Olá, querido doutor e doutora! A vacina antitetânica é um componente essencial na prevenção do tétano, uma infecção grave causada pela bactéria Clostridium tetani, presente no solo, poeira e objetos contaminados. A doença, caracterizada por espasmos musculares e rigidez, pode levar a complicações graves e até à morte, especialmente se não tratada adequadamente. Este texto aborda os tipos de vacinas antitetânicas disponíveis, esquemas de vacinação para diferentes grupos e orientações específicas para casos de ferimentos suspeitos.
O tétano é uma doença prevenível, mas potencialmente fatal; a vacinação adequada é a chave para evitar suas complicações graves.
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Conceito de Tétano
O tétano é uma infecção bacteriana grave, não contagiosa, causada pelo Clostridium tetani, um microrganismo encontrado amplamente na natureza, especialmente no solo, em fezes, poeira e objetos contaminados. A infecção ocorre geralmente pela contaminação de ferimentos na pele ou mucosas com esporos da bactéria, que produzem uma toxina altamente neurotóxica responsável pelos sintomas da doença.
Os sinais clínicos incluem espasmos musculares intensos, rigidez generalizada, dificuldade de abrir a boca (trismo), rigidez abdominal e contraturas dolorosas. A doença pode se manifestar de forma localizada ou generalizada, sendo esta última a mais comum e potencialmente letal, com necessidade de intervenção intensiva para reduzir o risco de complicações e morte. A vacina antitetânica é utilizada para prevenir o tétano.
Tipos de Vacinas Antitetânicas
As vacinas antitetânicas podem ser encontradas em diferentes formulações, adaptadas para atender às necessidades específicas de diversos grupos etários e condições clínicas. Essas vacinas utilizam o toxoide tetânico, uma forma inativa da toxina do Clostridium tetani, que estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos protetores. Abaixo estão os principais tipos:
- DTP (Vacina Tríplice Celular Infantil): combina toxoides de difteria, tétano e componentes da bactéria causadora da coqueluche. Indicada para crianças, essa vacina protege contra as três doenças sendo administrada nos primeiros meses de vida.
- DTPa (Vacina Tríplice Acelular Infantil): versão acelular da vacina tríplice infantil. Contém toxoides de difteria e tétano, além de antígenos de coqueluche sem a parede celular, reduzindo reações adversas. É indicada para crianças com condições de saúde que contraindicam a DTP.
- DT (Vacina Dupla Infantil): inclui apenas os toxoides de difteria e tétano. Indicada para crianças que não podem receber o componente pertussis (coqueluche) por motivos de saúde, como histórico de reações adversas graves.
- dT (Vacina Dupla Tipo Adulto): contém doses menores dos toxoides de difteria e tétano, ajustadas para adultos e adolescentes. Utilizada como reforço para manter a imunidade contra o tétano ao longo da vida, com doses de reforço a cada 10 anos.
- dTpa (Vacina Tríplice Acelular para Adultos): vacina para adultos contendo toxoides de difteria e tétano, além de componentes da coqueluche. Indicada principalmente para gestantes a partir da 20ª semana de gravidez, visando proteger o recém-nascido contra o tétano e a coqueluche. Também recomendada para profissionais de saúde que lidam com recém-nascidos.
Vacina DTP
A vacina DTP (tríplice bacteriana) protege contra difteria, tétano e coqueluche. O esquema básico de vacinação com a DTP é iniciado na infância e segue as seguintes etapas:
- 1ª dose: aos 2 meses, utilizando geralmente a vacina pentavalente (DTP/HB/Hib), que também inclui proteção contra hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b;
- 2ª dose: aos 4 meses, com a mesma formulação;
- 3ª dose: aos 6 meses, completando a série básica inicial;
- 1º reforço: aos 15 meses, utilizando a vacina DTP para fortalecer a imunidade; e
- 2º reforço: entre 4 e 6 anos, novamente com a vacina DTP.
Vacina DTPa
A vacina DTPa (tríplice acelular infantil) é uma versão da vacina DTP com menor risco de reações adversas, ao conter antígenos purificados de coqueluche em vez de células inteiras da bactéria. A DTPa é recomendada em situações específicas, especialmente para crianças que tiveram reações adversas graves à DTP. O esquema de doses da DTPa segue geralmente o mesmo cronograma da DTP e são indicadas:
- Episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH) nas 48 horas após a aplicação da DTP;
- Convulsões nas 72 horas após a aplicação da DTP;
- Crianças com doença convulsiva crônica, neuropatias crônicas, cardiopatias, ou pneumopatias crônicas;
- Prematuros extremos (peso ao nascer menor que 1000 g ou idade gestacional inferior a 31 semanas); e
- Crianças em tratamento com imunossupressores ou com neoplasias que necessitam de quimio ou radioterapia.
Vacina DT
A vacina DT (Dupla Bacteriana Infantil) contém toxoides de difteria e tétano, sendo indicada principalmente para crianças que apresentam contraindicações ao componente pertussis da DTP ou DTPa. A DT é recomendada em casos específicos e segue um esquema de doses similar ao da vacina DTP. A vacina DT é indicada principalmente nas seguintes situações:
- Episódio de encefalopatia até 7 dias após a aplicação da DTP ou DTPa, excluindo o componente pertussis para evitar novas reações adversas graves; e
- Indisponibilidade da DTPa em crianças com reações adversas intensas à DTP, como episódios hipotônicos-hiporresponsivos ou convulsões após a vacinação.
Vacina dT
A vacina dT contém toxoides de difteria e tétano em doses ajustadas para adolescentes e adultos. Ela é usada para manter a imunidade contra essas duas doenças após a infância, sendo indicada tanto para reforços de rotina quanto em casos de ferimentos que apresentem risco de infecção pelo Clostridium tetani. O esquema de vacinação com a dT é descrito a seguir:
- Reforço a cada 10 anos para crianças a partir de sete anos e adultos; e
- Esquema completo para adultos não imunizados – 3 doses de dT com 1-2 meses de intervalo.
Vacina dTpa
A vacina dTpa contém toxoides de difteria e tétano, além de antígenos purificados para proteção contra coqueluche. A dTpa é indicada principalmente para gestantes e profissionais de saúde, como medida preventiva contra o tétano e a coqueluche em recém-nascidos. Para proteger o recém-nascido contra o tétano e a coqueluche, é recomendado que todas as gestantes recebam a dTpa:
- Aplicação única: a partir da 20ª semana de gestação. Se não administrada durante o período gestacional, a dose da vacina dTpa deve ser administrada no puerpério o mais breve possível, até 45 dias pós-parto; e
- Em cada gestação: a dTpa deve ser administrada em todas as gestações, independentemente do histórico vacinal da mãe, para garantir que o bebê nasça com proteção contra essas doenças.
- Esquema complementar: as gestantes devem tomar as doses necessárias de dT até completar o esquema de três doses, além de uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação.
Profilaxia Antitetânica Diante de Ferimentos
Em caso de ferimentos que apresentam risco de infecção pelo Clostridium tetani, a profilaxia antitetânica é fundamental para prevenir o desenvolvimento da doença. A abordagem varia conforme o tipo de ferimento e o histórico vacinal do paciente. Os passos para o manejo incluem avaliação da vacinação, tipo de ferimento e necessidade de imunoglobulina antitetânica.
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Referências Bibliográficas
- Programa Nacional de Imunização – Ministério da Saúde do Brasil.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.