos e líquidos.

Lesões Cutâneas

Simultaneamente ou em seguida, aparecem as lesões cutâneas, predominantemente nas palmas das mãos e plantas dos pés. Essas vesículas, com diâmetro entre 2 e 6 mm, são rodeadas por um halo eritematoso e geralmente não causam coceira, embora possam ser dolorosas ao toque. Outras áreas do corpo, como nádegas, pernas e região perineal, também podem ser afetadas, especialmente em casos mais graves.

Sintomas da doença mão-pé-boca. Estratégia MED

Diagnóstico da Doença Mão-Pé-Boca

O diagnóstico da Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) é, na maioria das vezes, clínico, baseado na história do paciente e nos achados característicos durante o exame físico. A presença de febre, lesões ulcerativas dolorosas na cavidade oral e vesículas nas mãos, pés e outras áreas específicas, como nádegas e região perineal, é altamente sugestiva. Geralmente, os exames laboratoriais não são necessários. Contudo, em situações atípicas ou graves, podem ser realizados: 

  • PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): para identificar enterovírus em amostras de secreções, fluidos das vesículas ou fezes. 
  • Sorologia: útil para diferenciar enterovírus específicos em quadros prolongados ou complicados. 
  • Exame de líquor: indicado em casos de manifestações neurológicas, como meningite ou encefalite.

Tratamento da Doença Mão-Pé-Boca

O tratamento da Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) é sintomático, pois a condição é autolimitada e geralmente se resolve em 7 a 10 dias. O controle da febre e da dor é realizado com analgésicos e antitérmicos, como paracetamol ou ibuprofeno, enquanto gargarejos com solução salina ou anestésicos tópicos podem aliviar a dor oral. A hidratação é essencial, especialmente em crianças pequenas, devido à dificuldade de ingestão de líquidos causada pelas lesões orais. Pequenos goles de água, sucos diluídos ou soluções de reidratação oral ajudam a prevenir desidratação, e casos graves podem exigir reposição intravenosa. Antibióticos não são indicados, exceto em infecções bacterianas secundárias, e o uso de esteroides é contraindicado devido ao risco de agravar a doença. 

Complicações e Prognóstico da Doença Mão-Pé-Boca

Complicações e Casos Graves 

Embora a DMPB seja, na maioria das vezes, autolimitada, algumas complicações podem surgir. Desidratação é uma preocupação comum em crianças devido à dor intensa ao se alimentar. Além disso, lesões cutâneas podem ser portas de entrada para infecções bacterianas secundárias. Casos graves associados a complicações neurológicas ou cardiorrespiratórias exigem atenção médica imediata. 

Resolução e Prognóstico Geral 

As lesões normalmente desaparecem espontaneamente em um período de 7 a 10 dias, sem deixar cicatrizes. Durante esse período, a febre, quando presente, geralmente cede antes do desaparecimento completo das lesões cutâneas. Em casos atípicos, particularmente associados ao enterovírus A71, podem ocorrer lesões mais extensas, manifestações neurológicas como meningite asséptica ou encefalite, e, em situações raras, complicações cardíacas ou respiratórias.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre o tema (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

(PUC SOROCABA 2024) Pré-escolar de 4 anos de idade é levada pela sua mãe ao Pronto atendimento pois há 4 dias vem apresentando febre, fezes amolecidas sem muco e sem sangue e recusa da alimentação há 1 dia. Ao exame físico, apresenta erupção maculopapular em nádegas e vesículas na palma das mãos e plantas dos pés. Na orofaringe hiperemia e edema da mucosa oral com úlceras no palato. O agente etiológico mais provável é 

A) echovírus; 

B) vírus herpes simples; 

C) parvovírus; 

D) vírus coxsackie

Comentário da Equipe EMED 

A criança apresenta lesões em boca, mãos e pés, certo? Aqui temos o diagnóstico da patologia! Ela é causada pelo vírus coxsackie, na maioria dos casos. Alternativa D correta.

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Referências Bibliográficas 

  1. GUERRA, Amanda M.; ORILLE, Emily; WASEEM, Muhammad. Hand, Foot, and Mouth Disease. StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK431082/. Acesso em: 03 dez. 2024.
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