A Gardnerella vaginalis é uma bactéria gram-variável, a mais relacionada como causa de vaginose bacteriana. Além disso, está relacionada ao desenvolvimento de balanopostite em homens.
Confira os principais aspectos referentes à infecção por Gardnerella vaginalis, que aparecem nos atendimento e provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à infecção por Gardnerella.
- É um coco gram-variável e anaeróbio facultativo.
- É encontrada na flora vaginal e secreções uretrais de homens e mulheres sem doença.
- É a principal bactéria envolvida na vaginose bacteriana
- Tem sido relatada como importante causa de balanopostite por não Candida sp.
- O tratamento principal consiste na utilização de metronidazol.
Definição da doença
A Gardnerella vaginalis é um dos agentes bacterianos mais frequentemente associados à vaginose bacteriana, é uma bactéria anaeróbia facultativa, com morfologia de cocos-bacilos curtos e gram-variáveis.
#Ponto importante: É uma bactéria que faz parte da flora genital normal, principalmente das mulheres sexualmente ativas.
Mas não é só a vaginose bacteriana que esta bactéria causa. Embora a proliferação seja rara em homens devido à composição do sêmen há casos diagnosticados que podem causar inflamação da glande e prepúcio, além de ser relacionada por alguns autores como causadora de uretrite e prostatite.
Epidemiologia e fisiopatologia da infecção por Gardnerella vaginalis
A G. vaginalis foi relacionada desde sua descoberta com a patogênese das doenças genitourinárias e sexualmente transmissíveis. A vaginose bacteriana é a mais frequente causa de corrimento genital, responsável por 40 a 50% dos casos, sendo que cerca de metade das mulheres portadoras são assintomáticas.
Em homens com balanopostite, a G. vaginalis já apareceu como segundo agente com maior prevalência depois de Candida sp, especialmente em homens não circuncidados. Além disso, aproximadamente 10% dos casos de uretrite não gonocócica tem sido isolada esta bactéria nas secreções uretrais.
Em relação à sua patogenia, a infecção por esta bactéria apresenta baixa virulência, já que a mesma faz parte da flora vaginal normal das mulheres e podem ser observadas também em no sêmen, secreção uretral e swabs uretrais dos homens.
A vaginose bacteriana representa a redução na concentração dos lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio e ácido lático normalmente dominantes e um aumento na concentração de outros organismos, particularmente G. vaginalis. Alguns fatores contribuem para sua patogenia, como a presença de fimbrias e uma camada de exopolissacarídeos, que explica o poder de adesão desta bactéria.
As famosas Clue-cells, presentes na vaginose bacteriana, referem-se a células epiteliais onde sua superfície é repleta de bactérias, incluindo a G. vaginalis. A adesão às células epiteliais permite a bactéria fuja do contato com enzimas extracelulares e anticorpos locais, reduzindo as chances de ser eliminada junto com
o fluido vaginal ou a urina.
Manifestações clínicas da infecção por Gardnerella vaginalis
As principais condições clínicas relacionadas, incluem vaginose bacteriana e balanopostite.
Na vaginose bacteriana, os sintomas geralmente incluem corrimento vaginal esbranquiçado, fina e homogênea com clássico odor de peixe, que é mais perceptível após o coito e durante a menstruação.
Na balanopostite, a infecção anaeróbica sub prepucial pode resultar em secreção fétida, inflamação e edema da glande/prepúcio, lesões erosivas e linfadenopatia inguinal.
#Ponto importante: Em homens, a presença da G. vaginalis na uretra é assintomática, mas a bactéria pode assumir papel patogênico pela extensão com a próstata e a bexiga, especialmente em pacientes que sofreram alguma manipulação urológica. Tais homens permanecem assintomáticos, porém podem apresentar complicações e transmitir a bactéria em futuras relações sexuais.
Diagnóstico de infecção por Gardnerella vaginalis
As provas adoram cobrar critérios de diagnóstico e talvez essa seja a forma mais fácil de cair em sua prova sobre infecção por G. vaginalis, através dos critérios de Amsel para vaginose bacteriana. Os critérios de Amsel requerem três dos quatro itens a seguir:
- Corrimento vaginal branco-acinzentado homogêneo aderente às paredes vaginais;
- Medida do pH vaginal maior do que 4,5;
- Teste das aminas (whiff test) positivo;
- Presença de “clue cells” (células epiteliais cobertas por bastonetes gram-negativos aderentes, observadas em esfregaços vaginais de mulheres com vaginose bacteriana).
Tratamento de infecção por Gardnerella
A droga de escolha para o tratamento de vaginose bacteriana causada pela G. vaginalis é o metronidazol, isso porque esta droga também age contra outras bactérias anaeróbias que geralmente estão associadas. O tratamento inicial inclui:
- Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias ou
- Metronidazol uso tópico com gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias.
Alternativamente:
- Tinidazol 2g por VO duas vezes ao dia, durante dois dias; OU
- Tinidazol 1g VO uma vez ao dia, durante cinco dias; OU
- Clindamicina 300 mg por VO a cada 12 horas, durante sete dias.
# Ponto importante: Não é necessário tratar parceiros quando há vaginose bacteriana diagnosticada.
No caso das balanopostites, quando há suspeita de infecção por bactérias anaeróbicas, o tratamento inclui uso do Metronidazol 400-500 mg duas vezes ao dia por 1 semana. O esquema de dosagem ideal para o tratamento é desconhecido nesses casos.
Veja também:
- Resumo técnico de vaginose bacteriana: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo técnico de balanopostite: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- SILVEIRA, A. C. O. et al. A Gardnerella vaginalis e as infecções do trato urinário • J Bras Patol Med Lab • v. 46 • n. 4 • p. 295-300 • agosto 2010
- CATLIN, BW. Gardnerella vaginalis: characteristics, clinical considerations, and controversies, 1992 In: Silveira ACO, Mello HAPH, Albini CA. Gardnerella vaginalis e as infecções do trato urinário. J Bras Patol Med Lab., v. 46, n. 4, p. 295-300, 2010.
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