Resumo de Entamoeba Coli: sintomas, tratamento e mais!
Foto: Hitesh choudhary/Pexels

Resumo de Entamoeba Coli: sintomas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! Entamoeba coli é um protozoário comensal do trato gastrointestinal humano, pertencente ao gênero Entamoeba. Ao contrário de outras espécies deste gênero, como Entamoeba histolytica — conhecida por sua capacidade de causar amebíase, E. coli é considerada não patogênica. Embora a presença desta ameba seja geralmente assintomática e não exija tratamento, sua detecção em exames de fezes pode levantar preocupações devido à possibilidade de confusão com espécies patogênicas.

Este texto visa explorar os aspectos essenciais de Entamoeba coli, incluindo seu conceito, epidemiologia, fatores de risco, mecanismos de transmissão, quadro clínico, métodos diagnósticos e abordagem clínica.

Conceito de Entamoeba Coli 

A Entamoeba coli é um protozoário comensal, pertencente ao gênero Entamoeba, que habita o trato gastrointestinal humano, especificamente no intestino grosso. Ao contrário de outras espécies do gênero, como Entamoeba histolytica, que é patogênica e pode causar amebíase, E. coli é considerada não patogênica, não estando associada a doenças ou sintomas clínicos significativos.

Embora a infecção por Entamoeba coli não seja patogênica, sua alta prevalência em determinadas populações pode servir como um marcador para outras infecções transmitidas por via fecal-oral, muitas das quais podem ter consequências mais graves para a saúde. Portanto, a identificação deste protozoário em amostras de fezes pode indicar a necessidade de intervenções de saúde pública focadas em melhorar as condições de saneamento e promover práticas de higiene adequadas.

Epidemiologia e Fatores de Risco da Entamoeba Coli

Entamoeba coli é amplamente distribuída em todo o mundo, com maior prevalência em áreas onde as condições sanitárias são inadequadas. A infecção é particularmente comum em regiões tropicais e subtropicais, onde o saneamento básico é deficiente e há maior exposição a alimentos e água contaminados. Ainda, estudos indicam que a prevalência pode variar significativamente entre diferentes populações, refletindo variações nos hábitos higiênicos, práticas de manejo de resíduos e acesso à água potável. 

A infecção por E. coli é mais frequentemente observada em países em desenvolvimento, onde os sistemas de tratamento de água e esgoto são menos eficazes. Em contrapartida, nos países desenvolvidos, a prevalência é geralmente baixa, exceto em grupos populacionais específicos, como indivíduos em situação de rua, refugiados e pessoas vivendo em condições de superlotação ou em instituições com precárias condições sanitárias.

Os principais fatores de risco para infecção por Entamoeba coli incluem: 

  1. Condições de saneamento precário: a falta de sistemas adequados de tratamento de água e esgoto aumenta o risco de contaminação de alimentos e água com cistos de E. coli. 
  1. Consumo de alimentos ou água contaminados: ingestão de alimentos crus ou mal cozidos, bem como água de fontes não tratadas, pode resultar na ingestão de cistos de E. coli. 
  1. Higiene pessoal inadequada: práticas higiênicas inadequadas, como falta de lavagem das mãos após o uso do banheiro, ou antes das refeições, facilitam a transmissão de cistos de Entamoeba coli
  1. Ambientes comunitários e institucionais: instituições como orfanatos, asilos e prisões, onde muitas pessoas convivem em espaços reduzidos, e onde as práticas de higiene podem ser negligenciadas, representam ambientes de maior risco. 
  1. Viagens para áreas endêmicas: viajantes para regiões com alta prevalência de E. coli, especialmente aquelas com infraestrutura sanitária deficiente, estão em maior risco de contrair a infecção.

Ciclo de Vida da Entamoeba Coli 

A Entamoeba coli é transmitida por via fecal-oral, ocorrendo principalmente através da ingestão de cistos presentes em alimentos ou água contaminados com fezes humanas. Esse ciclo de transmissão é facilitado em áreas onde as práticas de higiene são inadequadas e o saneamento básico é deficiente. Os cistos, sendo a forma infectante da ameba, são altamente resistentes e podem sobreviver por longos períodos em ambientes externos, especialmente em solos e superfícies úmidas.

Quando os cistos são ingeridos, eles atravessam o trato gastrointestinal, resistindo ao ambiente ácido do estômago e se desenquistam no intestino grosso, onde liberam trofozoítos. Esses trofozoítos se alimentam de bactérias e outros materiais no lúmen intestinal, mas ao contrário de espécies patogênicas como Entamoeba histolytica, não invadem a mucosa intestinal nem causam lesões teciduais. A multiplicação de trofozoítos eventualmente resulta na formação de novos cistos, excretados nas fezes, perpetuando o ciclo de vida da ameba.

Ciclo de vida Entamoeba coli. CDC

Quadro Clínico da Entamoeba Coli 

Entamoeba coli é uma ameba não patogênica, o que significa que, em indivíduos saudáveis, sua presença no intestino geralmente não causa sintomas clínicos significativos. A infecção por E. coli é predominantemente assintomática, e a maioria das pessoas infectadas permanece sem sintomas durante toda a vida. A ameba existe como um comensal no intestino grosso, onde se alimenta de detritos e bactérias sem causar danos ao hospedeiro.

Devido à sua natureza inofensiva, a infecção por Entamoeba coli não leva a processos inflamatórios ou a outras complicações associadas a amebas patogênicas, como Entamoeba histolytica, que pode causar disenteria amebiana e abcessos hepáticos. Assim, a presença de E. coli em exames de fezes geralmente não exige tratamento e é mais uma indicação de exposição a ambientes com condições sanitárias inadequadas.

Diagnóstico da Entamoeba Coli

O diagnóstico de Entamoeba coli é feito principalmente através da identificação de seus cistos ou trofozoítos em amostras de fezes. Este procedimento é geralmente realizado por meio de um exame parasitológico de fezes, que envolve a análise microscópica das fezes para detectar a presença de parasitas intestinais. A técnica de concentração das amostras pode ser utilizada para aumentar a sensibilidade do exame, facilitando a detecção dos cistos.

Características morfológicas: os cistos de Entamoeba coli possuem características morfológicas distintas que os diferenciam de outras espécies. Eles são maiores que os cistos de Entamoeba histolytica, medindo entre 10 a 35 µm de diâmetro, e apresentam múltiplos núcleos, geralmente entre 8 e 16 núcleos, o que é um marcador distintivo. Os trofozoítos, por sua vez, são maiores e possuem um núcleo único, excêntrico, com um cariossoma irregular, e seu citoplasma frequentemente contém inclusões como vacúolos e grânulos, características que os diferenciam de trofozoítos de outras espécies.

Cisto de E. coli em uma câmara úmida concentrada não corada.CDC

Tratamento da Entamoeba Coli

A infecção por Entamoeba coli não requer tratamento, ao ser uma ameba comensal e não patogênica. Em indivíduos saudáveis, a presença de E. coli no intestino não causa sintomas clínicos e, portanto, não justifica o uso de medicamentos antiparasitários. O principal enfoque ao lidar com a presença de Entamoeba coli em exames de fezes deve ser a diferenciação correta de outras espécies de Entamoeba que são patogênicas Nesses casos, a recomendação é focar em medidas preventivas para reduzir o risco de infecções futuras, como: 

  • Melhorias nas práticas de higiene pessoal: incentivar a lavagem adequada das mãos com água e sabão, especialmente após o uso do banheiro e antes das refeições. 
  • Garantir a segurança dos alimentos e da água: consumir alimentos cozidos adequadamente e evitar a ingestão de água não tratada. O uso de água potável é essencial, e em regiões onde a água é de qualidade duvidosa, recomenda-se fervê-la ou tratá-la antes do consumo. 
  • Educação em saúde: promover campanhas de conscientização sobre a importância do saneamento básico, eliminação adequada de resíduos e prevenção de contaminação fecal, tanto ao nível doméstico quanto comunitário.

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Referências Bibliográficas 

  1. CDC – CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Intestinal Amebae. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/intestinalamebae/index.html. Acesso em: 26 ago. 2024.
  1. CENK, Sunil K. Entamoeba coli. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK564412/. Acesso em: 26 ago. 2024.
  1. Imagem em destaque: Pexels
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