Resumo de infecção por Gardnerella vaginalis: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de infecção por Gardnerella vaginalis: diagnóstico, tratamento e mais!

A Gardnerella vaginalis é uma bactéria gram-variável, a mais relacionada como causa de vaginose bacteriana. Além disso, está relacionada ao desenvolvimento de balanopostite em homens. 

Confira os principais aspectos referentes à infecção por Gardnerella vaginalis, que aparecem nos atendimento e provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à infecção por Gardnerella. 

  • É um coco gram-variável e anaeróbio facultativo. 
  • É encontrada na flora vaginal e secreções uretrais de homens e mulheres sem doença. 
  • É a principal bactéria envolvida na vaginose bacteriana
  • Tem sido relatada como importante causa de balanopostite por não Candida sp
  • O tratamento principal consiste na utilização de metronidazol. 

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Definição da doença

A Gardnerella vaginalis é um dos agentes bacterianos mais frequentemente associados à vaginose bacteriana, é uma bactéria anaeróbia facultativa, com morfologia de cocos-bacilos curtos e gram-variáveis. 

G. Vaginalis. Crédito: Wikipedia.

#Ponto importante: É uma bactéria que faz parte da flora genital normal, principalmente das mulheres sexualmente ativas. 

Mas não é só a vaginose bacteriana que esta bactéria causa. Embora a proliferação seja rara em homens devido à composição do sêmen há casos diagnosticados que podem causar inflamação da glande e prepúcio, além de ser relacionada por alguns autores como causadora de uretrite e prostatite. 

Epidemiologia e fisiopatologia da infecção por Gardnerella vaginalis

A G. vaginalis foi relacionada desde sua descoberta com a patogênese das doenças genitourinárias e sexualmente transmissíveis. A vaginose bacteriana é a mais frequente causa de corrimento genital, responsável por 40 a 50% dos casos, sendo que cerca de metade das mulheres portadoras são assintomáticas. 

Em homens com balanopostite, a G. vaginalis já apareceu como segundo agente com maior prevalência depois de Candida sp, especialmente em homens não circuncidados. Além disso, aproximadamente 10% dos casos de uretrite não gonocócica tem sido isolada esta bactéria nas secreções uretrais. 

Em relação à sua patogenia, a infecção por esta bactéria apresenta baixa virulência, já que a mesma faz parte da flora vaginal normal das mulheres e podem ser observadas também em no sêmen, secreção uretral e swabs uretrais dos homens. 

A vaginose bacteriana representa a redução na concentração dos lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio e ácido lático normalmente dominantes e um aumento na concentração de outros organismos, particularmente G. vaginalis. Alguns fatores contribuem para sua patogenia, como a presença de fimbrias e uma camada de exopolissacarídeos, que explica o poder de adesão desta bactéria. 

As famosas Clue-cells, presentes na vaginose bacteriana, referem-se a células epiteliais onde sua superfície é repleta de bactérias, incluindo a G. vaginalis.  A adesão às células epiteliais permite a bactéria fuja do contato com enzimas extracelulares e anticorpos locais, reduzindo as chances de ser eliminada junto com

o fluido vaginal ou a urina. 

Manifestações clínicas da infecção por Gardnerella vaginalis

As principais condições clínicas relacionadas, incluem vaginose bacteriana e balanopostite.

Na vaginose bacteriana, os sintomas geralmente incluem corrimento vaginal esbranquiçado, fina e homogênea com clássico odor de peixe, que é mais perceptível após o coito e durante a menstruação. 

Corrimento perolado, bolhoso, sem sinais inflamatórios no epitélio vaginal. Manual, cap 6, FEBRASGO, 2010.

Na balanopostite, a infecção anaeróbica sub prepucial pode resultar em secreção fétida, inflamação e edema da glande/prepúcio, lesões erosivas e linfadenopatia inguinal.

#Ponto importante: Em homens, a presença da G. vaginalis na uretra é assintomática, mas a bactéria pode assumir papel patogênico pela extensão com a próstata e a bexiga, especialmente em pacientes que sofreram alguma manipulação urológica. Tais homens permanecem assintomáticos, porém podem apresentar complicações e transmitir a bactéria em futuras relações sexuais. 

Diagnóstico de infecção por Gardnerella vaginalis

As provas adoram cobrar critérios de diagnóstico e talvez essa seja a forma mais fácil de cair em sua prova sobre infecção por G. vaginalis, através dos critérios de Amsel para vaginose bacteriana. Os critérios de Amsel requerem três dos quatro itens a seguir: 

  1. Corrimento vaginal branco-acinzentado homogêneo aderente às paredes vaginais;
  2. Medida do pH vaginal maior do que 4,5; 
  3. Teste das aminas (whiff test) positivo;
  4. Presença de “clue cells” (células epiteliais cobertas por bastonetes gram-negativos aderentes, observadas em esfregaços vaginais de mulheres com vaginose bacteriana).
Clue-Cells. Crédito: Uptodate

Tratamento de infecção por Gardnerella

A droga de escolha para o tratamento de vaginose bacteriana causada pela G. vaginalis é o metronidazol, isso porque esta droga também age contra outras bactérias anaeróbias que geralmente estão associadas. O tratamento inicial inclui:

  • Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias ou
  • Metronidazol uso tópico com gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias. 

Alternativamente: 

  • Tinidazol 2g por VO duas vezes ao dia, durante dois dias; OU
  • Tinidazol 1g VO uma vez ao dia, durante cinco dias; OU 
  • Clindamicina 300 mg por VO a cada 12 horas, durante sete dias.

# Ponto importante: Não é necessário tratar parceiros quando há vaginose bacteriana diagnosticada. 

No caso das balanopostites, quando há suspeita de infecção por bactérias anaeróbicas, o tratamento inclui uso do Metronidazol 400-500 mg duas vezes ao dia por 1 semana. O esquema de dosagem ideal para o tratamento é desconhecido nesses casos. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • SILVEIRA, A. C. O. et al. A Gardnerella vaginalis e as infecções do trato urinário • J Bras Patol Med Lab • v. 46 • n. 4 • p. 295-300 • agosto 2010
  • CATLIN, BW. Gardnerella vaginalis: characteristics, clinical considerations, and controversies, 1992 In: Silveira ACO, Mello HAPH, Albini CA. Gardnerella vaginalis e as infecções do trato urinário. J Bras Patol Med Lab., v. 46, n. 4, p. 295-300, 2010.
  • Crédito imagem destaque: Pexels.
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