Olá, meu Doutor e minha Doutora! As manchas mongólicas são marcas de nascenças comuns em recém-nascidos. Recebe esse nome, pois a mancha mongólica foi inicialmente observada com mais frequência em bebês de ascendência asiática, especialmente entre as populações mongóis.
Vem com o Estratégia MED entender como diagnosticamos e tratamos o recém-nascido que apresente mancha mongólicas!
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O que é a Mancha Mongólica
A mancha mongólica, também conhecida como melanocitose dérmica congênita, são as marcas de nascença mais comuns em recém-nascidos. Apresenta-se como máculas esverdeadas-azuladas a acinzentadas, particularmente na área lombossacral e, devido à sua cor, podem ser confundidos com hematomas, principalmente quando localizados em partes do corpo como a região posterior das coxas, dorso ou ombros.
Epidemiologia e Fatores de Risco da Mancha Mongólica
A melanocitose dérmica congênita é uma condição de pele geralmente inofensiva e não está associada a muitos fatores de risco conhecidos. No entanto, alguns fatores podem influenciar a presença ou a aparência da mancha mongólica em certos casos:
- Origem étnica: a mancha mongólica é mais comum em bebês de ascendência asiática, especialmente entre populações mongóis, chinesas e japonesas. Isso não significa que não possa ocorrer em outras origens étnicas, mas a prevalência pode variar;
- Pigmentação da pele: bebês com pele mais escura podem ter manchas mongólicas mais evidentes devido à diferença de contraste. No entanto, pode ocorrer em qualquer tom de pele;
- Fatores genéticos: embora não seja hereditária, a predisposição genética pode influenciar sua ocorrência em certos grupos familiares; e
- Idade: geralmente está presente ao nascimento e geralmente desaparece durante o primeiro ou segundo ano de vida. No entanto, aproximadamente 3% permanecem na idade adulta, particularmente aqueles em locais extrassacros.
Fisiopatologia da Mancha Mongólica
As lesões estão relacionadas à presença de células pigmentadas chamadas melanócitos na pele. A pigmentação da pele é regulada pela produção de melanina pelos melanócitos. Na mancha mongólica, há uma concentração maior de melanócitos na pele, resultando em uma área de pigmentação mais escura.
A área sacral e as nádegas mediais são os locais mais comuns onde os melanócitos dérmicos ativos frequentemente permanecem ao nascimento, mas também podem ser vistos em locais extrassacrais (por exemplo, tronco superior ou anterior e extremidades). A biópsia, raramente indicada, mostra melanócitos dérmicos amplamente espaçados na derme profunda.
Quadro Clínico da Mancha Mongólica
O quadro clínico da mancha mongólica é geralmente simples e caracterizado por uma marca de nascença de cor azulada ou acinzentada, plana e irregular, que aparece principalmente na região lombar ou nas nádegas. Aqui estão alguns aspectos importantes do quadro clínico:
- Cor e aparência: a mancha mongólica é uma área de pigmentação mais escura na pele, variando de azulada a acinzentada. Pode ser irregular em forma e não tem uma borda definida;
- Localização: é comumente encontrada na região lombar, nas nádegas ou na parte inferior da coluna vertebral. Pode aparecer em um ou ambos os lados do corpo;
- Tamanho e forma: o tamanho da mancha pode variar, e ela pode ter uma forma irregular.
- Início: geralmente presente ao nascimento, embora possa se tornar mais evidente nos primeiros meses de vida; e
- Desaparecimento com o tempo: em muitos casos, a mancha mongólica tende a diminuir de intensidade ao longo do tempo e frequentemente desaparece completamente à medida que a criança cresce.
Diagnóstico da Mancha Mongólica
O diagnóstico é geralmente clínico, baseado na observação visual da marca de nascença. O histórico médico do paciente também é considerado, incluindo informações sobre qualquer histórico familiar de manchas mongólicas ou condições de pele semelhantes.
A mancha mongólica deve ser distinguida de outras formas de aumento dos melanócitos dérmicos que não desaparecem, como nevos azuis, nevo de Ota ou nevo de Ito. Devido à sua cor, podem ser confundidos com hematomas e pode ser um desafio para um examinador diferenciar entre mancha mongólica ou abuso infantil.
Tratamento da Mancha Mongólica
O tratamento geralmente não é necessário, uma vez que esta condição não representa um risco significativo à saúde da criança. Os médicos frequentemente recomendam acompanhamento regular com um pediatra para monitorar o desenvolvimento da marca de nascença ao longo do tempo. Essa abordagem permite observar se a melanocitose dérmica congênita diminui de intensidade, o que é comum à medida que a criança cresce.
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Referências Bibliográficas
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- Erin Mathes & Leah Lalor. Skin lesions in the newborn and infant. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate
- V. Kolbe, D. Boy, A. Büttner, Mongolian Spots – A challenging clinical sign, Forensic Science International, Volume 327, 2021, 110964, ISSN 0379-0738, https://doi.org/10.1016/j.forsciint.2021.110964