Como um dos temas mais presentes no bloco de Ginecologia e Obstetrícia ao longo das provas de residência médica e revalidação, o Rastreamento do Câncer de Colo Uterino precisa estar entre os principais tópicos de atenção para os candidatos. Para mandar bem, além de entender os fatores de risco, rastreamento e o tratamento, é necessário saber como são as questões que abordam o tema. Então, se você quer praticar o que vem sendo cobrado sobre o conteúdo, siga no texto!
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Conceito de Rastreamento do Câncer de Colo Uterino
O colo uterino é uma região de transição entre a vagina, útero e cavidade endometrial, em que há elevada multiplicação celular, portanto, está sujeita a erros na divisão celular, principalmente quando sujeitas a insultos infecciosos, caso da presença do vírus HPV.
Universalmente, a infecção pelo vírus HPV é o principal fator de risco ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. E, por ser uma das principais neoplasias que acometem as mulheres, o rastreamento do câncer de colo uterino e as medidas associadas reduziram, e muito, a mortalidade nessa condição. Esse é um dos motivos para o assunto ser tão cobrado nas provas.
No Brasil, o rastreamento do câncer de colo de útero é realizado por meio da colpocitologia oncótica, também conhecida como papanicolau, bem como pela colposcopia, um exame complementar crucial para visualizar lesões potencialmente graves. Já o tratamento das lesões pré-neoplásicas é impedir a progressão para o câncer de colo de útero por meio da excisão.
Se preferir, confira o resumo antes de resolver as questões: Resumo de câncer de colo de útero: diagnóstico, tratamento e mais!
Veja também: ResuMED de rastreamento do câncer de colo de útero
Como o tema possui extrema prevalência nas provas de Residência Médica e do Revalida, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre Rastreamento do Câncer de Colo Uterino que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.
Sistema Único de Saúde de São Paulo – SUS SP (2024)
Assinale a alternativa que apresenta a situação para a qual está indicado o uso de podofilina tópica a 25% para o tratamento de condiloma.
A) lesões na margem anal, no prepúcio, na glande ou nos grandes lábios (em não grávidas)
B) lesões no canal anal, na margem anal, no prepúcio, na glande, na cavidade oral ou na vagina (em não grávidas)
C) lesões na mucosa e na pele, em gestantes, para não serem submetidas à anestesia antes do parto
D) em pacientes não grávidas, somente nas lesões localizadas na mucosa
E) no pós‑operatório imediato, após a ressecção de condiloma na margem anal, na glande ou nos grandes lábios (em não grávidas), para evitar a recidiva precoce
Resolução: A alternativa A está correta. O tratamento das verrugas anogenitais causadas pela infecção por HPV pode envolver procedimentos ou medicamentos. Agentes medicamentosos tópicos, como podofilina, ácido tricloroacético, podofilotoxina e imiquimode, são recomendados para a redução e eliminação das verrugas anogenitais. Os dois primeiros devem ser aplicados exclusivamente por profissionais médicos, enquanto os demais podem ser aplicados pelo próprio paciente. Procedimentos como crioterapia, eletrocauterização e excisão cirúrgica são utilizados para remover ou destruir as lesões.
A podofilina, tema dessa questão, é uma substância que pode causar lesão tecidual, além de ter absorção sistêmica quando aplicada em áreas extensas. Por isso, não deve ser aplicada em mucosas ou áreas extensas. É contraindicada para gestantes
Seleção Unificada para Residência Médica do Estado do Ceará – SURCE (2023)
MTS, 20 anos, G0P0, em atendimento de rotina, traz o laudo de exame citológico do colo uterino recente que apresenta a seguinte conclusão: Células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS). Exame ginecológico sem alterações. De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, qual a conduta mais adequada neste caso?
A) Solicitar teste para HPV.
B) Repetir a citologia em 3 anos.
C) Encaminhar para colposcopia.
D) Realizar avaliação do canal endocervical.
Resolução: A paciente do caso tem 20 anos de idade e apresenta um resultado de colpocitologia de ASCUS, sendo indicado, de acordo com a diretriz do MS, a realização de nova colpocitologia em 3 anos.
Correta a alternativa B. De acordo com a diretriz do Ministério da Saúde, o rastreamento do câncer de colo deve ser iniciado aos 25 anos de idade, nas mulheres sexualmente ativas. A prevalência de câncer de colo nas mulheres com menos de 25 anos é muito baixa (correspondem a menos de 1% dos tumores). Além disso, são tumores bastante agressivos, que não seguem a história natural da infecção pelo HPV, não sendo detectáveis pelo rastreamento, na sua maioria.
Por isso, as mulheres até 24 anos (como a deste caso), de acordo com o MS, não devem ser submetidas a coleta de citologia, mas caso você se depare com essa situação (como nesta questão), saiba que nessa faixa etária, apesar da alta prevalência da infecção pelo HPV, a chance de regressão é alta e, por isto, pode-se fazer o seguimento com nova colpocitologia em 3 anos.
Revalida INEP (2023)
Uma paciente com 29 anos, nuligesta, sexualmente ativa, foi submetida a exame citopatológico em uma unidade básica de saúde. Exame anterior realizado há 1 ano não apresentava alterações. O exame atual apresentou o seguinte resultado: metaplasia escamosa, alterações inflamatórias moderadas, presença de bacilos de Doderlein.
Nesse caso, a paciente deve ser orientada a
A) cauterizar colo uterino.
B) repetir citologia em 3 anos.
C) repetir citologia em 6 meses.
D) usar creme vaginal com metronidazol.
Resolução: Estrategista, esta é uma questão sobre a diretriz do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer de colo uterino. O exame indicado para o rastreamento é a colpocitologia. Devem ser rastreadas as mulheres sexualmente ativas com idade igual ou superior a 25 anos. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo anual e, se negativos, o rastreamento pode ser feito a cada três anos.
O rastreamento deve seguir até os 64 anos de idade e ser interrompido caso a paciente já tenha, pelo menos, dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
Esta paciente apresenta um resultado de colpocitologia com metaplasia escamosa, alterações inflamatórias moderadas, presença de bacilos de Doderlein, que é um resultado normal. Seu exame anterior, feito há 1 ano, não apresentava alterações. Sendo assim, esta paciente apresenta 2 exames anuais, consecutivos, normais e, por isso, de acordo com as diretrizes do MS, pode fazer o próximo exame em 3 anos.
Então, correta a alternativa B: a paciente tem 2 exames anuais, consecutivos, normais e pode repetir a próxima citologia em 3 anos.
Universidade Federal do Pará – UFPA (2023)
De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, a idade para a coleta de colpocitologia oncótica é de
A) 30 a 40 anos.
B) 25 a 64 anos.
C) 18 a 81 anos.
D) 28 a 68 anos.
E) 20 a 90 anos.
Resolução: Estrategista, o exame de rastreamento do câncer de colo uterino é a colpocitologia. Devem ser rastreadas as mulheres sexualmente ativas com idade igual ou superior a 25 anos. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo anual e, se negativos, o rastreamento pode ser feito a cada três anos.
O rastreamento deve seguir até os 64 anos de idade e ser interrompido caso a paciente já tenha, pelo menos, dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
Assim, correta a alternativa B: de acordo com a diretriz do Ministério da Saúde, o rastreamento do câncer de colo uterino deve ser realizado dos 25 aos 64 anos de idade, nas mulheres sexualmente ativas.
Centro Universitário de Rio Claro – CLARETIANO (2023)
Embora o câncer de colo uterino seja o quarto câncer mais incidente entre mulheres no mundo, as taxas de mortalidade estão reduzindo, especialmente em países de alta renda. Melhorias no rastreamento, no diagnóstico e no tratamento são apontadas como as razões para esse declínio. De acordo com as mudanças observadas nas diretrizes internacionais e atualizações do conhecimento sobre o rastreamento do câncer de colo do útero no Brasil, assinale a alternativa correta.
A) Quando um teste de HPV for positivo e a colposcopia for negativa, o resultado da citologia não pode direcionar o manejo final do rastreamento do câncer de colo.
B) O teste de HPV isolado pode substituir a citologia no rastreamento do colo uterino em mulheres > de 30 anos.
C) As taxas de incidência e mortalidade do câncer do colo do útero em mulheres com menos de 25 anos são altas.
D) O risco de lesões precursoras e as taxas de progressão para lesões invasivas aumentam durante a gravidez.
E) Quando um teste de HPV for positivo e a citologia apresentar ASCUS, mulheres menores de 30 anos devem ser encaminhadas para colposcopia de imediato, mesmo quando o seguimento não for um problema.
Resolução: Estrategista, de acordo com o Ministério da Saúde, o exame de rastreamento do câncer de colo é a colpocitologia. Devem ser rastreadas as mulheres sexualmente ativas com idade igual ou superior a 25 anos. Os dois primeiros exames devem ser
feitos com intervalo anual e, se negativos, o rastreamento pode ser feito a cada três anos.
O rastreamento deve seguir até os 64 anos de idade e ser interrompido caso a paciente já tenha, pelo menos, dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
Assim, correta a alternativa B, porque se o teste de HPV for negativo não haveria necessidade de realização da colpocitologia por um certo período de tempo. Esta é a diretriz de rastreamento em alguns países desenvolvidos.
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