Para ter sucesso nas avaliações de residência médica e revalidação de diplomas em medicina, é essencial que os candidatos estejam completamente familiarizados com a Puericultura, já que este é um dos assuntos mais frequentemente abordados no bloco de Pediatria das provas. É importante compreender os principais aspectos relacionados ao número de consultas, características básicas da anamnese e do exame físico, bem como a avaliação do crescimento e estado nutricional das crianças, entre outros temas relevantes da Puericultura. Descubra aqui como são as questões relacionadas a este tópico!
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Conceito de Puericultura
A puericultura representa a assistência médica fornecida às crianças, devendo ser feita de maneira evolutiva. Esse acompanhamento visa a prevenção e promoção da saúde nessa faixa etária, que pode ir desde os primeiros dias de vida até os 19 anos de idade, com acompanhamento do crescimento, estado nutricional, alimentação, imunização e desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) dos pacientes.
Se preferir, confira o resumo antes de resolver as questões: Resumo da puericultura: consultas, avaliação do crescimento e estado nutricional!
Como o tema possui extrema prevalência nas provas de Residência Médica e do Revalida, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre Puericultura que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.
Revalida INEP (2020)
Uma lactente com 1 ano de idade foi levada à Unidade Básica de Saúde para atendimento. A mãe relatou que a menina apresentava uma tumoração na região inguinal direita durante o banho, porém que tinha desaparecido no dia seguinte. Durante o exame físico, foi confirmada uma nodulação na região inguinal direita, móvel, indolor, redutível e com transiluminação negativa. Nesse caso, a suspeita diagnóstica e a conduta terapêutica corretas são
A) adenomegalia inguinal e manter conduta expectante.
B) hérnia inguinal e realizar tratamento operatório eletivo.
C) hérnia inguinal e aguardar a regressão espontânea até os 5 anos de idade.
D) cisto do canal de Nuck e aguardar a regressão espontânea até os 5 anos de idade.
Resolução: Estrategista, na faixa etária da nossa paciente, que apresenta nodulação redutível na região inguinal, devemos sempre levantar as seguintes hipóteses diagnósticas: hérnia inguinal, adenomegalia, cisto de Nuck – em meninos, considerar também as possibilidades de cisto de cordão e hidrocele.
Assim, iremos assinalar a alternativa B como gabarito da questão. Abaulamento inguinal, redutível, indolor e com transiluminação negativa deve aventar a hipótese de hérnia inguinal, cujo tratamento é cirúrgico.
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – SCMSP (2022)
A OMS divulgou em 2023 novas recomendações sobre aleitamento materno e introdução alimentar no “Guia da Organização Mundial da Saúde sobre alimentação complementar para lactentes e crianças pequenas de 6 a 23 meses de idade”. Baseado nesse guia, assinale a alternativa INCORRETA.
A) O aleitamento materno deve acontecer por dois anos ou mais.
B) Fórmulas infantis à base de leite de vaca são recomendadas para crianças não amamentadas de 12 a 23 meses e leite de vaca não modificado pode ser oferecido.
C) A introdução dos alimentos complementares, em crianças nascidas a termo sem comorbidades, pode ser iniciada por volta dos 180 dias de vida.
D) Lactentes devem consumir uma dieta diversificada, com inclusão de vários grupos alimentares desde o início da introdução alimentar.
E) Leite de vaca não modificado pode ser oferecido para lactentes de 6 a 11 meses não amamentados.
Resolução: Olá Estrategista!
Essa questão cobra as novas recomendações da OMS a respeito da alimentação de lactentes. De acordo com essas recomendações temos:
Lactentes e crianças não amamentados ao seio:
• De seis a 11 meses: recomenda-se as fórmulas infantis à base de leite de vaca e leite de vaca não modificado pode ser oferecido.
• De 12 a 23 meses: o leite de vaca não modificado pode ser oferecido. Fórmulas infantis e “leites de crescimento” não são recomendados para esses lactentes.
A Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, orientação seguida pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A partir do sexto mês, deve ser iniciada a introdução alimentar de forma gradual, mas é recomendado que o aleitamento materno continue até a criança completar dois anos ou mais. Nos seis primeiros meses de vida, não deve ser oferecido ao lactente a água ou chá, pois seu uso aumenta a chance de desmame precoce.
Ao analisar as alternativas, vemos a incorreta como a B (nosso gabarito): para lactentes entre 12 a 23 meses , a OMS não recomenda as fórmulas infantis.
Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro – SES RJ (2024)
O Ministério da Saúde definiu 12 passos para a alimentação saudável em menores de 2 anos. Entre esses passos, estão:
I. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até os 6 meses.
II. Cozinhar a comida da criança separada do restante da família.
III. Não oferecer alimentos in natura antes de 2 anos de idade.
Quais estão corretos?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) I, II e III.
Resolução: Olá, querido Estrategista,
No primeiro ano de vida, a alimentação do bebê deve ser de leite materno exclusivo até os 6 meses, seguido de introdução alimentar mais leite materno a partir dessa idade. O leite materno deve ser mantido, no mínimo, até os 2 anos.
A alimentação das crianças deve seguir os 12 passos para uma alimentação saudável, são eles:
1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses.
2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses.
3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno.
5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade.
6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança.
7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.
9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição.
10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.
Vamos avaliar as afirmativas:
I. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até os 6 meses.
VERDADEIRO. Esse é o primeiro passo.
II. Cozinhar a comida da criança separada do restante da família.
FALSO. De acordo com o passo 7, devemos cozinhar a mesma comida para a criança e a família.
III. Não oferecer alimentos in natura antes de 2 anos de idade.
FALSO. Alimentos in natura são aqueles que foram retirados da natureza sem sofrer qualquer interferência, por exemplo, as frutas. A criança deverá receber, de preferência, apenas alimentos in natura ou minimamente processados.
Assim, está correta apenas a I. Gabarito: Letra A.
Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual – IAMSPE (2024)
Uma criança de 9 anos, sexo masculino, é levada ao ambulatório de pediatria com queixa de estar bem mais baixa que os colegas da mesma série. A criança é fisicamente ativa, realiza treinamento de futebol e de voleibol em um volume semanal de 450 minutos por semana. A criança apresenta estatura -1 DP abaixo da média e atraso na idade óssea em um ano. A estatura alvo é de 180 cm. A criança nasceu a termo, com peso adequado para a idade gestacional. Não apresenta alterações fenotípicas ao exame físico e não há sinais de entrada na puberdade. Nesse contexto, em relação ao quadro clínico, assinale a alternativa correta.
A) A previsão de estatura final é baixa.
B) Deve-se realizar o teste de estímulo do hormônio do crescimento com clonidina.
C) Espera-se, nos exames laboratoriais, valores elevados de testosterona.
D) A previsão de estatura é de acordo com o alvo genético.
E) Espera-se que os valores laboratoriais estejam de acordo com a idade cronológica
Resolução: Olá Estrategista, vamos observar os dados principais deste enunciado:
- Criança de 9 anos,
- Queixa de baixa estatura,
- Pratica atividades físicas,
- Estatura -1 DP abaixo da média (considerada normal),
- Estatura alvo normal,
- Sem alterações fenotípicas,
- Impúbere,
- Atraso de idade óssea.
Embora faltem dados a respeito da velocidade de crescimento, podemos levantar a possibilidade do atraso constitucional do crescimento e puberdade. O atraso constitucional do crescimento e puberdade é uma condição em que ocorre um atraso no início da puberdade, a criança mantém uma adequada velocidade de crescimento para seu estadiamento puberal, atraso no início da puberdade e atraso de idade óssea.
Além disso, geralmente há uma história familiar de atraso puberal e os pais têm estatura normal. No ACCP o prognóstico de estatura final é adequado, semelhante ao alvo genético.
Assim, a alternativa correta é a D, considerando a suspeita de atraso constitucional do crescimento e puberdade, a previsão de estatura é semelhante ao alvo genético.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (2022)
Miguel, 1 ano, é levado para consulta de puericultura. Sua mãe, Maria, relata que está preocupada, pois a vizinha falou que seu filho tem fimose. A criança está assintomática, urinando bem, sem outras queixas. Ao exame físico, Miguel apresenta aderência balanoprepucial, sem obstrução uretral. Diante desse caso, o médico deve
A) solicitar exame de urina, já que a criança ainda não consegue comunicar possível sintomatologia.
B) orientar a higiene adequada do local, não sendo necessário outro tipo de tratamento.
C) encaminhar ao especialista para tratamento cirúrgico, pois, nessa idade, o prepúcio já deveria ser retrátil.
D) iniciar tratamento tópico com corticosteróide e acompanhar nas próximas consultas.
Resolução: Olá Estrategista,
A fimose é definida como a impossibilidade de exteriorização da glande e é causada por um anel fibrótico, que pode ser congênito ou adquirido.
Ocorre uma aderência balanoprepucial que costuma persistir até os três a cinco anos de idade. A propósito, cerca de 90% dos meninos apresentam resolução da fimose fisiológica até os três anos de idade e conseguem expor a glande, sem dificuldades.
Porém, nos casos em que a limpeza da glande não é feita adequadamente, há acúmulo de esmegma, que leva à proliferação bacteriana e à ocorrência de balanopostites de repetição. Isto é, infecção e/ou inflamação da glande e prepúcio.
Nos primeiros anos de vida, apenas a higiene do pênis deve ser orientada pelo pediatra. A realização de exercícios para provocar retração forçada do prepúcio no recém-nascido e no lactente deve ser desencorajada, uma vez que pode provocar inflamação, sangramento e, consequentemente, conduzir à fimose, por induzir à fibrose local.
O tratamento cirúrgico está indicado na presença de fimose persistente (após 04 – 05 anos de idade), balanopostites de repetição, balonamento para urinar (distensão da pele do prepúcio durante o ato da micção) ou episódios de ITU de repetição.
Portanto, correta a alternativa B, porque indicou o procedimento adequado para o paciente.
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