Resumo de Gengivoestomatite Herpética: sintomas e mais!
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Resumo de Gengivoestomatite Herpética: sintomas e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A gengivoestomatite herpética é uma infecção viral de início agudo, marcada por dor oral intensa, febre e lesões ulceradas. Embora seja mais comum na infância, também pode ocorrer em adultos, com apresentações clínicas exuberantes. 

As manifestações orais incluem múltiplas vesículas dolorosas de 1 a 2 mm, que rapidamente se rompem, originando úlceras superficiais, rasas e eritematosas.

Conceito 

A gengivoestomatite herpética é uma manifestação infecciosa aguda da cavidade oral, provocada principalmente pelo vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1). Caracteriza-se por uma inflamação difusa da mucosa oral, incluindo gengiva, língua, palato, mucosa jugal e região perioral, acompanhada de lesões vesiculoulceradas dolorosas. Representa, em grande parte dos casos, a forma clínica sintomática da infecção primária pelo HSV-1, especialmente em indivíduos que ainda não desenvolveram imunidade ao vírus.

Agente etiológico e formas de transmissão  

O agente responsável pela gengivoestomatite herpética é o herpesvírus humano tipo 1 (HSV-1), pertencente à subfamília Alphaherpesvirinae. Trata-se de um vírus DNA de dupla hélice, envolto por um envelope lipídico, que possui tropismo por células epiteliais e neurônios sensoriais. Em casos menos frequentes, o HSV-2, mais associado a infecções genitais, pode também causar lesões orais, especialmente em adultos com práticas orogenitais ou em indivíduos imunocomprometidos.

A transmissão do HSV-1 ocorre predominantemente por contato direto com secreções orais infectadas, incluindo saliva e lesões ativas, mesmo que subclínicas. Crianças pequenas geralmente adquirem o vírus por meio de beijos ou utensílios compartilhados, enquanto em adultos a infecção pode estar associada a contato íntimo, especialmente durante episódios de reativação viral.

A disseminação viral é favorecida pelo contato com mucosas lesionadas ou superfícies epiteliais comprometidas, permitindo a entrada do vírus e seu transporte retrógrado até os gânglios sensitivos, onde se estabelece a infecção latente.

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Epidemiologia 

A gengivoestomatite herpética primária é mais frequente em crianças entre 6 meses e 5 anos, faixa etária na qual a maioria ainda não teve contato prévio com o HSV-1. Estima-se que cerca de 90% da população mundial adulta já tenha sido exposta ao vírus até os 35 anos, embora nem todos desenvolvam manifestações clínicas.

Embora típica da infância, a condição também pode ocorrer em adolescentes e adultos jovens, especialmente quando há queda na imunidade, estresse intenso ou outras condições que favoreçam a replicação viral. Casos em adultos geralmente cursam com quadro clínico mais exuberante e sintomático, e não são raros em ambientes universitários ou entre profissionais da saúde.

A infecção é igualmente distribuída entre sexos e grupos étnicos, sem variações sazonais ou geográficas marcantes. A alta prevalência global do HSV-1 reflete a facilidade de transmissão interpessoal, muitas vezes a partir de contatos familiares durante a infância.

Quadro clínico

A apresentação da gengivoestomatite herpética primária costuma iniciar com um pródromo inespecífico, caracterizado por febre alta, mal-estar, irritabilidade, cefaleia, linfadenopatia cervical e hiporexia. Em muitos casos, esses sinais antecedem o aparecimento das lesões orais em 24 a 48 horas.

As manifestações orais incluem múltiplas vesículas dolorosas de 1 a 2 mm, que rapidamente se rompem, originando úlceras superficiais, rasas e eritematosas, recobertas por uma pseudomembrana esbranquiçada ou amarelada de fibrina. As lesões podem coalescer e atingir grandes áreas da mucosa oral, incluindo gengiva, mucosa jugal, palato, língua e lábios, com dor intensa que dificulta a alimentação, a fala e até a higiene oral.

Um achado constante é o comprometimento gengival difuso, com edema, eritema e erosões puntiformes ao longo da margem gengival. O quadro pode cursar com sialorreia intensa e, em casos mais graves, desidratação, principalmente em crianças.

A evolução é autolimitada, com resolução espontânea entre 7 e 14 dias, sem formação de cicatrizes.

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Diagnóstico clínico e diferencial 

O diagnóstico da gengivoestomatite herpética primária é predominantemente clínico, baseado na associação de sintomas sistêmicos com lesões vesiculoulceradas dolorosas em mucosa oral e gengiva. A história de início agudo, a presença de febre e linfadenopatia cervical e a distribuição típica das lesões são elementos-chave para a identificação.

Em casos típicos, não há necessidade de exames laboratoriais. Contudo, em situações atípicas, pacientes imunossuprimidos ou em casos com diagnóstico incerto, podem ser utilizados métodos auxiliares como:

  • Cultura viral do conteúdo das vesículas (método mais específico);
  • Imunofluorescência direta para detecção de antígenos virais;
  • PCR para identificação do tipo viral;
  • Esfregaço de Tzanck, que pode revelar células multinucleadas e inclusões virais, mas não distingue HSV-1 de HSV-2 ou varicela-zóster.

Diagnóstico diferencial

É fundamental considerar o diagnóstico diferencial com outras afecções ulcerativas orais, tais como:

  • Estomatite aftosa recorrente;
  • Herpangina (vírus coxsackie);
  • Doença mão-pé-boca (enterovírus);
  • Mononucleose infecciosa;
  • Eritema multiforme;
  • Síndrome de Stevens-Johnson;
  • Úlceras traumáticas ou químicas.

Tratamento 

O manejo da gengivoestomatite herpética primária é, na maioria das vezes, suporte clínico, já que se trata de uma condição autolimitada. A prioridade é garantir hidratação adequada, controle da dor e prevenção de complicações, como infecção bacteriana secundária e desidratação.

Entre as condutas mais utilizadas estão:

  • Analgésicos e antitérmicos: como paracetamol ou dipirona, para alívio da febre e do desconforto.
  • Higiene oral suave com antissépticos como clorexidina a 0,12%, para reduzir risco de infecção secundária.
  • Colutórios anestésicos (ex.: lidocaína viscosa) antes das refeições, com o objetivo de permitir a alimentação.
  • Dieta fria, pastosa e não ácida, para evitar irritação das lesões ulceradas.

O uso de antivirais sistêmicos, como aciclovir, está indicado especialmente em casos moderados a graves, ou quando o paciente busca atendimento nas primeiras 72 horas de sintomas. A posologia mais usada é aciclovir 200 mg, cinco vezes ao dia por 5 a 7 dias. Antivirais de nova geração como valaciclovir e fanciclovir também são opções, com esquemas mais simples e melhor biodisponibilidade.

Casos que envolvem imunossuprimidos, recusa alimentar persistente ou complicações como eczema herpético ou encefalite podem demandar hospitalização e suporte intensivo.

Complicações possíveis

Apesar de, na maioria dos casos, a gengivoestomatite herpética ter um curso benigno, algumas complicações podem surgir, especialmente em pacientes jovens, debilitados ou imunocomprometidos. As principais incluem:

  • Desidratação, decorrente da dor intensa e da recusa alimentar;
  • Herpes labial recorrente, forma reativada da infecção latente;
  • Herpetic whitlow, infecção herpética dos dedos, especialmente em crianças ou profissionais de saúde;
  • Herpes ocular (ceratite herpética), com risco de dano visual se não tratada;
  • Eczema herpético, disseminação viral em pele previamente lesionada;
  • Encefalite herpética ou pneumonite, em situações raras, porém graves, principalmente em imunossuprimidos.

Prevenção e orientações ao paciente

A prevenção está centrada em interromper a cadeia de transmissão do vírus, principalmente durante a fase ativa da infecção. Para isso, é fundamental orientar o paciente quanto a:

  • Evitar contato direto com lesões ativas, incluindo beijos e compartilhamento de utensílios;
  • Intensificar os cuidados com a higiene oral, mesmo durante as fases dolorosas;
  • Não manipular as lesões com as mãos, prevenindo a autoinoculação;
  • Uso de equipamentos de proteção (como luvas) por profissionais da saúde em contato com mucosas ou saliva;
  • Em crianças, é importante alertar cuidadores para sinais precoces e garantir oferta adequada de líquidos, evitando internações por desidratação.

Além disso, o paciente deve ser informado de que o vírus permanecerá latente, com possibilidade de reativação ao longo da vida.

Reativação viral e manifestações recorrentes

Após a infecção primária, o HSV-1 permanece latente nos gânglios sensitivos, principalmente no gânglio trigeminal. A reativação pode ocorrer diante de estímulos como:

  • Estresse físico ou emocional;
  • Exposição solar intensa;
  • Quadros febris ou doenças sistêmicas;
  • Imunossupressão.

As manifestações recorrentes mais comuns incluem o herpes labial, que se inicia com prurido ou ardência, seguido por vesículas agrupadas na região perioral. Diferente da infecção primária, o quadro costuma ser localizado, menos doloroso e sem sintomas sistêmicos, com resolução espontânea em poucos dias.

A recorrência tende a surgir no mesmo local e, com o tempo, muitos pacientes identificam os gatilhos pessoais, permitindo estratégias preventivas — como uso profilático de antivirais em situações específicas.

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Referências Bibliográficas 

  1. BVS ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE. Como tratar a gengivoestomatite herpética primária? Núcleo de Telessaúde Amazonas, 30 nov. 2021.
  1. ASLANOVA, Minira; ALI, Rimsha; ZITO, Patrick M. Herpetic Gingivostomatitis. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 Jan.
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