Olá, meu Doutor e minha Doutora! A palavra “hordéolo” tem origem no latim. “hordeolum”, que significa “cevada”. A associação pode ser explicada pela semelhança visual entre um grão de cevada e o inchaço característico do hordéolo.
Vem com o Estratégia MED entender como ocorre o hordéolo, o quadro clínico e o manejo do paciente no consultório.
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O que é o Hordéolo
Um hordéolo, também conhecido como terçol, é a infecção aguda da glândula sebácea da pálpebra, geralmente causada por Staphylococcus aureus. O hordéolo interno é a infecção da glândula Meibomiana e o hordéolo externo é a infecção da glândula de Zeis ou Moll.
Epidemiologia e Fatores de risco do Hordéolo
A incidência e a prevalência são desconhecidas e não há predileção por gênero. Pode ocorrer em qualquer idade, embora seja raro no período neonatal.
Os principais fatores de risco são:
- Falta de higiene, especialmente a má remoção de maquiagem e a negligência na limpeza das pálpebras;
- Contato próximo com pessoas infectadas;
- Sistema imunológico enfraquecido devido a condições crônicas ou estresse;
- Condições dermatológicas como blefarite; e
- Compartilhamento de itens pessoais.
Fisiopatologia do Hordéolo
A pele da região palpebral é a mais fina do corpo e contém glândulas, sendo algumas delas típicas dessa região. As glândulas de Moll são glândulas sudoríparas anexadas aos cílios, as glândulas de Zeiss são glândulas sebáceas anexadas aos cílios e, internamente, as glândulas de Meibomius, são responsáveis pela produção da camada lipídica do filme lacrimal.
A infecção ocorre quando as glândulas palpebrais ficam obstruídas devido a um aumento na produção de gordura, que pode ser idiopática ou resultar de um processo infeccioso. A glândula obstruída cria um ambiente propício para o crescimento e reprodução de bactérias que normalmente habitam a pele, especialmente o Staphylococcus aureus. Essa bactéria se multiplica rapidamente, desencadeando um processo inflamatório local que se manifesta como a formação de um pequeno nódulo avermelhado na região da pálpebra.
Quadro Clínico do Hordéolo
O quadro clínico está caracterizado por:
- Início abrupto de dor, eritema e inchaço da pálpebra. A intensidade da dor é diretamente proporcional à proporção do inchaço da pálpebra;
- Observa-se uma massa localizada e sensível na pálpebra, geralmente com 5 a 10 mm de diâmetro;
- Pode haver adenopatia pré-auricular ou estar associada à blefarite;
- Um hordéolo interno pode apontar para o lado conjuntival da pálpebra e pode causar inflamação conjuntival; e
- Um hordéolo externo sempre aponta para a superfície da pele da margem da pálpebra e pode drenar espontaneamente.
Diagnóstico do Hordéolo
O diagnóstico é clínico, mediante uma anamnese e exame físico. Se forem realizadas incisão e drenagem, as amostras devem ser enviadas para cultura bacteriana.
Tratamento do Hordéolo
Os hordéolos internos e externos geralmente se resolvem espontaneamente em 1 a 3 semanas, tendo o hordéolo externo uma melhora mais rápida que o interno. A incisão e a drenagem raramente são necessárias.
A base do tratamento consiste em compressas quentes aplicadas por 10 a 15 minutos várias vezes ao dia. Além disso, a aplicação de corticoides e antibióticos locais pode acelerar a melhora. Um antibiótico antiestafilocócico sistêmico é necessário somente se houver suspeita de celulite palpebral precoce, mas também pode ser considerado em um paciente com recorrências difíceis.
Diagnóstico Diferencial e Complicações do Hordéolo
Os diagnósticos diferencias podem ser:
- Calázio;
- Blefarite;
- Celulite orbital / Periorbital;
- Dacriocistite;
- Dacrioadenite; e
- Carcinoma de células escamosas e sebáceas.
As complicações do hordéolo são incomuns e incluem: calázio e celulite orbital ou periorbital.
O Que Você Precisa Saber:
- O hordéolo é uma infecção aguda de uma glândula sebácea da pálpebra e pode ser interno ou externo;
- A causa pode ser idiopática ou secundária a infecção bacteriana, especialmente o Staphylococcus aureus;
- As glândulas afetadas são as glândulas de Moll, as glândulas de Zeiss e as glândulas de Meibomius;
- O paciente apresenta início abrupto de dor, eritema e inchaço da pálpebra
- O diagnóstico é clínico; e
- O tratamento consiste em uso de compressas quentes e uso de corticoides e antibióticos tópicos.
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