Resumo de Uretrite: conceito, classificação e mais!

Resumo de Uretrite: conceito, classificação e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! No resumo de hoje vamos falar sobre uma infecção sexualmente transmissível (IST), a uretrite, também é conhecida como gonorreia

Vem com o Estratégia MED entender sua classificação e quadro clínico, e no final separei uma questão para respondermos juntos! 

O que é a Uretrite 

A uretrite é definida como a inflamação da uretra. Afeta principalmente jovens sexualmente ativos e pode ser dividida em causas gonocócica e não gonocócica. A principal manifestação clínica é o corrimento purulento, sendo mais observados em homens que em mulheres. O diagnóstico é principalmente clínico e a base do tratamento é o uso de antibióticos

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Epidemiologia da Uretrite 

A uretrite afeta principalmente jovens sexualmente ativos, tendo maior incidência entre os 20 e 24 anos. Até 75% das mulheres podem ser assintomáticas ou podem apresentar cistite, vaginite ou cervicite. A prevalência de uretrite por Neisseria gonorrhoeae é de 0,32% em mulheres, e 0,21% em homens e, a prevalência por Chlamydia trachomatis é de 0,57% em mulheres e 0,20% em homens. 

Etiologia da Uretrite 

Podemos dividir a uretrite infecciosa em dois grandes grupos: uretrite gonocócica, causa pela Neisseria gonorrhoeae, e a uretrite não gonocócica, que pode ser causada por Chlamydia trachomatis, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Trichomonas vaginalis, entre outros. 

A Neisseria gonorrhoeae (gonococo) é um diplococo gram negativo intracelular, não flagelado. Já a Chlamydia trachomatis, principal agente da uretrite não gonocócica, é um bacilo gram negativo intracelular obrigatório. 

A uretrite não infecciosa é mais rara e pode ser causada por exposição a substâncias químicas irritantes (lubrificantes, loções e produtos de higiene), uso de cateterismo vesical e exposição a radioterapia. 

Fatores de Risco para Uretrite 

A principal forma de transmissão é o contato sexual. A uretrite gonocócica possui um período de incubação de dois a cinco dias após a infecção e a chance de transmissão é de 50% em cada ato sexual. Já a uretrite não gonocócica possui um período de incubação de 14 a 21 dias e a chance de transmissão é de 20% em cada ato sexual. 

Os fatores de risco incluem: 

  • Múltiplos parceiros sexuais;
  • Troca frequente de parceiro sexual;
  • Sexo desprotegido;
  • Presença de outras ISTs.

Manifestações clínicas da Uretrite 

A uretrite na mulher costuma ser assintomática e, quando sintomática, a mulher apresenta disúria, polaciúria e dor pélvica. Nos homens, mais de 90% apresentam sintomas. Os principais sintomas são: 

  • Corrimento purulento;
  • Disuria;
  • Polaciúria;
  • Coceira na região genital;
  • Dor durante a ejaculação ou durante o ato sexual; e
  • Febre baixa.

Diagnóstico da Uretrite

O diagnóstico da uretrite envolve uma avaliação médica completa, incluindo histórico clínico, exame físico e testes para identificação do agente infeccioso. A escolha do método diagnóstico irá depender da presença de sinais e sintomas:

  1. Uretrite assintomática: na suspeita de uretrite em paciente assintomático, através da anamnese buscamos riscos de IST e história sexual do paciente. O método diagnóstico de escolha é a biologia molecular para identificação de Clamídia e Gonococo. 
  1. Uretrite sintomática: em caso de paciente sintomático, o método diagnóstico de escolha é a bacterioscopia (95% de sensibilidade em homens e 30% em mulheres). Em caso de não estar disponível, podemos iniciar o tratamento empírico.

Tratamento da Uretrite 

A base do tratamento da uretrite consiste no uso de antibióticos, aconselhamento e acompanhamento para evitar recidivas e complicações. Para o uso de antibióticos, o tratamento será direcionado conforme a bacterioscopia. No caso de não estar disponível a bacterioscopia, o tratamento empírico deverá cobrir, principalmente, Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, sendo utilizado Ceftriaxona e Azitromicina

As principais orientações para o paciente com uretrite são: 

  • Abstinência sexual por até 7 dias após a terapia;
  • Tratamento dos parceiros(as) sexuais que tiveram relação sexual com o paciente nos últimos 60 dias desde o início dos sintomas;
  • Reavaliar em 7 – 10 dias após o tratamento para avaliar a cura.
Fluxograma para o manejo de corrimento uretral. Ministério da Saúde

Cai na Prova  

Vamos resolver uma questão de uretrite da UFRG, disponível no banco de questões do Estratégia MED: 

Paciente de 27 anos, casado, veio à consulta queixando-se de corrimento uretral purulento acompanhado de desconforto uretral, quadro iniciado há 1 semana. Informou não fazer uso de preservativo nas relações sexuais. Com base no quadro, assinale a assertiva correta.

A. Os dois principais agentes etiológicos são Trichomonas vaginalis e Chlamydia trachomatis. 

B. Não havendo disponibilidade laboratorial para microscopia e cultura, deve-se tratar o paciente empiricamente para clamídia e gonorreia

C. Se o corrimento uretral não for confirmado ao exame físico, o paciente deve ser reavaliado em 48 horas antes de iniciar o tratamento. 

D. As parcerias devem ser tratadas sempre que os sintomas persistirem após 7 dias da instituição do tratamento.

Solução em texto da equipe EMED: Paciente com queixa de corrimento uretral purulento e doloroso. Possui fator de risco de não ter relações sexuais com preservativos. Quadro bem típico de uretrite, principalmente por gonococo (que costuma vir acompanhado mais frequentemente de corrimento purulento). Segundo as recomendações do ministério da saúde, na ausência de exames laboratoriais para a identificação do patógeno implicado (por meio de Gram de corrimento ou técnicas de biologia molecular), devemos tratar empiricamente os dois principais agentes implicados nas uretrites infecciosas: gonococo e clamídia. Portanto, gabarito letra B.

“Nós somos o que repetidamente fazemos. A excelência, então, não é um ato, mas um hábito”

Will Durant

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Veja também: 

Referências Bibliográficas 

  1. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST). Brasília: Ministério da Saúde, 2020
  2. BACHMANN, H. LAURA. Urethritis in adult males. Uptodate, 2023. Disponível em: Uptodate
  3. CDC. Urethritis, 2021. Disponível em: CDC
  4. WHITAKER, L. DUSTIN. Urethirtis. Medscape, 2022. Disponível em: Medscape
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